Seminário debate projetos de história oral em instituições públicas
Mesa contou com a apresentação de iniciativas da CMBH, do Ministério Público de Minas Gerais e do Tribunal Regional do Trabalho

Foto: Cristina Medeiros/CMBH
Como parte da programação da Semana Nacional de Arquivos, o seminário “Imagens e oralidades: a vivência humana como possibilidade para a salvaguarda de acervos institucionais” discutiu as metodologias e os desafios para implementação de projetos de história oral em instituições públicas. A mesa “A história oral como base para a criação de acervos históricos”, realizada na tarde desta quinta-feira (12/6), contou com relatos de experiência de implementação dos projetos desenvolvidos pela Câmara Municipal de Belo Horizonte, pelo Ministério Público de MInas Gerais (MPMG) e pelo Tribunal Regional do Trabalho de Minas Gerais (TRT-MG). O evento teve ainda a participação da professora Miriam Hermeto, do Laboratório de História do Tempo Presente da UFMG.
Representante da Seção de Controle e Gestão Arquivística (Secarq) da CMBH, a historiadora Maria Ferraz falou sobre a experiência de implementação do Projeto de História Oral da Casa, destacando a importância do Convênio de Cooperação Técnica firmado entre a Câmara Municipal e o Arquivo Público da Cidade de Belo Horizonte (APCBH). Maria relatou os desafios enfrentados para a manutenção da iniciativa e a importância da realização da mesa como um espaço de troca de experiências.
“O projeto está em processo de construção, daí a importância deste evento como um espaço de troca, tanto para a gente conversar com outras instituições que já realizam um projeto de história oral, como também conversar com pesquisadores, no caso a professora Miriam Hermeto, para a gente conseguir dialogar e aprimorar um pouco mais esse projeto”, declarou Maria Ferraz.
Na sequência, as historiadoras Bruna Roriz, do TRT-MG; e Karol Guimarães, do MPMG, apresentaram os projetos desenvolvidos pelas instituições. As historiadoras falaram sobre as metodologias de trabalho implementadas e os desafios encontrados para execução dos projetos. Buscando ilustrar a forma como os relatos são produzidos, as palestrantes mostraram vídeos de trabalhos já realizados no âmbito dos programas.
Oralidades, memória e história
Coordenadora do Laboratório de História do Tempo Presente da Universidade Federal de Minas Gerais (LTHP/UFMG), a professora Miriam Hermeto abordou os sentidos da oralidade para pesquisas que envolvem história e memória. Segundo Miriam, cada instituição vai buscar e encontrar os seus sentidos próprios, “mas há sentidos que são de fundo, que atravessam as instituições”. Para a pesquisadora, as instituições públicas são vistas como uma coisa única, distantes e de grandes dimensões. Os projetos de história oral humanizam esses órgãos.
“O encontro entre as experiências individuais e os lugares em que elas atuam permite perceber essas instituições como históricos, construídos por sujeitos diversos. Permite tirar esse senso comum de que elas são uma coisa única. Os projetos de história oral são processos onde importa muito mais o como é dito, o por que é dito e o quando é dito do que, no fim das contas, o que foi dito”, afirmou Miriam.
Imagens e oralidades
A mesa encerrou o seminário “Imagens e oralidades: a vivência humana como possibilidade para a salvaguarda de acervos institucionais”. Iniciativa da Secarq, o evento integrou a programação da Semana Nacional de Arquivos, promovida pelo Arquivo Nacional do Brasil. Além da mesa que abordou os projetos de história oral, o seminário contou com uma mesa sobre fotografia e memória, e uma oficina de preservação de documentos fotográficos.
Superintendência de Comunicação Institucional