Consequências da invisibilidade das pessoas bissexuais serão debatidas
Não compartilhamento de informação sobre opção sexual é apontada como causa de adoecimento entre o grupo, em especial nas mulheres
Foto: Mafalda Esteves/Coletivo Pela Visibilidade Bissexual
Vinte e três de setembro é o Dia da Visibilidade Bissexual e, para lembrar a data, debater e refletir questões pertinentes ao universo bissexual, a Comissão de Mulheres realiza nesta sexta-feira (24/9) audiência pública com o tema Bissexuais - Re(Existem). Requerido por Bella Gonçalves e Iza Lourença, ambas do Psol, o encontro que será realizado às 10h no Plenário Helvécio Arantes, deve debater questões importantes como o adoecimento enfrentado pelos bissexuais, fruto da invisibilidade imposta pela sociedade. A audiência acontecerá de forma remota e os interessados poderão participar enviando perguntas e/ou sugestões por meio de formulário disponível aqui. Integram a lista de convidados para o debate a vereadora de Juiz de Fora Tallia Sobral; Vitória Régia da Silva, da Revista Capitolina, e a produtora Gigi Favacho. São esperados ainda representantes do Movimento Afronte!; da Frente Bissexual Brasileira; da Comissão Interinstitucional de Saúde da Mulher (Cisam); da Frente Bissexual de BH; da Caminhada das Lésbicas e Bissexuais de BH e da Revista LesBi.
Adoecimento
O dia 23 foi uma iniciativa que partiu dos jovens norte americanos Wendy Curry, Michael Page e Gigi Raven Wilbur e se espalhou a partir do ano de 1999, quando ativistas de todo o mundo, passaram a comemorar a data como parte da luta para dar visibilidade à bissexualidade.
Dados trazidos pelas parlamentares apontam que somente 19% de bissexuais contaram a pessoas importantes de suas vidas sobre sua sexualidade. O número é baixo se comparado a 75% entre gays e lésbicas. Ao mesmo tempo, 26% revelaram que ninguém em seu círculo mais próximo sabe de sua orientação, comparados a apenas 4% entre gays e lésbicas. Estes dados, segundo as vereadoras, ainda indicam que esta invisibilidade pode levar ao adoecimento um grande número de mulheres bissexuais, já que mulheres bissexuais têm 64% mais chances de terem distúrbio alimentar, 37% maior probabilidade de automutilação e 26% são mais propensas a depressão do que lésbicas.
Superintendência de Comunicação Institucional