Obras da Via 710 dificultam acesso ao Bairro São Paulo
Desvios implementados pela Prefeitura causariam gargalos no trânsito, segundo líderes comunitários e vereadores
Foto: William Delfino/CMBH
Por conta de obras da Via 710 (que ligará as Regiões Leste e Nordeste de Belo Horizonte), com a consequente interdição de trecho da Avenida Cachoeirinha, o acesso ao Bairro São Paulo (Região Nordeste), depois do Minas Shopping, está sofrendo gargalo, o que aumenta o tempo no trânsito e chega a oferecer perigo a motoristas e pedestres. Os veículos que estão na Avenida Cristiano Machado e vão atravessar o viaduto para pegar o retorno no sentido Centro precisam fazê-lo na mesma avenida, em frente à Estação São Gabriel. O problema foi tema de audiência pública realizada nesta quarta-feira (10/12) pela Comissão de Desenvolvimento Econômico, Transporte e Sistema Viário, a pedido dos vereadores Edmar Branco (PSB) e Reinaldinho (Pros). Parlamentares e convidados lamentaram a falta de representantes das Secretarias Municipais de Obras e lnfraestrutura e de Política Urbana, da Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap) e da Coordenadoria de Atendimento Regional Nordeste. Apenas a Empresa de Transportes e Trânsito de Belo Horizonte (BHTrans) participou do debate.
“A gente tem sofrido muito com essa situação. E isso realmente é algo que deixa a gente muito chateada. É muito tempo que a gente perde no trânsito”, relatou o líder comunitário e morador do Bairro São Paulo Zé Maria, que diz preferir passar pela Avenida José Cândido a enfrentar um desvio. Para Kidinho, também morador e líder comunitário, “no horário de pico a condição fica bem embolada” e “a coisa [desvio] não partiu da BHTrans, partiu da Sudecap, e não tem nenhuma previsão de melhorar”. Ele também lembrou os pedestres, que terão de conviver com os perigos da Avenida Cristino Machado se uma passarela não for construída.
Edmar Branco (PSB) contou que algumas pessoas procuraram o seu gabinete, visto que estariam há três meses tentando fazer uma discussão sobre os acessos ao Bairro São Paulo, sem obter resposta concreta do poder público. “O Bairro São Paulo é grande e temos outras comunidades que dependem da saída do bairro”, destacando o acesso à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e afirmando que, “infelizmente, a gente tem vários problemas com a Sudecap”, sugerindo um encaminhamento ao Ministério Público.
“A situação ali é crítica”, confirmou Reinaldo Gomes (MDB), ressaltando que o problema vai piorar depois da inauguração da Catedral Cristo Rei (Avenida Cristiano Machado, nº 11910, Bairro Juliana). Ele afirmou, ainda, que há áreas para serem trabalhadas como “válvula de escape” do trânsito, como a Vila Carioca. “Estamos precisando é de projeto e boa vontade para que isso seja feito”, defendeu.
Segundo Wesley Autoescola (Pros), a conclusão da obra na Via 710 está sendo aguardada pelos moradores há quase 10 anos e a previsão, dada pela Prefeitura, era de finalizá-la em 2018. “Fizeram 100 metros da obra e está completamente abandonada há mais de 10 anos”, criticou.
“Isso eu chamo de grande falta de planejamento”, indicou o presidente da Comissão, Fernando Luiz (PSD). Ele contou ser a segunda vez que estão fazendo a mesma obra, pois “tiraram todo o asfalto sem inaugurar antes”. O vereador concluiu que a Prefeitura não pode pagar pelos erros da empreiteira.
Transtornos temporários
O único representante da Prefeitura presente, o gerente de Ação Regional Nordeste-Leste da BHtrans, Robson José dos Santos, explicou que para minimizar os efeitos negativos provisórios da obra em andamento da Via 710 foram colocados sinalização com balizadores, canalizando o trânsito e, “à medida do possível”, mobilizados agentes de trânsito para o local. Mas pontuou: “Evidentemente é um desvio, não vai ter uma condição ideal de operação”. O representante informou que a obra da Via está na primeira etapa, em que é necessário um desvio. Para a segunda etapa, está prevista uma saída pela Avenida Cachoerinha, e, numa terceira, a macrodrenagem do Córrego Cachoeirinha. Em função da pandemia, o efetivo de agentes foi diminuído, segundo o gestor. Entretanto, no final deste ano, a fiscalização no local será intensificada. Por fim, o gerente sugeriu uma reunião presencial conjunta com os presidentes da BHTrans e da Sudecap, já incluindo a questão da macrodrenagem do Cachoeirinha.
Presidindo a reunião, Reinaldinho (Pros) aceitou o convite em nome da Comissão e sugeriu a presença de um agente em frente ao Minas Shopping.
Pedido de informação
Antes da audiência pública, a Comissão de Desenvolvimento Econômico, Transporte e Sistema Viário aprovou pedido de informação, assinado por Wesley Autoescola, ao Gabinete do prefeito, solicitando dados sobre o andamento da obra de construção da ponte que ligará a Avenida Haydée Abras Honssi à Avenida Senador Levindo Coelho, no Vale do Jatobá (Região do Barreiro). Segundo o autor do requerimento, em consulta anterior a Prefeitura teria afirmado que “para realizar a obra já haviam sido feitos os projetos e orçamentos necessários”, e que “a licitação da obra estaria prevista para o início de 2018”. Entretanto, “finalizando o ano de 2020, não há ainda indícios de obras no local”.
Participaram da reunião os vereadores Edmar Branco, Dimas da Ambulância (PSC), Fernando Luiz, Jair Bolsonaro Di Gregório (PSD), Reinaldinho e Wesley Autoescola.
Assista ao vídeo da reunião na íntegra.
Superintendência de Comunicação Institucional