DEFESA DO CONSUMIDOR

PL que obriga lacre inviolável em embalagem de alimento recebe parecer contrário

GT sobre segurança pública evidencia baixa capacidade ou baixa relevância de ações de planejamento para orientar políticas nessa área

segunda-feira, 14 Dezembro, 2020 - 20:15

Foto: Abraão Bruck/CMBH

O Projeto de Lei 1048/20, que obriga restaurantes e lanchonetes a usar lacres invioláveis nas embalagens de alimentos entregues para consumo imediato, recebeu parecer contrário da Comissão de Direitos Humanos e Defesa do Consumidor, nesta segunda-feira (14/12). Na mesma reunião foi aprovado parecer parcial do Grupo de Trabalho que fiscaliza programas relacionados à segurança pública. Também foi agendada audiência pública para o dia 18 de dezembro (sexta-feira) para debater a situação das famílias desabrigadas e o risco de novos desabrigamentos pelas enchentes e deslizamentos durante a pandemia da Covid-19. Confira aqui o resultado completo da reunião.

O PL 1048/20 objetiva obrigar pizzarias, restaurantes, lanchonetes, quiosques e demais empresas que fazem entrega de alimentos para consumo imediato a usar lacres invioláveis nas embalagens de alimentos entregues em domicílio. Como justificativa, o autor da proposição, vereador Reinaldo Gomes (MDB), expõe que o "projeto de lei visa a proteger os consumidores de alimentos entregues em domicílio, evitando a contaminação dos mesmos", uma vez que "vários transtornos podem ocorrer desde o momento da elaboração e preparo dos alimentos até a sua entrega diretamente nas mãos do consumidor".

O relator do projeto na Comissão, Dr. Bernardo Ramos (Novo), ao apresentar um parecer contrário à proposição, afirma que já há uma série de leis garantidoras do direito que se busca assegurar com a proposição, citando especificamente o Código de Defesa do Consumidor (Lei 8.078/90), Código de Saúde do Estado de Minas Gerais (Lei Estadual 13.317/99) e a ampla legislação municipal sobre a inspeção e fiscalização sanitária (Lei 4.323/86; Decreto 5.616/87; Lei 7.031/96; e Lei 7.274/97).

Além disso, Dr. Bernardo Ramos afirma que, ao intervir em atividade econômica privada, impondo a obrigatoriedade de lacres invioláveis nas embalagens, sem fazer distinção entre os diversos tipos de estabelecimentos com realidades econômicas e financeiras distintas, “corre-se o risco de, ao extremo, tornar mesmo inviável a continuidade de exercício da atividade àqueles pequenos estabelecimentos”. O parecer contrário ao projeto foi aprovado pela Comissão de Direitos Humanos e Defesa do Consumidor e seguirá para análise da Comissão de Meio Ambiente e Política Urbana, em 1º turno.

Segurança pública

O relatório do Grupo de Trabalho da Comissão de Direitos Humanos e Defesa do Consumidor que fiscaliza os programas relacionados à segurança pública no Município de Belo Horizonte foi aprovado nesta segunda-feira (14/12). Relativo aos dois primeiros quadrimestres do ano, o relatório, assinado pelo vereador Dr. Bernardo Ramos, aponta que ainda é um grande desafio para o Poder Executivo adequar seu planejamento com sua execução física e financeira, visto o grande número de subações em que as metas físicas e os valores orçados divergem muito do que é efetivamente realizado, evidenciando a baixa capacidade de planejamento ou baixa relevância dada a este para orientar a implementação da política pública na área de segurança.

Bella Gonçalves (Psol) elogiou o trabalho empreendido por Bernardo Ramos na elaboração do relatório e destacou que, conforme aponta o documento, um montante inferior ao previsto foi aplicado em ações de prevenção à criminalidade juvenil; em práticas restaurativas e mediação de conflitos, como a proteção de mulheres; e em prevenção de criminalidade nos territórios. Além disso, a parlamentar criticou a falta de recursos para prevenção de violência contra negros e indígenas. A vereadora defendeu a aplicação de mais verba para qualificação de pessoal e prevenção da criminalidade, incluindo situações de racismo e violência contra a mulher.

Audiência pública

No dia 18 de dezembro, às 10h, no Plenário Camil Caram, a Comissão de Direitos Humanos e Defesa do Consumidor irá realizar, por requerimento de Bella Gonçalves, uma audiência pública para debater a situação das famílias desabrigadas e o risco de novos desabrigamentos pelas enchentes e deslizamentos durante a pandemia da Covid-19.

Assista ao vídeo da reunião na íntegra.

Superintendência de Comunicação Institucional

34ª Reunião Ordinária - Comissão de Meio Ambiente e Política Urbana