FURTOS E ROUBOS

Diálogo e trabalho conjunto podem aumentar segurança na orla da Pampulha

Executivo propôs diálogo com a comunidade e forças de segurança. PM e Guarda Municipal podem melhorar monitoramento com ajuda da população 

segunda-feira, 7 Novembro, 2022 - 20:00
Oito homens e uma mulher sentados à mesa em reunião.

Foto: Karoline Barreto/CMBH

Ciclistas, comerciantes e frequentadores da Orla da Lagoa da Pampulha têm sofrido furtos e roubos por grupos de assaltantes em situações, áreas e horários mais vulneráveis do cartão postal de Belo Horizonte. A discussão de medidas efetivas para melhorar a segurança pública no entorno da Lagoa da Pampulha e adjacências foi tema de audiência pública realizada pela Comissão de Direitos Humanos, Igualdade Racial e Defesa do Consumidor, nesta segunda-feira (7/11). A região, considerada Patrimônio Cultural da Humanidade, abriga residências e recebe praticantes de esportes e turistas, todos sujeitos à violência. Foram sugeridas medidas como a implantação de mais bases de policiamento, videomonitoramento, fechamento da orla para pedestres, funcionamento noturno de locais como a Casa do Baile e maior presença de bares e restaurantes. A Polícia Militar informou que monitora a região 24 horas por dia com bases fixas e móveis, e ressaltou a importância do registro das ocorrências para que as ações sejam melhor direcionadas. A Guarda Municipal disse que mantém 148 agentes envolvidos na vigilância de 42 pontos da orla, mas que, a partir do diálogo com a comunidade, pode rever seu planejamento. A Prefeitura reconheceu a necessidade de intensificar a prevenção e se comprometeu a planejar uma reunião no local com moradores. 

Reinaldo Gomes Preto Sacolão (MDB), que solicitou a audiência, ressaltou a importância de aumentar a segurança no local, pois recebeu várias reclamações de esportistas e moradores. O parlamentar contou que ladrões se aproveitam de oportunidades e roubam mulheres, levando bicicletas. Ciclista e frequentador da Orla da Lagoa da Pampulha, o vereador Jorge Santos (Republicanos) disse ter percebido a indignação de comerciantes locais com a insegurança. Ele narrou um episódio em que seu carro foi roubado e outro em que foi abordado por dois homens desarmados. 
 
Pedro Gomes, do grupo Pelotão 555, disse que os ciclistas sozinhos são abordados por ladrões na região do ViaBrasil e próximo ao terminal de ônibus, e pediu empenho das autoridades para enfrentar a questão. A administradora do grupo Famílias no Pedal, Waldenia Duarte Sapore, se emocionou ao contar que voltava da lagoa com uma amiga por volta das 19h30, próximo à Estação Pampulha, quando foi abordada por quatro garotos, que a empurraram e levaram sua bicicleta. Mesmo machucada, foi a uma delegacia da Polícia Civil para registrar a ocorrência, o que terminou quase às 6h da manhã do dia seguinte. Apesar de ter recuperado a bicicleta, toda modificada e depreciada, disse que não vai mais sozinha ao local. 

Maria Elvira Salles, ex-deputada federal (1995-2003), moradora da região há mais de 40 anos e representante da Associação Comercial Empresarial de Minas Gerais, disse que a Pampulha ainda tem muito a melhorar, ressaltando a importância dos diversos grupos atuarem em favor do local em conjunto. “A Pampulha faz parte da autoestima de Belo Horizonte, é um orgulho da cidade”, disse. 

Diálogo, prevenção e monitoramento
 
Major Douglas Bernardino Porto, comandante do 34º Batalhão da Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG), contou que o policiamento da região, onde circulam diariamente até 10 mil pessoas, é feito 24 horas por dia com duas bases comunitárias móveis, três policiais fixos e duas motos cada, além do tático móvel. O comandante disse que é importante o registro das ocorrências de furtos e roubos para direcionar as rondas da PM, e convidou a todos para visitarem a 17ª Cia de Polícia (Rua Jordânia 313, Bairro Ouro Preto) e colaborarem com a segurança pública, para que a PM possa prestar um melhor serviço à comunidade.  
 
O subsecretário e comandante da Guarda Civil Municipal de Belo Horizonte, Rodrigo Sérgio Prates, disse que a corporação não irá solucionar o problema da segurança unilateralmente, mas que tem o enfoque preventivo e está sempre se esforçando para atingir o nível máximo de desempenho. Prates contou que a Guarda tem três locais fixos ao longo da orla, que são a sede, o canil e a Unidade de Segurança Preventiva 24h, além de um guarda fixo no Zoológico, e mostrou a metodologia de vigilância da entidade, que observa 42 pontos, divididos por cinco setores, e tem 148 agentes envolvidos. “Estamos somando esforços, pois todos queremos e mesma coisa, que é aprimorar a segurança na Lagoa da Pampulha. A partir dos registros, iremos rever nosso planejamento”, assegurou Prates, afirmando ter anotado todas as informações fornecidas no debate. 
 
Reinaldo Gomes sugeriu que fosse implantado um sistema de monitoramento de câmeras similar ao existente no Centro da capital mineira. O secretário municipal de Segurança e Prevenção, Genilson Ribeiro Zeferino, afirmou que o crime acontece com a presença de vulneráveis e a ausência de guardiões. “Temos que aumentar a prevenção institucional para minimizar a ocorrência do crime”, disse. O secretário se comprometeu a planejar uma reunião no local e solicitar que particulares cedam suas imagens de monitoramento, enquanto não aumentam a cobertura de vídeo da Prefeitura, mas preveniu que os resultados serão alcançados com mais prazo. Major Douglas disse que irá verificar a possibilidade de disponibilizar os links das câmeras do Bairro Bandeirantes para a Guarda. 

Encaminhamentos
 
Gabriel (sem partido) disse que a Pampulha é um marco de Belo Horizonte e do mundo inteiro e elogiou o trabalho de todos na resolução do problema, mas disse que enquanto a região tiver residências e imóveis sem uso, o crime irá se proliferar. Para solucionar a questão de segurança, ele defendeu que muitos locais sejam transformados em bares e restaurantes, com gente circulando. O parlamentar também disse que a Casa do Baile o Museu de Arte da Pampulha devem ser abertos à noite, horário em que a maioria das pessoas possa frequentar. Reinaldo Gomes lamentou a ausência de um representante da Belotur para discutir o tema. Gabriel sugeriu encaminhar o fechamento da orla da Lagoa da Pampulha, e Jorge Santos disse que representantes da Secretaria Municipal de Políticas Urbanas afirmam que isso não é possível devido às corridas que acontecem lá aos finais de semana. 
 
Reinaldo Gomes disse que vai solicitar a implantação de bases de segurança ao longo da orla, com banheiros próximos, visando à segurança do cidadão, a implantação de uma estrutura de monitoramento e o fechamento das ruas. Para o parlamentar, as medidas são um ponto de partida. “Acredito que a Prefeitura vá fazer algo que traga a sensação de segurança às pessoas que fazem uso do local”, afirmou Reinaldo, combinando de se reunir novamente com os participantes em cerca de 20 dias. 

Assista à reunião na íntegra.
 
Superintendência de Comunicação Institucional

Audiência pública para discutir e apresentar medidas efetivas para melhorar a segurança pública no entorno da Lagoa da Pampulha -38ª Reunião Ordinária: Comissão de Direitos Humanos, Igualdade Racial e Defesa do Consumidor