Estudantes e professores recebem certificados do Concurso de Redação
Concurso visa estimular o lado participativo dos alunos e abrange os ensinos médio e fundamental de escolas públicas e privadas
Foto Abrrão Bruck
Os vencedores do I Concurso de Redação da Escola do Legislativo da Câmara Municipal de Belo Horizonte, e seus professores, receberam nesta terça-feira (14/12) certificados de participação. O diploma foi entregue pela presidente do Legislativo da Capital, Nely Aquino (Pode), e pela presidente da Comissão de Educação, Ciência, Tecnologia, Cultura, Desporto, Lazer e Turismo, Marcela Trópia (Novo). O concurso teve o objetivo de estimular o lado participativo e crítico dos estudantes do Ensino Fundamental II (6º ao 9º ano) e do Ensino Médio (1º ao 3º ano) regularmente matriculados nas redes pública e privada, e teve o tema “Como as juventudes, junto com a Câmara Municipal, podem ajudar a construir uma Belo Horizonte melhor?” As redações serão reunidas numa publicação digital, a ser divulgada em janeiro de 2022.
Os 74 trabalhos inscritos foram avaliados por uma comissão julgadora composta por cinco membros indicados pela Câmara Municipal de Belo Horizonte. Pertinência ao tema proposto, clareza no desenvolvimento das ideias e criatividade foram alguns dos critérios da comissão. O texto deveria ser original, ter entre 20 e 30 linhas, e estar entre os gêneros argumentativo, narrativo, poético, entre outros. Cada estudante poderia concorrer com apenas um trabalho. Os melhores textos em cada nível serão incluídos em uma publicação digital. Sete alunos ficaram com os três primeiros lugares em cada categoria, já que houve empate na 2ª colocação do ensino fundamental.
A presidente da Câmara, Nely Aquino, parabenizou e equipe da Escola do Legislativo e todos os alunos que participaram e superaram as expectativas, e fez um convite a todos que retornem para conhecer melhor a Casa. “Venham visitar a Câmara porque aqui está a discussão da cidade e a participação e presença de vocês é extremamente importante. Política é um assunto sério”, refletiu. E encorajou os estudantes: “A gente tem que acreditar na gente antes de qualquer coisa. Não existem limites. Tentem sempre que vocês irão alcançar seus objetivos”, concluiu. Marcela Trópia (Novo), presidente da Comissão de Educação, Ciência, Tecnologia, Cultura, Desporto, Lazer e Turismo, parabenizou a iniciativa da Câmara em realizar o concurso. “A educação é muito importante não só para o futuro mas para o presente. Fico muito feliz em ver jovens mulheres ganhando esse concurso, diz muito da disciplina que nós temos. Vocês, jovens mulheres, podem participar da política em qualquer lugar, disputar vagas e chegarem aonde quiserem”, afirmou.
Gêneros diversos
A liberdade de gêneros trouxe surpresas como o poema de Rafael Sepúlveda Horvath, estudante do 6º ano do ensino fundamental do Colégio Pio XII e ganhador do 1º lugar na categoria do ensino fundamental com o poema “Jovens e CMBH: essa parceria será manchete”. Rafael disse que foi bem legal participar. “Fiz um poema para fazer um texto mais criativo e ficar diferente. Pesquisei várias coisas e usei minha criatividade também”, explicou. Confira um trecho do poema:
“Juventude organizada
Sempre preparada
Com a Câmara vamos nos reunir
Para juntos novas ações definir
Avaliar o cenário vigente
Pensando no melhor
Para nossa gente. […]
Vamos juntos da água cuidar
Para ela não faltar
Sem desperdício, cada gota conta
A realidade aponta
Campanhas de conscientização
Sobre a riqueza em nossa mão.”
O 2º lugar na categoria ensino médio foi conquistado por Clara Letícia Araújo Bonifácio, aluna do 3º ano do Cefet-MG, com um texto sem título que contém o seguinte trecho: “Em primeiro lugar, é preciso que os jovens, principalmente de escolas públicas, tenham lugar na Câmara Municipal para falar de assuntos que são de suma importância, mas que nunca são resolvidos. Entre eles, a juventude pode pautar a falta de professores em determinadas disciplinas ou a falta de conteúdos que, na maioria das vezes, não permite que os alunos estejam preparados para processos seletivos como os do Cefet-MG e do Senai, ou para o próprio Enem.” Clara Letícia disse que sempre desejou ser deputada e gostou de ter participado. “Foi muito interessante poder pensar em quais medidas poderiam ser feitas para os jovens participarem”, afirmou.
As amigas Isabela Leite e Izabela Santos, do 9º ano do ensino fundamental do Colégio Pio XII, ficaram satisfeitas com a experiência. “Me permitiu refletir sobre o papel dos jovens na política, que é um meio que nós temos para melhorar a sociedade”, disse Isabela Leite, segunda colocada na categoria. “Tive que fazer uma pesquisa. Além de obter conhecimento, me senti importante dando minha opinião”, afirmou Izabela Santos, que conquistou 3º lugar. Conheça parte do texto de Izabela Santos:
“Muitos adolescentes e pré-adolescentes não têm o conhecimento básico do que é a Câmara Municipal, então, antes que tentem ajudar, devem saber que é um local onde envolve questões de interesse público, decretação de impostos, organizações de serviços públicos e controle, fiscalização e assistências aos atos do prefeito. Para que tenham acesso e suas ideias sejam ouvidas, as escolas (tanto públicas quanto privadas) deveriam levar representantes de cada instituto para debater suas ideias sobre como melhorar o local em que vivem.”
A professora de produção de texto Maria Raquel Dias, do 9º ano do ensino médio do Colégio Santa Dorotéia, discorreu sobre a importância da iniciativa. “Os alunos estavam desestimulados para escrever, principalmente no contexto da pandemia. O projeto possibilitou o desejo de participação e escrita. Quando eles escrevem com o próprio desejo o processo de autoria se evidencia com excelência”, refletiu. O chefe da Seção de Formação de Cidadania da Escola do Legislativo, Milton Alves Ferreira, considerou o projeto vitorioso em seu objetivo principal, que é o de quebrar a resistência dos jovens em compreenderem o protagonismo deles mesmos e dos políticos na sociedade e na construção da cidadania. “A atenção às questões da cidadania é algo que faz parte da vida e foi externalizado nos textos”, afirmou.
Formação de Cidadania
O concurso foi uma estratégia da Seção de Formação de Cidadania da Escola do Legislativo, que tem o objetivo de difundir conhecimentos de participação cidadã e da atuação da Câmara Municipal de Belo Horizonte para um público composto, em sua maioria, por jovens estudantes. Outros objetivos da iniciativa foram o incentivo ao debate sobre participação popular nos ambientes educacionais; o reconhecimento do trabalho desenvolvido por professores das redes pública e privada de Belo Horizonte, no âmbito da formação cidadã dos estudantes; e o reconhecimento da produção intelectual de alunos.
A pandemia de coronavírus impediu, em 2020 e 2021, a continuidade de projetos como o Visite a Câmara, Câmara EJA e Seminários Legislativos, devido aos protocolos sanitários adotados em Belo Horizonte. Outros projetos, como o Parlamento Jovem e a Rede de Conversa, passaram a ter continuidade em formato virtual. Milton Alves Ferreira afirmou que as restrições impostas pela pandemia trouxeram surpresas como a inscrição espontânea de estudantes ao Parlamento Jovem 2020, sem o tradicional vínculo com o professor, e a atuação da Rede de Conversa para além dos limites de BH, atuando na UNA de Contagem. O ano que vem trará a continuidade ou retomada de todos os projetos mencionados.
Superintendência de Comunicação Institucional