CMBH lança campanha de conscientização sobre preservação da cidade no Carnaval
Ação educativa começa nesta quarta-feira (5/2), em outdoors, bancas de revista e no rádio
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Mais de mil toneladas de resíduos foram recolhidos das ruas de Belo Horizonte entre 27 de janeiro e 18 de fevereiro do ano passado, segundo a Prefeitura, em função das comemorações de Carnaval. Para conscientizar a população e incentivar uma atitude responsável ao festejar nos espaços públicos, a Câmara Municipal lança a campanha “Os blocos passam, BH fica”, com peças publicitárias espalhadas pela cidade e um spot de rádio. As imagens fazem alusão a pontos turísticos da capital, com foliões se divertindo à caráter, e apresentam texto convidando o cidadão a cuidar do patrimônio que pertence a todos os belo-horizontinos.
Festa limpa
Para Professor Juliano Lopes (Podemos), presidente da CMBH, a iniciativa visa a preservação dos bens públicos em um evento tão relevante para o cenário local. “O Carnaval é uma manifestação cultural que valoriza a diversidade, movimenta a economia, gera empregos temporários e renda para os ambulantes, além de promover a valorização da cultura de BH e a integração social”, afirma. De acordo com ele, a campanha é uma ação de responsabilidade da Casa com Belo Horizonte. No ano passado, além de todo o lixo recolhido na festa, foram gastos 3,2 milhões de litros de água, 47 mil litros de água sanitária e mais de mil quilos de sabão para lavar as ruas após as celebrações.
Regulamentação e fomento
Leis municipais de autoria parlamentar procuram ampliar a valorização do Carnaval e o fomento destinado aos grupos que participam da celebração, bem como garantir a infraestrutura necessária à população que aproveita a festa. Assinada por Professora Marli (PP) e outros três vereadores, a Lei 11.815, de 2025 declara o valor histórico e cultural dos blocos caricatos como manifestação de natureza imaterial e de origem belo-horizontina, e cria o Programa de Proteção, Incentivo e Valorização deles.
De mesma autoria, o PL 969/2024, aprovado em 2º turno e em fase de redação final, reconhece o Carnaval como manifestação artístico-cultural, popular e democrática, e propõe ações do poder público para apoiar sua realização e incentivar a cultura carnavalesca o ano todo. Entre as medidas previstas estão a obrigação de manter o uso livre do espaço público, a permissão de comércio ambulante durante os dias da festa e a desburocratização de licenciamentos, inscrições em editais e prestações de contas. A proposição ainda deve passar pela sanção ou veto do Executivo.
O resgate de um movimento cultural
O Carnaval de Belo Horizonte começou antes mesmo da fundação da cidade, quando os trabalhadores que construíam a capital passaram a pintar o rosto com carvão e desfilar em carroças para celebrar a data. Grandes desfiles de escolas de samba chegaram a ser realizados nas décadas de 1980 e 1990, caindo em declínio até a década de 2010, quando agentes culturais retomaram a festa nas ruas.
Desde então, de acordo com o Grupo de Trabalho (GT) sobre o Carnaval realizado na CMBH em 2023 e 2024, a celebração ganhou grande importância cultural local, tendo recebido no ano passado 5,5 milhões de foliões, contando também os períodos de pré e pós-Carnaval. Desses, 262 mil eram turistas, fazendo com que a ocupação hoteleira chegasse a 71,8%. O relatório final do GT de 2024 ainda relata que a movimentação financeira da folia foi estimada em quase um bilhão de reais para a cidade, gerando 20 mil postos de trabalho.
Estudos e melhorias
O Grupo de Trabalho do Carnaval de 2023 dialogou com escolas de samba e blocos para registrar suas principais demandas, produzindo, ainda, dados e indicadores com a série histórica dos últimos 15 anos, e realizando um estudo comparativo sobre legislações existentes em outros municípios. Em 2024, o GT fez reuniões com representantes de blocos caricatos, de catadores de recicláveis e da Empresa Municipal de Turismo de Belo Horizonte (Belotur) para debater as principais demandas da festa e elaborar projetos de lei que reconhecessem o Carnaval e fomentassem os cortejos.
O relatório final do ano passado trouxe uma série de indicações ao poder público, voltadas para a necessidade de simplificar e facilitar o processo de cadastramento de trabalhadores ambulantes, aumentar os valores dos auxílios para os blocos caricatos, escolas de samba, blocos de rua e blocos afro, e criar um observatório dos casos de racismo, assédio e importunação sexual, LGBTfobia e outras violências no Carnaval, entre outras ações recomendadas a partir dos estudos.
Superintendência de Comunicação Institucional