Moradores do Palmares querem medidas contra incêndios recorrentes na área verde
Ações solicitadas envolvem manejo técnico; promoção da educação ambiental; e ampliação da vigilância
Foto: Cláudio Rabelo/CMBH
A prevenção e combate aos incêndios que acometem anualmente o Parque Municipal Renato Azeredo, nos períodos de estiagem, foram debatidas nesta segunda-feira (6/11) na Comissão de Meio Ambiente, Defesa dos Animais e Política Urbana. O Parque possui uma área aproximada de 92.700 metros quadrados e abriga vegetação remanescente de Cerrado e Mata Atlântica, além de equipamentos para lazer, prática esportiva e convivência. Na audiência pública, requerida por Ciro Pereira (PTB), a Associação de Moradores e Amigos do Bairro Palmares - Viver Palmares reivindicou uma série de medidas contra as queimadas, como: a promoção de ações de educação ambiental; manejo técnico e ampliação da vigilância. Conforme a PBH, ações pela preservação da área verde do Parque Municipal Renato Azeredo e de prevenção e combate a incêndios já vêm sendo implementadas. No dia 4 de dezembro, o poder público e a Associação irão se reunir novamente com o intuito de aprofundar o debate sobre as questões tratadas.
De acordo com Floriano Santos, diretor da Associação Viver Palmares, o incêndio no Parque Municipal Renato Azeredo é uma “tragédia anunciada”, que se repete anualmente. O morador da região conta que, neste ano, os bombeiros demoraram a agir após o início da queimada, o que fez com que o fogo atingisse 80% da área.
Um abaixo-assinado que já conta com a adesão de mais de 500 pessoas solicita diversas ações contra incêndios na área, como o cercamento completo do Parque, instalação de hidrante, vigilância física e eletrônica e incremento da proteção com brigadistas voluntários. A comunidade sugere ainda a abertura de aceiros, ou faixas de terreno sem vegetação, que impedem o alastramento do fogo entre os espaços cobertos de vegetação.
A promoção de ações de conscientização e educação ambiental, o plantio de mais espécies arbóreas, a instalação de placas informativas no entorno com mensagens sobre o correto uso do espaço e a constituição de um conselho gestor voluntário para o equipamento, assegurando a participação popular, também estão entre as medidas propostas.
Ações previstas e realizadas
De acordo com a PBH, representada pelo secretário de Meio Ambiente, José Reis de Barros, servidores da Fundação de Parques Municipais e Zoobotânica e da Administração Regional Nordeste, a recuperação do cercamento do Parque já foi feita e, atualmente, o Município está chumbando a base da tela que protege a área, de modo a dificultar a ação de vândalos e pessoas de má-fé, que eram facilitadas pela fragilidade da estrutura.
Ainda conforme a Prefeitura, a limpeza de áreas para conter a proliferação do fogo (aceiro) já é feita regularmente e faz parte do plano de manejo; além disso, a PBH anunciou que pretende dividir o espaço em oito quadrantes, em vez de quatro, ampliando o número de aceiros, o que deve impedir que o fogo em um quadrante se espalhe para as outras áreas do Parque.
Quanto à instalação de hidrante, a Prefeitura afirmou que a proposta é bem-vinda e que o equipamento poderia ser utilizado para proteger não apenas o Parque contra incêndios, mas também outras áreas do bairro.
A PBH relatou ainda o plantio de espécies arbóreas com mais de 1,80m de altura, e o manejo técnico de uma espécie invasora de capim, o colonião; no período de chuvas, o colonião ceifado é deixado no local para abafar aquele que tenta crescer. Já no período seco o colonião é retirado para evitar incêndios. Outra medida diz repeito à garantia de que a empresa contratada para plantar as árvores seja também responsável pela manutenção das mesmas.
A implantação de vigilância eletrônica nos mais de 90 mil metros quadrados do Parque Renato Azevedo, e em outros parques da capital, que também é um desejo da PBH, pode ser viabilizada, segundo os gestores, pela adoção dos espaços por empresas privadas situadas nos bairros, a qual garantiria o uso dessa tecnologia mediante adesão a programa municipal já existente. Como exemplo de área pública bem cuidada, foi citada a Praça Floriano Peixoto, no Santa Efigênia, adotada por uma empresa que, em contrapartida, anuncia sua marca no espaço. A experiência, segundo a PBH, poderia servir de exemplo, garantindo a vigilância eletrônica no Renato Azeredo.
A Prefeitura também afirmou que a realização de eventos no Parque não é burocrática, pois o Município pede apenas cinco dias para responder a solicitações do gênero. Já em relação à demanda da instituição de um conselho gestor com participação da sociedade civil para o aprimoramento e a democratização dae tomadas de decisão relacionadas ao Parque, a PBH disse que a proposta poderá avançar a partir da reunião com a comunidade para tratar da questão, prevista para o dia 4 de dezembro.
Destinação de recursos
O requerente da audiência e atual presidente da Comissão de Meio Ambiente, Ciro Pereira, solicitou que as demandas dos moradores do Palmares e região sejam atendidas pela Prefeitura, e lembrou, ainda, que destinou mais de R$ 250 mil em emendas para a revitalização do Parque Renato Azeredo.
Assista a íntegra da reunião.
Superintendência de Comunicação Institucional