PESSOA COM DEFICIÊNCIA

Arena Independência oferece acessibilidade, mas público ainda não respeita espaço

Estádio afirma que investiu R$ 1 milhão nos últimos sete anos; local conta com assentos reservados e caixas e bares acessíveis

segunda-feira, 19 Agosto, 2019 - 15:00
Comitiva em visita à Arena Independência. Sinalização no piso, atrás das cadeiras, indica área reservada para pessoas com deficiência

Foto: Sidney Lopes/ CMBH

Banheiros, assentos, catracas, elevadores, restaurantes e caixas para pagamentos acessíveis à pessoa com deficiência. Estas foram as condições encontradas pela Comissão de Direitos Humanos e Defesa do Consumidor durante visita técnica à Arena Independência, realizada na manhã desta segunda-feira (19/8), por solicitação do vereador Irlan Melo (PL). O espaço, que tem capacidade para acolher 23 mil torcedores foi reformado em 2012 e, desde então, já teria investido cerca de R$ 1milhão em intervenções para assegurar a acessibilidade de pessoas com deficiência (PCD). Apesar dos investimentos, o desafio para a administração do estádio, segundo o gestores, ainda é a mudança de postura dos torcedores, que insistem em subir nas cadeiras, prejudicando a visibilidade da PCD.

Chegada à Arena

Quem se desloca em dias de jogos para a Arena Independência sabe que as ruas do entorno ficam fechadas para garantir a segurança dos torcedores, entretanto, carros de PCDs, táxis e carros de aplicativos - que estejam transportando pessoas com deficiência - têm livre acesso aos 10 portões do estádio. Com 12 vagas no seu interior reservadas para PCD, o estádio possui catracas acessíveis em todos os seus portões, e a única entrada que não está no nível da rua tem um elevador para PCD. Segundo Helber Gurgel, Gerente de Operações e Segurança da Arena, as vagas de estacionamento são preenchidas de acordo com a chegada e, de lá, as PCDs já saem para as áreas acessíveis. “Não fazemos nenhum tipo de reserva de vaga. Eles (torcedores PCD) já estão acostumados, vão chegando e estacionando”, contou Gurgel.

Os assentos destinados às pessoas com deficiência estão no primeiro e segundo andares da Arena. Nestes locais, além de espaços reservados para as cadeiras, há assentos para os acompanhantes. O local também dispõe de bancos para obesos, que, segundo o administrador, quase nunca são respeitados. Segundo Gurgel, embora as reservas para PCDs garantam boa visibilidade da partida, o desafio continua sendo o comportamento do torcedor que tem como cultura assistir ao jogo de pé, subindo no assento. “A gente tem campanha no placar pedindo para que eles se mantenham sentados, mas, infelizmente, ainda temos estes casos com alguma frequência”, explicou Gurgel que disse já ter ido à delegacia policial em algumas situações em que o torcedor se recusou a descer da cadeira.

Durante a partida

Como 80% dos ingressos são vendidos pela Internet, o torcedor que ainda não conhece o Independência compra seu assento sem saber exatamente de onde verá a partida. Segundo Gurgel, como as cadeiras que estão nos terceiro e quarto andares têm os alambrados - que interferem na visibilidade - ainda que uma pessoa com deficiência tenha comprado um ingresso neste setor, ao chegar ao estádio ela é encaminhada para as áreas acessíveis, que estão no setor VIP. “Ele só irá ficar no setor de cadeiras se ele quiser mesmo. Se ensistir porque está com turma, com muitos amigos”, explicou Gurgel lembrando que, caso a PCD opte por permanecer no setor de cadeiras, os brigadistas e auxiliares ficam nas proximidades para oferecer algum auxílio.

Com bares acessíveis em todos os andares, a pessoa com deficiência que quiser tomar uma água parece ter autonomia total, podendo, inclusive, comprar suas fichas, uma vez que os caixas e balcões têm áreas rebaixadas para o cadeirante. Segundo Gurgel, ao todo, são 22 bares e 87 banheiros, sendo que destes, 21 são PCD masculino e 17 PCD feminino, distribuídos nos quatro níveis do estádio.

Bom exemplo

A visita técnica que contou também com a presença da arquiteta Vanessa Amorim - representante do Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência - e do engenheiro da Sudecap Rosemar Cossenzo, teve avaliação muito positiva por parte do vereador Irlan Melo (PL). Segundo o parlamentar, o que mais chamou a atenção foi o tratamento indistinto que é dado aos visitantes, deixando que a pessoa com deficiência decida onde se sentar. “É preferível que ele (torcedor PCD) queira ficar num lugar melhor, com melhor visibilidade, mas se ele quiser ficar na Galoucura é direito dele”, observou o vereador.

Segundo Irlan Melo, que no ano passado realizou visita semelhante ao Estádio Mineirão, a Arena Independência está muito bem preparada e tem poucas observações quanto à acessibilidade, como os vasos sanitários, que podem ser substituídos ao logo do tempo. “O local é acessível. Vocês estão de parabéns quanto ao estacionamento; (ao fato) de ter um local para o acompanhante; além dos bares e caixas acessíveis”, completou o vereador.

Superintendência de Comunicação Institucional

Visita técnica para fiscalizar e avaliar as condições de acessibilidade do Estádio Raimundo Sampaio (Arena Independência) - Comissão de Direitos Humanos e Defesa do Consumidor