CASA DO POVO E DA ARTE

Câmara Municipal terá obra de artista plástica belo-horizontina centenária

Aluna de Guignard e Edith Behring, Maria Helena Andrés estudou na tradicional Escola do Parque e obra busca transcender o espaço

segunda-feira, 13 Março, 2023 - 11:15

Foto: Barbara Crepaldi/CMBH

A Câmara Municipal de Belo Horizonte recebeu na última sexta-feira (10/3) a visita da artista plástica Maria Helena Andrés. A artesã belo-horizontina, que em agosto do ano passado completou 100 anos de vida, foi recebida pelo presidente Gabriel (sem partido), que ao lado dela percorreu corredores e jardins da Casa para que a artista escolhesse o local que abrigará um painel ou escultura de sua autoria. Ao receber o convite do parlamentar, a artista, escritora e educadora, com mais de 60 anos de produção e sete livros publicados, revelou alegria e um sentimento de reconhecimento da cidade que é a sua terra natal. "Fico muito feliz. Eu nasci em Belo Horizonte. Fui criada aqui e estudei na Escola do Parque. Então acho justo que eu tenha uma obra aqui", contou.

A ideia de tornar o prédio do Legislativo Municipal um espaço diverso, que promova a arte e a cultura, e que atraia o cidadão belo-horizontino para visitação foi um dos anúncios de Gabriel ao tomar posse à frente da Casa. O parlamentar, que vem reiterando que a Câmara Municipal é a 'casa do povo', mas também da cultura, da arte e da cidadania, lembrou a presença de outros nomes importantes da arte nacional. "Temos Niemeyer, Amilcar (de Castro) e Yara (Tupynambá). Então não poderia faltar uma obra dessa mulher importante para a nossa história mineira", afirmou o presidente.

Espaço que transcende

Pintora, desenhista, ilustradora, escritora e professora, Maria Helena Andrés principiou os estudos de pintura com Carlos Chambelland, no Rio de Janeiro, no início da década de 1940. A partir de 1944, já em Belo Horizonte, a artista teve como mestres Guignard e Edith Behring, na Escola do Parque, que funcionava dentro do Parque Municipal. A artista, que conta não ter um único tema no seu trabalho, diz que muito do que faz tem inspiração no movimento das águas, dos barcos e no espaço. "Não tenho um tema figurativo. Há sempre uma busca de um espaço maior, no sentido espacial e abstrato", revela.

Entre os anos de 1946 e 1961, Andrés participou de diversas edições do Salão Nacional de Belas Artes, do Salão Nacional de Arte Moderna e da Bienal Internacional de São Paulo. De 1950 a 1970, lecionou pintura e desenho na Escola de Belas Artes de BH, da qual fez parte da direção durante alguns anos. A partir de 1970 realizou viagens ao Oriente e conheceu Nepal, Tibete, Japão, Tailândia e Índia, sendo que nesta última leciounou desenho na Escola de Arte Kalakshetra e criatividade na Theosophical Society. De volta ao Brasil, em meados da década de 1980, Maria Helena Andrés publicou o livro Oriente-Ocidente:Integração de Culturas. Em 1989, leciounou artes na Universidade Holística Internacional, de Brasília.

Atualmente, a artista plástica, que continua a produzir, mantém obras no Museu de Arte Contemporânea de Sâo Paulo, em Confins (Aeroporto Internacional), no prédio da Cemig, além de tapeçarias em igrejas do Rio de Janeiro. Para a Câmara Municipal, tanto a obra como o local que a receberá estão sendo pensados.

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