Em pauta, alternativas para aumentar a segurança do Aeroporto Carlos Prates
Vistoria visou conhecer o funcionamento do aeroporto e foi motivada por recente acidente aéreo que matou quatro pessoas e deixou duas feridas
Fotos: Franklin Martins e Flávia Cabral/CMBH
Conhecer a dinâmica de funcionamento dos serviços prestados pelo Aeroporto Carlos Prates, ter acesso à agenda de voos de aviões e helicópteros, quantidade de aeronaves, parque de manutenção, conversa com funcionários e usuários do local. Esses foram os objetivos da visita técnica realizada pela Comissão de Administração Pública no aeroporto na quarta-feira (20/11), a pedido dos vereadores Pedro Bueno (Podemos) e Juninho Los Hermanos (Avante).
Segundo o requerimento que solicitou a vistoria, “a realização desta visita técnica se justifica pela situação de terror que vivem os moradores da Regional Noroeste, principalmente os cidadãos dos Bairros Caiçaras, Carlos Prates, Padre Eustáquio e Pedro II”. O documento se refere à trágica queda de um avião no Bairro Caiçara, no último mês de outubro (21/10), que matou quatro pessoas e deixou outras duas feridas. No dia 7 de novembro foi realizada audiência pública na Casa para debater o possível fechamento e a transferência do aeroporto instalado na região.
Segundo o superintendente Ricardo Signorini, o aeroporto está apto a funcionar e foi fiscalizado pela Agência Nacional de Aviação (Anac) por sete vezes em 2019: “Se tivesse algum detalhe que o impedisse de funcionar, não estaria em operação”. Ainda segundo ele, a unidade é o principal polo de formação de pilotos de Minas Gerais (além de três escolas de voo, possui um aeroclube), gera 200 empregos diretos, realiza manutenção de aeronaves do governo de Minas e oferece apoio em operações da Polícia Militar e Corpo de Bombeiros. O Aeroporto Carlos Prates teria sido construído em 1938, tem 547m², 17 hangares, comprimento das pistas de 868m por 15m e uma média de operações por mês de 1796 pousos e decolagens.
O vereador Bim da Ambulância (PSDB) - que também é piloto - explicou que, para voar, é preciso de um plano de voo, documentação, manutenção, e que tudo fica registrado no sistema da Anac.
Entretanto, o morador do Caiçara Roberto Neves Beleza, dentre outros presentes, demonstrou preocupação com as manobras: “Para nós, moradores, o que temos é a experiência dos aviões sobre nossas cabeças. Seria ingenuidade pensar que o aeroporto funciona de forma irregular. Ninguém é contra as atividades do aeroporto, mas, diante das circunstâncias, não seria possível procurar alternativas seguras? A grande expectativa é buscar outro lugar. A angústia do pessoal é muito grande”.
“Um avião é controlável até o solo, não despenca do ar. Todos os aviões, independentemente do tamanho ou tipo, passam pelo mesmo tipo de inspeção e fiscalização”, explicou o diretor da escola de aviação Velair (que opera no aeroporto), Estevan Lopez Velasquez.
Soluções
Signorini afirmou que a ideia é propor soluções pensando em segurança. “Estamos abertos para escutar sobre mudanças do aeroporto, mas nada é da noite para o dia. Vamos ‘chutar’ cinco anos [para uma possível mudança de localização do aeroporto]. E tem todo o custo. Uma solução mais simples é mudar a rota do avião”, disse. Atualmente, os aviões decolam 500m e fazem uma curva à direita; a alternativa seria virar à esquerda, onde há muitos vazios urbanos, mas a solução teria que ser discutida com os órgãos competentes.
“Essa é uma reunião precursora. Procuramos buscar embasamento, dados das escolas. A gente quer entender como funciona tudo isso para buscar alternativas. Nesse momento, nossa ideia é conhecer principais impactos, até financeiros, da transferência desse aeroporto, e outras soluções possíveis”, finalizou o vereador Pedro Bueno.
Superintendência de Comunicação Institucional