Comissão vai discutir adultização e erotização de crianças na escola

Debater questões ligadas à “adultização, erotização e sexualização” infantojuvenil no ambiente escolar em Belo Horizonte. Este é o objetivo de audiência pública que será promovida pela Comissão de Educação, Ciência, Tecnologia, Cultura, Desporto, Lazer e Turismo nesta quarta-feira (3/5), às 9h30, no Plenário Camil Caram. A audiência foi solicitada pelo ex-vereador Uner Augusto. De acordo com nota técnica produzida pela Consultoria do Legislativo, os termos Adultização, Erotização e Sexualização remetem à ideia de “estímulo às crianças de comportamento impróprios com sua faixa etária” que também podem ser entendidos como a “diminuição das divisões entre a infância e adolescência, aglutinando-as ao mundo adulto e desajustando os modos de ser da criança e do adolescente”. Quem quiser participar do debate já pode mandar perguntas e sugestões por meio de link já disponível no Portal da Câmara Municipal.

Tema sensível e de extremo interesse das famílias e dos educadores, a chamada adultização e erotização de crianças e adolescentes se manifesta, segundo especialistas, quando os discursos, conversações, vestimentas e costumes infantis se tornam, muitas vezes, comuns às práticas dos adultos. Essa prática pode ser reforçada inclusive em brinquedos que acabam oferecendo as referências do mundo adulto às crianças.

Segundo Nota Técnica produzida pela Consultoria do Legislativo, nas Ciências Sociais estes termos (adultização, erotização e sexualização) “sempre aparecem relacionados ao estudo do desenvolvimento dos construtos sociais ao longo tempo, principalmente na contemporaneidade”. Ainda segundo a nota, “há análises especiais da publicidade e do comportamento do mercado, como um todo, já que as crianças se tornaram alvo enquanto consumidoras”.

Desenvolvimento natural

Na nota, a Consultoria explica ainda que é extremamente necessário diferenciar sexualização de sexualidade. “A sexualidade é algo natural do desenvolvimento humano e faz parte também da infância. Para os pequenos, é através da curiosidade espontânea, do reconhecimento do próprio corpo e do diálogo aberto com os pais que esse desenvolvimento acontece de maneira saudável e natural”. Todavia, existe um outro processo que não é natural da criança e que, diferentemente da sexualidade, acontece através de estímulos externos e incompatíveis com a estrutura da criança: a sexualização precoce. “Essa ação pode ser entendida como uma adultização da criança, quando terceiros – pessoas próximas ou até mesmo os conteúdos de mídias acessíveis a ela – trazem conotação sexual para elementos do universo infantil ou então tornam elementos adultos e relacionados à sexualidade objetos de desejo para os pequenos, como roupas mais sensuais, por exemplo”, explica a Nota Técnica.

O material preparado para dar apoio ao debate destaca que há na Base Nacional Comum Curricular (BNCC) uma “preocupação em capacitar docentes e equipes pedagógicas em prevenir e combater tais práticas, inclusive orientando as famílias para que estas acompanhem e inibam o acesso das crianças e adolescentes ao conteúdo impróprio”. Entre os convidados estão o presidente da Rede Internacional Infância Protegida, Washington de Sá.

Superintendência de Comunicação Institucional