Semana de Prevenção e Combate à Automutilação pode ser instituída em BH
Aprovado em 2° turno, PL propõe ações de conscientização sobre o problema. Também em pauta, volta dos cobradores aos ônibus da capital
Foto: Karoline Barreto/ CMBH
Projeto de lei que propõe a instituição da Semana Municipal de Prevenção, Conscientização e Combate à Automutilação foi aprovado em 2º turno na reunião plenária desta quarta-feira (12/6). A campanha, segundo o autor da proposição, vereador Fernando Luiz (PSB), tem a finalidade de fornecer informações e orientações à sociedade sobre o problema, que afeta principalmente adolescentes. Parlamentares que se pronunciaram antes da apreciação do PL, sobre assuntos variados, abordaram o descumprimento da lei que determina a presença de agentes de bordo nos coletivos, os estragos e riscos trazidos pelas barragens da Vale em Minas Gerais e a greve geral convocada para a próxima sexta-feira (14/6), em todo o Brasil, por manifestantes e entidades contrárias à Reforma da Previdência proposta pelo Governo Federal.
Ao solicitar a aprovação do PL 637/18, Fernando Luiz (PSB) apontou o crescimento preocupante das práticas de automutilação, conforme dados do Hospital das Clínicas de São Paulo, e exibiu um vídeo com casos reais de jovens que enfrentaram o transtorno e os problemas emocionais que as levaram a ferir a si próprias. Segundo especialistas, cortar-se ou queimar, morder e arranhar a própria pele são as formas mais frequentes de autoagressão, quase sempre decorrentes de fragilidades e dores emocionais causados por sentimentos de rejeição, insegurança, baixa autoestima ou por abusos sofridos na infância ou adolescência.
O autor do projeto explicou que a escolha da 2ª semana de setembro para a realização de ações de conscientização e orientação de pais, professores, alunos e da sociedade em geral sobre as causas e formas de prevenir e combater a automutilação, a ser efetivadas por meio de parcerias e convênios com órgãos e entidades pertinentes, teve o objetivo de coincidir com a campanha nacional Setembro Amarelo, voltada à prevenção do suicídio. A proposição foi aprovada em votação simbólica com apenas duas manifestações contrárias e, após receber a redação final, seguirá para sanção ou veto do Executivo.
Transporte coletivo, mineração e greve geral
Antes da apreciação da pauta, alguns parlamentares usaram o microfone para se pronunciar sobre temas de interesse da cidade, do estado e do país, momento conhecido como "pinga-fogo", em que discutiram o transporte coletivo municipal, as tragédias provocadas pela mineração em Minas Gerais e a greve geral prevista para a próxima sexta-feira (14/6).
Gilson Reis (PCdoB) mencionou o lucro de R$ 90 milhões das concessionárias do transporte coletivo de Belo Horizonte, divulgado em jornais da capital, e atribuiu esse resultado ao descumprimento da lei que determina a presença de agentes de bordo nas linhas de ônibus, desrespeitando acordo feito com a Prefeitura, e ao não pagamento das mais de 7,5 mil multas acumuladas pelas empresas. O parlamentar pediu a inclusão, na pauta das primeiras reuniões do mês de julho, do PL 1924/16, de sua autoria, que veda a demissão desses profissionais em razão de implantação de bilhetagem eletrônica ou para redução de custos.
Pedro Bueno (Pode) lamentou os rompimentos das barragens da Vale em Mariana (MG) e Brumadinho (MG), que mataram centenas de pessoas, contaminaram rios importantes, afetando ecossistemas e a segurança hídrica de várias cidades de Minas Gerais, inclusive da capital. Citando as cerca de 50 barragens em situação de risco, ele cobrou a execução de medidas preventivas urgentes pela empresa, além da reparação do meio ambiente e dos danos ambientais, materiais e psicológicos sofridos pelas vítimas das tragédias e da ameaça de novos rompimentos. Bueno queixou-se do “silêncio estarrecedor” do prefeito de BH diante da contaminação do sistema de captação do Rio Paraopeba, que abastece parte da cidade, e alertou para a localização de dois bairros da regional Leste na rota da lama.
Adesão à greve
Pedro Bueno comunicou aos colegas que na próxima sexta-feira (14/6) estará em Brasília, onde participará da greve geral convocada por sindicatos e movimentos populares para protestar contra a Reforma da Previdência e outras medidas do Governo Federal. Gilson Reis também anunciou sua adesão ao movimento nacional e defendeu a participação de todos os trabalhadores, inclusive os servidores da Casa, que, segundo ele, também serão prejudicados pelas alterações. Cida Falabella (Psol) e Bella Gonçalves (Psol) também criticaram a reforma e outras medidas do Governo e anunciaram que vão aderir ao movimento, mas não deixarão de comparecer à reunião plenária.
Mateus Simões (Novo) e Fernando Borja (Avante) defenderam a necessidade das reformas e criticaram a paralisação das atividades em um momento de crise econômica e altos índices de desemprego no país.
Assista ao vídeo da reunião na íntegra.
Superintendência de Comunicação institucional