Mesmo com valor reconhecido por lei, Mata do Planalto ainda estaria ameaçada
Área foi declarada de utilidade pública para fins de desapropriação, mas indenização dos proprietários ainda estaria pendente
Foto Reprodução Site: Karoline Barreto/CMBH
A Comissão de Meio Ambiente, Defesa dos Animais e Política Urbana debate nesta segunda-feira (1º/7), às 13h30, no Plenário Helvécio Arantes, a situação da Mata do Planalto. A área, que tem mais de 200 mil m², possui consideráveis atributos e valores socioambientais, abrigando uma importante biodiversidade, onde vivem ao menos 68 tipos de aves. Mesmo sendo declarada de utilidade pública, sua preservação estaria ameaçada, já que a desapropriação está judicializada e o processo de indenização dos proprietários dos terrenos e de solução ambientalmente adequada está pendente, postergando a preservação definitiva de uma das últimas áreas verdes da capital. A audiência pública, solicitada por Dr. Célio Frois (PV), será transmitida ao vivo pelo canal da CMBH no YouTube, e a população pode participar enviando perguntas, comentários e/ou sugestões por meio de um formulário já disponível.
Rica biodiversidade
A Mata do Planalto fica no bairro de mesmo nome, na Região Norte de BH, e é considerada de extrema importância ambiental. De acordo com Nota Técnica, produzida pela Consultoria Legislativa da CMBH, entre os atributos da área estão: as diversas nascentes que abastecem o Córrego Bacuraus, subafluente do Rio das Velhas, a rica biodiversidade e o ambiente de refúgio para a fauna, com a presença de 68 espécies de aves, dentre elas araras, tucanos, papagaios, sabiás, pica-paus, bem-te-vis e corujas, além de tatus, micos, cobras, lagartos, gambás, serpentes e anfíbios de várias espécies.
Desapropriação judicializada
Ainda segundo a nota, a atividade legislativa na CMBH e algumas ações do Executivo e a mobilização por parte das associações e de entidades têm sido fundamentais para a sensibilização da população e dos tomadores de decisão. Entre as conquistas está a sanção da Lei 11.326/2021, que declara o valor ecológico, paisagístico, cultural e comunitário da área conhecida como "Mata do Planalto".
Ainda segundo o documento, ações judiciais têm feito a defesa da área verde, inclusive por meio de ação popular, porém “a desapropriação está judicializada e o processo de indenização dos proprietários dos terrenos e de solução ambientalmente adequada está pendente, postergando a preservação definitiva de uma das últimas áreas verdes da capital”, destaca trecho da análise.
Convidados
Além de representantes de órgãos do Poder Executivo, são esperados para a audiência pública representantes da Comissão Pastoral da Terra (CPT); da Associação Comunitária do Planalto e Adjacências (ACPAD); do Movimento Salve A Mata do Planalto; da Comissão de Defesa, Cidadania e Interesses Coletivos do Cidadão da OAB e da Defensoria Pública de Direitos Humanos, Coletivos e Socioambientais do Ministério Público de MG.
Superintendência de Comunicação Institucional