Obras da Vilarinho estão em fase final e têm potencial para evitar inundações

Com a chegada do período chuvoso, a Comissão de Desenvolvimento Econômico, Transporte e Sistema Viário realizou visita técnica, nesta segunda-feira (29/11), para averiguar in loco o andamento das obras e intervenções previstas para a região da Avenida Vilarinho. Acompanhados por lideranças comunitárias, os vereadores do Partido Novo Braulio Lara, Fernanda Altoé e Marcela Trópia fizeram uma visita inspeção guiada pelos técnicos da Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap) e da Companhia Urbanizadora e de Habitação de Belo Horizonte (Urbel) e esclareceram dúvidas sobre o Projeto de Lei 1026/2020, de autoria do Executivo, que solicita empréstimo para conclusão de obras complementares. Segundo Marcela, o escopo do PL apresentado pela PBH, apontava intervenções na região do Isidoro, que nada tem a ver com a Vilarinho. “Foi uma visita muito esclarecedora. Foi muito bom ter vindo para ver que as obras estão acontecendo e que a gente não carrega culpa nenhuma por ter negado o empréstimo bilionário, caso BH venha a enfrentar uma enchente”, afirmou. Segundo a parlamentar, ficou claro que o pedido de empréstimo não era para conclusão de obras na Vilarinho e que a decisão de negar o pedido foi acertada. “Estamos vendo que as obras estão em andamento, têm o potencial de evitar inundações e já têm os recursos garantidos. Aquele recurso era para uma outra região e isso não ficou claro pra gente. Não houve transparência”, argumentou.

Obras em andamento

Braulio quis saber quais as intervenções preventivas que estão previstas para a região e se essas obras vão resolver o problema. Leandro Cupertino, responsável técnico pelos projetos, explicou que além da caixa de captação na esquina da Avenida Vilarinho com Rua Dr Álvaro Camargos, também estão em andamento a construção de dois reservatórios, com capacidade de 115 mil m³ cada, e a ampliação da bacia de detenção da Vilarinho. Ele lembrou que o volume de chuva apresenta um padrão que pode ser superado de tempos em tempos e que essa alteração pontual pode, eventualmente, superar a capacidade de armazenamento que foi projetada. “São eventos fora da curva que ocorrem a cada 25/50 anos. Já temos estudos que apontam a necessidade de intervenção em um prazo de 50 anos, como é o caso do Córrego do Capão”, revelou.  

A caixa de contenção localizada na esquina da Avenida Vilarinho com Rua Dr Álvaro Camargos, com capacidade para armazenar 10 mil m³ de água, já está em fase final de acabamento. De acordo com Leandro Cupertino, sua função é acomodar o volume de água que chega pelos Córregos Vilarinho e do Nado. “Esta estrutura também vai servir para captar a água pluvial que escorre pela via”, afirmou ao explicar toda a adequação viária feita naquele ponto. Fernanda Altoé afirmou que desde a última visita a obra andou bastante. Ao concordar com a colega, Marcela Trópia destacou que os projetos apresentados pelo secretário municipal de Obras e Infraestrutura, Josué Valadão, eram sobre reassentamento urbano e não sobre drenagem.

Já a caixa de contenção do Córrego do Nado será concluída em 2024. Localizada na Avenida João Samaha com Avenida Dr Álvaro Camargo, a estrutura terá capacidade para 115 mil m³ de água e será tampada. Respondendo ao questionamento de Fernanda Altoé, Cupertino explicou que a área de 3 mil m², que depois de concluída vai abrigar abrigar um equipamento público, foi escolhida por não haver necessidade de desapropriação e pela eficiência hidráulica. 

Desapropriações e reparação ambiental

Com mais de 3km de extensão, a bacia de contenção do Córrego Lareira já está com as barragens concluídas e exigiu do poder público desapropriação de imóveis. A obra, iniciada em 2019, está com prazo de conclusão para 2022. Maria Lina, liderança comunitária e moradora da região, denunciou que trata-se de uma área de preservação permanente e reclamou que a Prefeitura não identificou as minas de água do entorno. “Muitas foram tamponadas pelos moradores e acabaram vazando dentro de uma casa localizada um pouco mais abaixo”. Segundo ela, a supressão de diversas árvores - sem a devida reposição de espécies - também configura crime ambiental. “A obra ainda não está pronta e a comunidade quer a reparação ambiental”, afirmou. A moradora sugeriu ainda que todas as casas sejam desapropriadas “para que a comunidade tenha tranquilidade”. Já o morador Edson Ramalho afirmou que a Prefeitura não fez vistoria cautelar e que a casa dele está com muitas rachaduras. Ele também apontou o dano na via pública que teria sido causado pela obra.  

Para Marcela, a PBH deve estar atenta às reclamações da comunidade. A parlamentar afirmou que a bancada vai receber oficialmente as demandas dos moradores e encaminhar pedidos de informações para a PBH com o intuito de entender melhor a situação. “A obra é muito grande e é natural que ocorram essas divergências. Vamos nos informar melhor, solicitar audiências públicas, se for o caso, antes de tomar qualquer decisão, mas é importante que a Prefeitura esteja atenta”,  disse. 

Superintendência de Comunicação Institucional