Comunidade quer apoio da SLU para campanhas de conscientização
Em processo avançado de regularização fundiária, moradores da Vila Acaba Mundo reforçam a limpeza e revitalizam nascentes locais
Foto: Rafa Aguiar / CMBH
Instalada, há mais de 70 anos, no limite entre os Bairros Sion e Mangabeiras (Região Centro-sul da capital), a Vila Acaba Mundo reúne mais de 600 famílias, que vivem às margens da extinta Mineração Lagoa Seca. Mesmo sendo uma das comunidades mais antigas de Belo Horizonte, a Vila Acaba Mundo ainda luta pela regularização dos imóveis e a garantia da moradia digna. Em visita técnica ao local, a Comissão de Saúde e Saneamento acompanhou o esforço coletivo dos moradores para revitalização da área, limpeza dos córregos e destinação adequada do lixo. Foi solicitado apoio da Superintendência de Limpeza Urbana (SLU) no recolhimento de entulhos e na realização de campanhas de conscientização junto aos moradores.
Autor do requerimento para a visita, o vereador Pedro Patrus (PT) explicou que a presença dos parlamentares e representantes da Prefeitura no local foi solicitada pelos próprios moradores em audiência pública realizada no último mês de agosto. Na ocasião, em que se discutiu o processo de regularização fundiária na vila, a comunidade havia questionado o excesso de lixo acumulado nos pontos de confinamento (à espera de coleta pelos caminhões da SLU) e a urgência na realização de algumas intervenções estruturais como a recuperação e alargamento de becos, que facilitariam inclusive o acesso dos garis para limpeza de rotina.
Limpeza e meio-ambiente
Representante da SLU na Regional Centro-sul, Denilson Pereira explicou que o órgão tem cumprido com seu papel na coleta do lixo e limpeza da vila. “Mantemos cinco garis, diariamente, na comunidade para realizar a coleta do lixo porta a porta”, lembrou o servidor, contando que, diante da impossibilidade de subir com os caminhões pelos becos, o lixo dos moradores é recolhido e depositado em uma área na entrada da vila, conhecida como ponto de confinamento. O serviço é prestado todos os dias, de segunda a sábado, no período da manhã.
“O problema aqui não é o nosso atendimento. É o lixo clandestino”, afirmou Pereira, destacando os rejeitos depositados diretamente por moradores e pessoas externas, como sofás velhos, podas de árvores e restos orgânicos desembalados. Para o recolhimento desse tipo de material, Denilson Pereira explicou que a Prefeitura disponibiliza poucos caminhões para toda a cidade, o que dificultaria o atendimento regular.
“É importante respeitar o horário da coleta”, lembrou o servidor. De acordo com o órgão, ainda é comum, em toda a cidade, que as pessoas depositem o lixo após a passagem do caminhão, ocasionando um acúmulo constante nas vias públicas.
Reconhecendo a atuação da SLU, o presidente da Associação dos Moradores da Vila Acaba Mundo, Laerte Gonçalves, afirmou que a comunidade precisa do apoio do órgão para ações de conscientização dos moradores. “Temos trabalhado nesse sentido, e a limpeza da vila já melhorou muito nos últimos meses”, destacou o morador, pontuando as intervenções de saneamento, higienização do córrego e recuperação da nascente como ações fundamentais.
Há cerca de dois anos, com o apoio de grupos universitários, a comunidade iniciou um processo de recuperação de uma ampla área verde na cabeceira do Córrego Desenganos, na parte alta da vila. Livre de entulho e de construções irregulares, a área vem sendo ocupada com o plantio de dezenas de mudas, já apresentando uma invejável cobertura vegetal. Preservado, e em constante recuperação, o espaço tem se tornado um ponto cultural comunitário, palco de assembleias, reuniões e apresentações artísticas.
Regularização fundiária
“O sonho de todo mundo é poder permanecer nas suas casas”, afirmou Laerte Gonçalves, destacando que as perspectivas de permanência estão aumentando entre os moradores, em razão dos avanços nas ações de regularização fundiária por meio do usucapião. “Nesse sentido, as promessas de permanência favorecem o cuidado com o espaço”, concluiu o morador, lembrando que as pessoas passaram a ter mais tranquilidade e confiança para investir em melhorias nas suas casas e na recuperação dos espaços comuns.
Convidada para a visita, a Companhia Urbanizadora de Belo Horizonte (Urbel) não enviou representantes. Diante disso, Pedro Patrus garantiu que vai cobrar do órgão alguma resposta e encaminhamentos para as obras emergenciais requisitadas pelos moradores.
Superintendência de Comunicação Institucional
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