Via no Ribeiro de Abreu sofre com inundações e falta de rede de esgoto
Em visita ao local, a convite dos vereadores, Sudecap anunciou que fará remoção de pessoas da Rua Areia Branca, na confluência dos ribeirões Onça e Isidoro
Foto: Sidney Lopes/ CMBH
Em visita ao Bairro Ribeiro de Abreu (região Norte da capital), na manhã desta segunda-feira (20/5), a Comissão de Desenvolvimento Econômico, Transporte e Sistema Viário identificou os problemas infraestruturais que atingem a comunidade da Rua Areia Branca. Apontando a ausência de asfalto e redes de esgoto, os moradores contaram que sofrem regularmente com alagamentos, por estarem na confluência dos ribeirões do Onça e Isidoro, além do excesso de lixo, em razão do precário serviço de coleta. Moradores pontuaram que, há anos, recebem informações de que, por estarem em área de alto risco de enchentes, as famílias serão removidas, mas seguem sem definição. Representante da Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap) afirmou que haverá remoção de pessoas do local para a implantação do Parque Linear da Bacia do Onça, o qual irá do Bairro Novo Aarão Reis até a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Onça.
Autor do requerimento para a visita, o vereador Edmar Branco (Avante) contou que já acompanhava o problema antes de se tornar parlamentar. “Faz nove anos que a Prefeitura falou que o pessoal da Rua Areia Branca ia sair. De lá até hoje não há uma conversa com a comunidade”, afirmou.
Gleicinéia Aparecida de Oliveira mora na Rua Areia Branca há 38 anos. Segundo ela, a Prefeitura nem deveria ter cogitado a hipótese de fazer um loteamento no local. Entretanto, a moradora também contou que todos os lotes na via são escriturados e registrados: “Os problemas começam com inundações, falta de asfalto, esgoto e coleta de lixo. Somos obrigados a poluir, na contramão da sustentabilidade. A alegação é que vão desapropriar, mas essa história tem mais de 30 anos e não há nenhuma solução nesse sentido”, afirma. Assim como outros moradores presentes, ela é contrária à desapropriação.
Responsabilidade
Segundo a engenheira da Sudecap, Viviane Ribeiro, a Rua Areia fará parte do Parque Linear do Ribeirão do Onça, que irá do Bairro Novo Aarão Reis até a ETE Onça, numa área de inundação que ocupará 6 km, com projeto de revitalização da região e implantação de infraestrutura. Entretanto, embora o projeto executivo das obras, com início em 2014, tenha previsão de finalização para outubro de 2019, ainda não há recursos para implantar as intervenções do parque. Ainda de acordo com Ribeiro, a intenção é desapropriar parcial ou totalmente os imóveis na Rua Areia Branca. Nas áreas de bacia com ocupação irregular ou Zonas de Interesse Especial Social (Zeis) e risco alto ou muito alto, a Urbel já teria iniciado o processo de remoção e desapropriação. “Estamos trabalhando uma solução de forma global. A urbanização da rua não está prevista no projeto, mas não há nada que impeça que a gente revisite. Vou levar a solicitação de vocês ao conhecimento do superintendente e do secretário de Obras para ver se é possível fazer adequação”, prometeu.
A remoção de famílias de áreas irregulares ou Zeis é de responsabilidade da Urbel. O caso da via em questão, por ser regularizada, vai para as mãos da Sudecap, como explicou a coordenadora social do PAC Bacias pela Urbel, Marina Marques Moura de Azevedo: “Trabalhamos na prevenção de risco. Estamos junto com a Defesa Civil para orientar e para pequenas obras preventivas antes do período chuvoso”.
Encaminhamento
O subsecretário de Assuntos Institucionais, Silvinho Rezende, se colocou à disposição da comunidade e sugeriu ao vereador Edmar Branco a criação de uma comissão comunitária com moradores “para acompanhar o processo e trazer resultados”. O vereador elegeu seis pessoas da comunidade, presentes na visita técnica, para compor o colegiado.
Superintendência de Comunicação Institucional