SAÚDE MENTAL

Em visita técnica, Centro de Convivência Oeste recebe avaliação positiva

Unidade tem boa estrutura e oferece oficinas de arte e oportunidade de inserção no mercado de trabalho a pessoas com sofrimento mental

segunda-feira, 5 Novembro, 2018 - 15:30

Foto: Ernandes/CMBH

Na entrada, a escada tem pedras coloridas com pinturas. No interior, paredes com trechos de músicas, frases, desenhos, colagens. Em uma das salas, objetos artísticos ou artesanais para venda. Em outra, pessoas participam de uma oficina de artes plásticas. Essa é a visão de quem chega ao Centro de Convivência Oeste, na Rua General Andrade Neves, nº 25, no Bairro Gutierrez. O local recebe pessoas que fazem tratamento psiquiátrico na rede de saúde mental, pública ou privada, e são encaminhadas por profissionais de saúde mental ou da família. Lá, além de participar de oficinas variadas (letras e jogos, bordado e costura, teatro e relaxamento, dentre outras), visitas culturais e eventos, os usuários podem integrar um projeto de inserção no mercado formal de trabalho, oferecido pela unidade. O Centro foi visitado nesta segunda-feira (5/11) pela Comissão de Saúde e Saneamento da CMBH, por requerimento do vereador Irlan Melo (PR).

“Vamos trabalhar no sentido de reconectar a pessoa com a família, o emprego e a cultura, ampliando a independência, a autonomia e a circulação social desse usuário. Para isso, estamos conectados com a rede de saúde, com os profissionais que acompanham essas pessoas, construindo projetos terapêuticos singulares”, explica a gerente do Centro de Convivência Oeste, a psicóloga Giselle Amorim, garantindo, ainda, que os projetos desenvolvidos têm a participação dos usuários.

Atualmente, são 125 pessoas cadastradas e cerca de 700 atendimentos realizados por mês. Amorim conta que faz uma entrevista inicial para acolher o usuário e entender a situação dele em relação ao rompimento de laços sociais. “Às vezes a pessoa parou de estudar ou trabalhar por conta de um adoecimento psíquico, mas quer retomar projetos de vida. Vamos pensar nesse sujeito e nos projetos que ele quer ter. A partir disso, vamos construir com cada um quais são as suas possibilidades”, elucida Amorim. O prontuário eletrônico permite o acompanhamento dos casos pelas unidades de saúde onde os pacientes são atendidos clinicamente.

Oficinas e trabalho

O foco do trabalho do Centro são as oficinas oferecidas por monitores, de 8 às 12h e 13 às 17h: letras e jogos, bordado e costura, teatro e relaxamento, mosaico, desenho e pintura, música, artesanato, arte em papel, toy art e lian gong (ginástica chinesa). No dia a dia, também são realizadas reuniões de familiares, encontros de usuários, passeios e eventos diversos, alguns dos quais têm a participação direta de quem frequenta a unidade – uma exposição de artes plásticas do Centro está na Rodoviária de Belo Horizonte desde o início do mês. “Isso traz um impacto em termos da representação social do louco. Ao verem o trabalho, as pessoas ficam muito surpresas com a capacidade, o comprometimento e a seriedade dessas pessoas”, comemora Amorim.

Além disso, desde 2014, os usuários podem ser encaminhados para o mercado formal de trabalho, uma parceria do Centro de Convivência com o Ministério do Trabalho e Emprego, Senac, Rede Cidadã, Suricato (cooperativa de saúde mental) e diversas empresas. Atualmente, 22 usuários do Centro de Convivência Oeste estão trabalhando por meio dessa iniciativa. Eles também podem ser ajudados a retomar os estudos, por encaminhamento a turmas na própria comunidade onde vivem. Em outros dos nove centros de convivência existentes em Belo Horizonte há turmas de educação de jovens e adultos, mas na unidade Oeste a demanda é pequena.

O vereador Irlan Melo (PR) considerou as condições de infraestrutura da unidade “muito boas”, embora tenha levado consigo demandas da comunidade. Um dos aparelhos de ar condicionado precisa ser substituído, falta um profissional de educação física e um porteiro é a maior necessidade do local.  “Vamos solicitar também que a prefeitura venha fazer uma vistoria para ver a questão da estrutura. Sempre é bom verificar questões como vazamento, infiltrações e substituição de lâmpadas pelas de LED, que têm um custo mais baixo”, afirma. A gerente Giselle Amorim também chamou a atenção para o horário da placa de embarque e desembarque em frente ao local, que deveria ser de 8 às 17h, ao invés de 9h30 às 16h.

Superintendência de Comunicação Institucional

 

Visita técnica - Centro de convivência Oeste - Comissão de Saúde e Saneamento