Biblioteca Pública Infantil e Juvenil terá nova sede com melhor infraestrutura

Um lugar adaptado para a formação de leitores. Um espaço que convide as crianças a permanecer. Uma biblioteca viva. Essa é a expectativa de professores, bibliotecários, contadores de história e outros colaboradores com a mudança da Biblioteca Pública Infantil e Juvenil de Belo Horizonte (BPIJ-BH) para um casarão colonial no Bairro Serra. A nova sede foi confirmada pela Fundação Municipal de Cultura em audiência pública da Comissão de Educação, Ciência, Tecnologia, Cultura, Desporto, Lazer e Turismo, nesta quarta-feira (17/3). Desde 2016 instalada no Centro de Referência das Juventudes (CRJ), na Rua Guaicurus, 50, Centro, onde encontra limitações às suas atividades, a biblioteca deve ter novo endereço ainda no primeiro semestre desse ano, após adequações do imóvel.

Deficiências do espaço atual

Amparados em documento com mais de 1.400 assinaturas, representantes da Comissão Local de Cultura reivindicaram a mudança do local, que tem prioridades diferentes das do CRJ, que não apresenta infraestrutura para a diversidade de atividades da biblioteca. Na sede atual falta segurança, sala para crianças pequenas com seus pais e local para apresentações artísticas, como contação de histórias.

A bibliotecária, professora municipal aposentada e membro da Comissão Local de Cultura Reni Tiago Barbosa disse que, com a ida para o CRJ, a biblioteca perdeu a leveza e se restringiu a um espaço  pequeno, em um local destinado prioritariamente ao público jovem. Para Reni, a nova sede irá possibilitar que a biblioteca cumpra seu objetivo de formar leitores: “a leitura é um mundo infinito de possibilidades que nos faz acreditar que sempre há um universo para descobrir”.

Regina Lúcia Caminha Tôrres, psicóloga, contadora de histórias e membro da Comissão Local de Cultura, reforçou que o prédio da CRJ, na Praça da Estação, tem problemas que prejudicam as atividades da biblioteca, como espaço físico reduzido e inapropriado, mobiliário deficitário e inadequado, falta de condições sanitárias e higiênicas, temperatura, ventilação e odor inaceitáveis, além de falta de segurança para acervo, leitores, servidores e colaboradores. Segundo Regina, a biblioteca também teve seu corpo técnico e orçamento reduzidos e perdeu autonomia financeira.

Nova sede será adaptada

A par das reivindicações, a diretora de Promoção de Eventos Culturais da Fundação Municipal de Cultura, Bárbara Bof, contou que desde novembro de 2021 a pasta buscava um local adequado para a biblioteca. A intenção, segundo ela, é que o novo endereço seja inaugurado ainda nesse semestre após adequações para garantir a acessibilidade. Ela afirmou que existe um olhar atento para construir as atividades da biblioteca de forma integrada, considerando atividades de outras bibliotecas e projetos como o Arena da Cultura. Bárbara Bof explicou que o espaço será ressignificado, contemplando as famílias, a primeira infância, adolescentes e juventudes. "Celebramos um fato histórico: é a primeira vez em 30 anos que a BPIJ-BH tem sede própria”, disse a diretora de Promoção de Eventos Culturais.

Maria Antonieta Alves Cunha, professora, tradutora e criadora da BPIJ-BH, relembrou o início do projeto e disse ver com otimismo a criação da nova sede, que deve contemplar as diretrizes mencionadas. 

Torcendo para o sucesso do espaço e pontuando a necessidade de intervenções pela acessibilidade, Professora Marli (PP) considerou a audiência positiva e fez um alerta: "especialistas falam que os alunos estão voltando para a escola incapazes de leitura depois de tanta aula on-line”. 

Para Macaé Evaristo (PT), que solicitou a audiência, embora o casarão que irá abrigar a biblioteca necessite de adaptações, a sede própria é um avanço. A expectativa da vereadora é que sejam superadas as deficiências do endereço atual e a nova biblioteca se abra para as inúmeras possibilidades que o intercâmbio entre a literatura infantil e outras artes pode proporcionar. 

Superintendência de Comunicação Institucional