Comissão vai vistoriar estrutura e trabalho do Centro Pop de Rua do Barro Preto

O Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua (Centro Pop) Centro-Sul receberá, na próxima quinta-feira (2/9), às 11h, a visita técnica dos vereadores que integram a Comissão de Desenvolvimento Econômico, Transporte e Sistema Viário. A vistoria foi requerida por Braulio Lara (Novo), que é também o relator do Grupo de Estudos (GT) BH sem Morador de Rua, e tem a finalidade de conhecer as estruturas da unidade, bem como as práticas aplicadas, os profissionais envolvidos, os processos executados e seus resultados, levando em consideração o crescente aumento do número de pessoas vulneráveis em Belo Horizonte. O ponto de encontro será em frente à entrada do local, que fica na Avenida do Contorno, nº 10.852, no Barro Preto. 

Dignidade e fortalecimento de vínculos

O Centro Pop de Rua é um serviço do Município ofertado para adultos que utilizam as ruas como espaço de moradia e/ou sobrevivência. Tem a finalidade de assegurar o Serviço Especializado à População em Situação de Rua, atendimento e atividades direcionadas para o desenvolvimento pessoal e social e facilitar o acesso a outras políticas públicas na perspectiva de fortalecimento de vínculos interpessoais e/ou familiares que oportunizem a construção de novos projetos de vida.

No local, são ofertados também atendimento socioassistencial, espaço para banho e lavagem de roupas, lanche e encaminhamentos para a rede socioassistencial e para políticas públicas setoriais (segurança alimentar, saúde, etc.). Gerido pela Secretaria Municipal de Assistência Social, Segurança Alimentar e Cidadania (Smasac), o Centro Pop conta hoje com duas unidades destinadas ao público adulto, a do Barro Preto e outra na região Leste da cidade (Rua Conselheiro Rocha, nº 351, Bairro Floresta), sendo que a primeira tem um anexo que funciona na região da Lagoinha (Rua Além Paraíba, nº 101), e ainda uma unidade destinada a crianças e adolescentes – Centro Pop Miguilim - Rua Varginha, nº 210, Bairro Floresta.

Maior percentual é de homens negros

O GT BH sem Morador de Rua, criado no âmbito da Comissão, vem colhendo dados e experiências para subsidiar a análise e busca de soluções para o tema. A visita desta quinta-feira idealiza, a partir do conhecimento da unidade, que os estudos do GT sejam direcionados com debates e atividades que agreguem valor e ações que possam colaborar com soluções mais eficazes e eficientes para a assistência a essa população vulnerável. 

O estudo proposto pelo GT abrange quatro eixos: atendimento e encaminhamento social; revitalização de centralidades e bairros degradados; fomento do turismo em regiões específicas; e reinserção no mercado de trabalho. A pedido do relator, a consultoria da Câmara Municipal compilou dados da Smasac, atualizados no mês de junho e que registram 8.374 pessoas em situação de rua cadastradas pela PBH. Os números ainda mostram que 89% são do sexo masculino e 83% negros e pardos; no que tange aos vínculos familiares, 67% não têm contato com a família, “nunca ou quase nunca”, e 80% recebem benefícios sociais como o bolsa-família ou renda similar. 

Na última quinta-feira (26/8) uma audiência pública realizada pela Comissão, por iniciativa do GT, debateu um possível fechamento do projeto Canto da Rua Emergencial. Criado em junho de 2020, o serviço que atende 800 pessoas por dia na Serraria Souza Pinto foi idealizado e gerido pela Pastoral de Rua, em parceria com a Defensoria Pública. O projeto oferece água, lanche, banho, lavanderia, assessoria jurídica e hospedagem para os mais vulneráveis, entre outros serviços.

Na ocasião, ao ouvir a importância que o espaço representa na vida das pessoas em situação de rua na cidade, Braulio Lara indicou que solicitaria uma reunião com a secretária da Smasac, Maíra Colares, para obter informações sobre serviços emergenciais e cobrar a continuidade do trabalho do Canto da Rua.

Superintendência de Comunicação Institucional