DIREITOS HUMANOS

Legislativo cobra resposta sobre políticas para pessoa em situação de rua

Requerimento datado de agosto de 2022 permanece sem resposta. Caso de racismo em escola também foi questionado

terça-feira, 8 Agosto, 2023 - 12:15
imagem de um boneco de madeira, deitado no chão e usando um cobertor para cobrir o corpo. Ao fundo, o pirulito da Praça Sete

Foto: Karoline Barreto/CMBH

A Comissão de Direitos Humanos, Habitação, Igualdade Racial e Defesa do Consumidor quer saber da PBH quais foram, nos últimos oito anos, as ações e políticas assistenciais desenvolvidas pelo Município destinadas à população em situação de rua em Belo Horizonte. O requerimento, assinado por Fernanda Pereira Altoé (Novo) e aprovado em reunião nesta terça-feira (8/8), reitera um pedido de informação encaminhado à Prefeitura de Belo Horizonte e à Secretaria Municipal de Assistência Social, Segurança Alimentar e Cidadania (Smasac) em agosto de 2022, ainda não respondido. Durante a reunião, o colegiado aprovou requerimento questionando a Secretaria Municipal de Educação (Smed) acerca de um suposto caso de racismo cometido nas dependências de uma escola municipal pela Guarda Municipal contra um oficineiro que estava a trabalho na unidade. A comissão perdeu o prazo para emissão de parecer sobre o Projeto de Lei 586/2023, de autoria de Janaína Cardoso (União), que propõe um limite máximo de descargas diárias para os carroceiros que utilizam as URPVs.

População de rua

A pedido de Fernanda Altoé, o colegiado aprovou requerimento destinado ao prefeito Fuad Noman (PSD) e à titular da pasta da Smasac, Rosilene Rocha, questionando os programas destinados à população em situação de rua na capital mineira. A comissão solicita que sejam discriminadas as ações e políticas assistenciais desenvolvidas nos últimos 8 anos e como se dá o monitoramento e aperfeiçoamento dessas políticas assistenciais, bem como os resultados obtidos. O grupo também quer saber qual o montante gasto com cada uma dessas ações no período, qual o público-alvo e quais os critérios adotados para sua escolha.

No requerimento, os vereadores solicitam que sejam enviados os dados e estatísticas que possam indicar a eficácia das medidas adotadas. Eles também questionam se o “Comitê de monitoramento e assessoramento da política municipal para população em situação de rua", criado pela PBH em 2010, está em funcionamento, quem são seus integrantes e quais os resultados apresentados até os dias de hoje.

Por fim, os parlamentares pedem informações sobre o número real de indivíduos vivendo em situação de rua na cidade. Eles querem saber se existe cadastro oficial dessas pessoas e se há, por parte da PBH, controle e acompanhamento desse número, se tais registros possuem dados pessoais detalhados e, em caso negativo, qual seria o motivo para a inconsistência nas informações.  

Racismo

A informação de que o jovem trabalhador "oficineiro", Bryan Pinto de Oliveira, sofreu agressão por parte da Guarda Municipal durante seu horário de trabalho em uma escola municipal de Venda Nova motivou o colegiado a aprovar requerimento , destinado ao secretário Charles Diniz, questionando se a Smed tem conhecimento do fato e quais medidas foram adotadas. O requerimento, assinado por Iza Lourença (Psol) e Pedro Patrus (PT), informa que o jovem trabalhador foi injustamente chamado de estelionatário pela Guarda Municipal e este xingamento, como foi dito pelo próprio trabalhador, foi utilizado pela diretora da escola para se referir a ele, diante de pais e estudantes. Este comportamento da diretora gerou constrangimento e humilhação ao jovem, uma vez que ele trabalha nas escolas da região. 

A comissão quer saber se a Smed já tinha conhecimento do fato e se tomou providência para investigar a atuação da diretora da escola no episódio, ou, em caso negativo, o que fundamentou a decisão de não apurar. Os parlamentares questionam se há colaboração entre a Secretaria de Educação e a Guarda Municipal para estabelecer os procedimentos de abordagem no interior das escolas e, ainda, qual a orientação da Smed para que os gestores escolares não tenham ações preconceituosas e discriminatórias em relação aos prestadores de serviço. 

PL 586/2023

Em pauta, o PL 586/2023, que Institui o Sistema de Gestão Sustentável de Resíduos da Construção Civil e Resíduos Volumosos e o Plano Municipal de Gerenciamento Integrado de Resíduos da Construção Civil e Resíduos Volumosos, deixou de ser analisado pela comissão. A proposição, assinada por Janaína Cardoso, sugere alterar a legislação municipal de modo a determinar que os transportadores que utilizam veículos de tração animal possam realizar, nas Unidades Regionais de Pequenos volumes (URPV), no máximo duas descargas no período da manhã e outras duas no período da tarde, de segunda a sexta-feira, além de até duas descargas aos sábados. No entendimento da parlamentar, a regulação do número de carretos seria uma forma de evitar maus-tratos e mitigar o sofrimento dos animais, que muitas vezes são submetidos a jornadas extenuantes de trabalho.

O PL recebeu parecer pela constitucionalidade, legalidade e regimentalidade na CLJ e parecer pela aprovação na Comissão de Meio Ambiente, Defesa dos Animais e Política Urbana. Além da Comissão de Direitos Humanos, a Comissão de Saúde e Saneamento também não emitiu parecer no prazo regimental. O texto já pode ir a Plenário para votação em 1º turno e precisa de 21 votos favoráveis para aprovação. 

Superintendência de Comunicação Institucional 

25ª Reunião - Ordinária - Comissão de Direitos Humanos, Habitação, Igualdade Racial e Defesa do Consumidor