CPI DAS BARRAGENS

Prazo para obra de captação no Paraopeba preocupa vereadores

Mineradora Vale tem até setembro de 2020 para concluir a obra. Oitiva com gestores da Copasa será dia 4 de julho (quinta-feira)

terça-feira, 25 Junho, 2019 - 17:30
Parlamentares compõem mesa de reunião

Foto: Bernardo Dias/ CMBH

Em homenagem às 24 vítimas que ainda seguem desaparecidas, após o rompimento de barragem da Vale em Brumadinho (MG), a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Barragens iniciou a reunião desta terça-feira (25/6) com um minuto de silêncio. Os parlamentares fizeram um balanço parcial das atividades e manifestaram preocupação com o descumprimento de prazos por parte da mineradora, lembrando que o novo ponto de captação no Rio Paraopeba deve estar concluso até setembro de 2020 e pouco teria sido feito até o momento. Foi remarcada para a próxima semana (quinta-feira, 4 de julho), a oitava com os diretores da Copasa, que não puderam comparecer à reunião de hoje. Os gestores devem responder sobre a interrupção na captação no Rio Paraopeba, a qualidade da água e os impactos no abastecimento da capital.

A CPI aprovou a realização de novas oitivas de autoridades de diversos órgãos, para o mês de julho. Já na próxima terça-feira (2/7), a partir das 10h, a comissão vai receber  representantes do Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam); da Fundação Estadual de Meio Ambiente (Feam) e do Instituto Estadual de Florestas (IEF). Confira aqui o resultado completo da reunião.

Prazos e perspectivas

Presidente da CPI, o vereador Edmar Branco (Avante) lembrou que, há um mês e 15 dias, a Vale assinou acordo para que a mineradora construa, até setembro do ano que vem, uma nova estrutura para captação de água no Paraopeba, em ponto não contaminado do manancial. “Nada ainda foi feito, e precisamos ficar atentos a isso", alertou o vereador, lembrando que o termo foi acordado com o Ministério Público Federal (MPF) e o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG).

Em balanço parcial das atividades da CPI, a partir das visitas técnicas já realizadas, Bella Gonçalves (Psol) demostrou também preocupação com um reiterado descumprimento de prazos por parte da Vale e destacou que as visitas feitas apontam para cenários que requerem uma reflexão mais profunda sobre a política da mineradora. “Tem-se construído no Estado uma política de atingidos por barragens e não uma política para a mitigação dos riscos que elas (barragens) representam”, alertou a vereadora. "Existe uma política de obras emergenciais, onde as populações são evacuadas e as obras vão avançando. É apenas mitigação ou já tem ali um desejo de exploração mineral, como têm denunciado alguns ambientalistas?”, questionou a vereadora.

Relator da comissão, o vereador Irlan Melo (PL) lembrou que a CPI das Barragens teve o grande mérito de apontar a possibilidade real de uma crise hídrica em BH, despertando inclusive os órgãos ligados ao judiciário para o assunto. Segundo o parlamentar, a CPI terá ainda o desafio de apontar alternativas para a captação de águas para o abastecimento da capital mineira, uma vez que as bacias estão ameaçadas pela possibilidade de novos rompimentos de barragens. “Eu sei que, ao final, esta CPI vai entregar um relatório que deve apontar problemas e também soluções. O que não podemos aceitar é que Belo Horizonte fique à margem, dependente de uma empresa”, afirmou.

Também o vereador Wesley Autoescola (PRP) destacou a importância de acompanhar as ações da mineradora quanto à obra para captação no Paraopeba, uma vez que as regiões em que atua – o Barreiro e a Oeste - já convivem com episódios de falta de água.

Assista ao vídeo da reunião na íntegra.

Superintendência de Comunicação Institucional

13ª Reunião - Comissão Parlamentar de Inquérito