Servidores da Urbel reivindicam melhores condições de trabalho
Reunião com o secretário de Governo e mesa de negociação com sindicatos estão entre encaminhamentos definidos na audiência

Foto: Rafaella Ribeiro/CMBH
Realização de concurso público em 2025, reajuste dos salários dos servidores em 10%, revisão do plano de cargos e salários, aumento do auxílio-alimentação e progressão de carreira por escolaridade. Essas são as reivindicações de trabalhadores da Companhia Urbanizadora e de Habitação de Belo Horizonte (Urbel) apresentadas durante audiência pública realizada pela Comissão de Administração Pública e Segurança Pública, na manhã desta segunda-feira (2/6). Na reunião, os servidores da companhia ainda denunciaram o “sucateamento da Urbel, descaso e falta de diálogo”. A solicitação de uma reunião com o secretário de Governo, Guilherme Daltro; uma mesa de negociação para estabelecer condições e cronograma para realização de um concurso público e o envio de uma indicação com sugestões à Prefeitura de Belo Horizonte e à Urbel são os encaminhamentos a serem realizados pela comissão.
Wagner Ferreira (PV), requerente do debate, ao lado do Dr. Bruno Pedralva (PT), destacou a importância do trabalho da Urbel para a capital mineira, em especial para pessoas mais vulneráveis. O presidente da Comissão de Administração Pública e Segurança Pública, Wagner Ferreira, considera que as atuais condições de trabalho dos servidores da companhia atentam contra a eficiência do setor público.
“É um trabalho relevante. E para se exercer cada vez mais com eficiência é preciso ter uma carreira à altura do trabalho desempenhado. É preciso realizar concursos públicos. São mais de 10 anos sem um concurso. Hoje a gente não pode permitir que isso aconteça. Isso atenta contra a eficiência do setor público. A recomposição e o reajuste salarial é direito de todo trabalhador”, declarou o parlamentar.
Ausência de diálogo e descaso
Dirigentes dos três sindicatos que representam os servidores da Urbel relataram a ausência de diálogo e falta de compromisso da companhia com os trabalhadores. Para os representantes das entidades sindicais, a situação atual retrata um “sucateamento da Urbel e um descaso sem precedentes com os trabalhadores”. O diretor do Sindicato dos Trabalhadores Ativos e Aposentados em Empresas de Assessoramento, Pesquisas, Perícias, Informações e Agentes Autônomos (Sintappi-MG), Ernesto Passos de Andrade, relatou que a proposta feita pela companhia foi levada em assembleia e recusada por unanimidade pelos servidores, que a consideraram insatisfatória e insuficiente para resolver os problemas atuais.
“Essa é uma situação gravíssima dentro da Urbel. [...] A desvalorização dos trabalhadores parece ser uma meta da atual direção. Menos de um empregado por vila e favela da cidade é um sucateamento da Urbel. Isso é uma realidade assombrosa”, declarou Ernesto Passos.
Representante do Sindicato dos Engenheiros (Senge), Washington Monteiro Silva afirmou que a Companhia Urbanizadora e de Habitação de Belo Horizonte não aceitou nenhuma das reivindicações feitas pelos servidores. “A Urbel tem um papel relevante para a cidade e a gente vem sofrendo historicamente com essas questões [...] Todos os nossos pedidos foram ignorados. A gente não aceita mais promessa da Urbel”, declarou Washington.
Urbel e prefeitura se posicionam
As representantes da Urbel presentes ao debate reconheceram a importância da companhia como um “instrumento estratégico de transformação urbana e inclusão social”, e afirmaram que estudos para a realização do concurso público já estão sendo feitos. A diretora administrativa e financeira da Urbel, Tânia de Lourdes Silva, declarou que o diagnóstico da necessidade da administração e o impacto financeiro, estudos necessários à realização do concurso, já estão em andamento. Porém, Tânia ressaltou que a companhia não possui receita própria e que depende de uma diretriz do Executivo.
“Nós precisamos abrir um edital de concurso de forma responsável, até porque a Urbel não tem autonomia financeira. Nós dependemos de transferência do recurso ordinário do Tesouro. Precisamos receber um comando, uma diretriz do Executivo para que possamos avançar”, afirmou Tânia.
A subsecretária de gestão de pessoas da Secretária Municipal de Planejamento, Orçamento e Gestão, Hélen Delfim, declarou que a prefeitura está à disposição para auxiliar no que for necessário com relação aos estudos para realização do concurso público e também para a melhoria do plano de carreiras da companhia.
Encaminhamentos
Acolhendo as sugestões feitas durante o debate, Wagner Ferreira anunciou os encaminhamentos da audiência pública. O parlamentar afirmou que vai solicitar a assinatura dos demais 40 vereadores para uma indicação a ser envida para a prefeitura e para a Urbel, manifestando o apoio da Câmara Municipal à pauta do servidores da companhia.
Além disso, será solicitada uma reunião dos representantes das entidades sindicais com o secretário de Governo, Guilherme Daltro. Por fim, foi aprovada a realização de uma mesa de negociação para discutir as condições e estabelecer um cronograma para a realização do concurso público. Participarão da mesa representantes dos sindicatos, da Urbel e da Subsecretaria de Gestão de Pessoas da PBH (Sugesp).
Superintendência de Comunicação Institucional