Comissão Especial fiscaliza investimentos e obras para Mundial de 2014
Preocupados com a capacidade de Belo Horizonte em corresponder aos desafios de sediar a Copa do Mundo 2014, vereadores da Câmara Municipal instituíram, em fevereiro deste ano, a Comissão Especial de Estudo para acompanhar e fiscalizar obras, investimentos e políticas públicas relacionadas ao evento.
Presidida pelo vereador Alberto Rodrigues (PV) e relatada por Daniel Nepomuceno (PSB), a comissão tem procurado atuar junto com a Prefeitura e a Secretaria Extraordinária da Copa no acompanhamento das obras de infraestrutura e melhorias, como a reforma de estádios, a construção de hotéis, a implantação de ciclovias, o alargamento de avenidas, o tratamento da Lagoa da Pampulha entre outras. Também formam o grupo os vereadores Heleno (PHS), Wagner Messias “Preto” (DEM) e Iran Barbosa (PMDB), que solicitou a criação da comissão.
No dia 21 de março, a comissão recebeu, no Plenário Amynthas de Barros, representantes do Estado e da Prefeitura, que apresentaram aos vereadores o Planejamento Estratégico de Belo Horizonte para o evento. Compareceram Thiago Lacerda, presidente do Comitê Executivo da FIFA, e Sérgio Barroso, titular da Secretaria Extraordinária da Copa do Mundo.
Sérgio Barroso garantiu que as obras do Mineirão serão concluídas até dezembro de 2012 e que o Independência deve ficar pronto ao final de 2011. O secretário também indicou que o Aeroporto de Confins estará em condições de receber os cerca de 450 mil turistas que devem vir à cidade para a Copa das Confederações e a Copa do Mundo.
Thiago Lacerda, por sua vez, deu informações aos vereadores sobre os projetos de mobilidade urbana, que incluem a ligação da Avenida Antônio Carlos com a Avenida Abraão Caram, já em curso, e o alargamento da Avenida Pedro I. Lacerda informou também que já estão sendo construídos oito hotéis, que deverão garantir o atendimento da demanda elevada.
A comissão tem buscado tratar de assuntos diversos que se relacionam com a Copa, incluindo, por exemplo, a produção de resíduos sólidos, que deve aumentar durante o evento, e a vigilância sanitária.
De 1950 a 2014
Em 1950 a grande preocupação do Brasil com a Copa era mostrar-se uma nação civilizada, capaz de agradar aos estrangeiros que viriam ao país. Para 2014, os desafios são muito maiores, uma vez que o Brasil quer consolidar sua imagem de protagonista mundial nos campos econômico, político e social.
A Belo Horizonte que sediou o Mundial de 1950 contava com cerca de 350 mil habitantes e deixava para trás seu provincianismo. A administração municipal de JK, na década de 1940, modernizara a cidade com a construção de novos complexos arquitetônicos, como a Lagoa da Pampulha, dando ares cosmopolitas à capital mineira.
Os três jogos sediados pela cidade foram realizados no recém-inaugurado Estádio do Independência, no bairro do Horto, construído para substituir os três campos de porte médio (capacidade para 12 mil torcedores) da capital na década de 1940: Estádio Otacílio Negrão de Lima, do América, na Avenida dos Andradas; Estádio Antônio Carlos, do Atlético, em Lourdes; e o Estádio Juscelino Kubitschek, do Cruzeiro, no Barro Preto.
A construção do Independência iniciou-se, em 1947, com base em projeto grandioso, que previa capacidade para 45 mil torcedores, gramado com sistema técnico de drenagem e complexo esportivo com piscinas e quadras de basquete e vôlei. A proximidade do Mundial e a falta de verba forçaram o abandono do ambicioso projeto, e a finalização do estádio foi feita a toque de caixa.
O Estádio, contudo, deu conta do recado e os belo-horizontinos puderam assistir de perto a importantes seleções, incluindo a futura campeã: Suíça, Iugoslávia, Estados Unidos, Inglaterra, Uruguai e Bolívia. O Uruguai derrotou a Bolívia por 8 a 0, em jogo classificado como inexpressivo pela imprensa mineira, que não sabia estar diante do “carrasco” do Brasil.
A Belo Horizonte de hoje, por outro lado, é uma das principais metrópoles do país, contando com mais de 2 milhões de habitantes e um dos mais importantes estádios do país, o Mineirão.
Para atender às demandas da Copa 2014, entretanto, a capital precisará investir em infraestrutura e mobilidade urbana. Na pauta do dia, estão a ampliação do Aeroporto de Confins, o alargamento de vias, melhoras no transporte público, construção de hotéis e a reforma do Mineirão e do Independência.
Superintendência de Comunicação Institucional