MAIO VERDE

Fachada da CMBH se ilumina para lembrar importância da prevenção ao glaucoma

Doença tem componente familiar, etário e étnico. Brasil carece de dados, mas estimativa é que 2,5 milhões de pessoas sejam afetadas

segunda-feira, 26 Maio, 2025 - 14:00

Foto: Cláudio Rabelo/CMBH

Apontado como um dos principais causadores de cegueiras irreversíveis, o glaucoma é uma doença ocular grave que danifica o nervo óptico, que é a estrutura que liga o olho ao cérebro e permite a visão. Dados da Sociedade Brasileira do Glaucoma (SBG) apontam que o Brasil pode ter até 2,5 milhões de pessoas com mais de 40 anos afetados pela enfermidade, que é silenciosa. Para alertar sobre a importância de atuar de forma preventiva sobre a doença, a Câmara Municipal de Belo Horizonte iluminou sua fachada acompanhando as cores da campanha Maio Verde, que busca conscientizar a população sobre a importância dos exames oftalmológicos regulares. Em 26 de maio é celebrado o Dia Nacional de Combate ao Glaucoma. A iluminação da fachada atende a pedido feito por Loíde Gonçalves (MDB) e, segundo a vereadora, o verde foi escolhido por representar a esperança na preservação da visão, no tratamento adequado e no acesso à saúde ocular.

“Essa ação simbólica chama a atenção da população para a gravidade da doença, que muitas das vezes é uma doença silenciosa, já que em seus estados iniciais ela não apresenta nenhum sintoma. Por isso, o diagnóstico precoce é essencial para evitar a perda da visão”, destaca Loíde. 

Segunda causa de cegueira

O glaucoma é uma neuropatia óptica cujo principal fator de risco é o aumento da pressão intraocular (PIO) e cujo desfecho principal é a cegueira irreversível. Dados do relatório da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec), de 2022, apontam que a doença afeta mais de 67 milhões de pessoas no mundo, das quais 10% são cegas. No Brasil, segundo o documento, está atrás apenas da catarata como principal causa de cegueira, apesar da escassez de informações quanto à sua prevalência. “A maior parte dos estudos é restrita, antiga e mostra prevalência de 2% a 3% na população acima de 40 anos, com aumento da prevalência conforme o aumento da idade”, aponta o documento. 

Idade, etnia e histórico familiar

Ainda segundo o estudo, vários fatores de risco, além da PIO aumentada, já foram identificados, como idade acima de 40 anos; etnia (negra para o de ângulo aberto e amarela para o de fechamento angular); ametropia (erro de refração no olho); diabetes tipo 2; e fatores genéticos. Inúmeros trabalhos mostraram que a prevalência do glaucoma se eleva significativamente com o aumento da idade, particularmente em latinos e afrodescendentes.

“A prevalência é três vezes maior e a chance de cegueira pela doença é seis vezes maior em indivíduos latinos e afrodescendentes em relação aos caucasianos”, destaca o estudo.

Diagnóstico precoce e tratamento no SUS

O glaucoma, muitas vezes, não apresenta sintomas visíveis em seus estágios iniciais, tornando-o uma doença silenciosa. O diagnóstico precoce e o tratamento adequado são essenciais para controlar a doença e evitar a perda de visão. O tratamento clínico é feito com colírio, mas há casos individualizados que necessitam de procedimentos cirúrgicos. O tratamento ao glaucoma é fornecido no Sistema Único de Saúde (SUS) e o primeiro passo é procurar uma Unidade Básica de Saúde (centro de saúde) para uma consulta com um clínico geral ou um oftalmologista. Se o glaucoma for diagnosticado, o paciente será encaminhado para um serviço especializado em oftalmologia para iniciar o tratamento. "Com essa iniciativa (de iluminar a fachada), queremos sensibilizar a população e reforçar que o diagnóstico precoce é a chave para preservar a visão e garantir a qualidade de vida”, afirma Loíde Gonçalves.

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