PRESERVAÇÃO DO PATRIMÔNIO

Tratamento da água da Lagoa da Pampulha terá início nos próximos dias

Água deverá estar apta à prática esportiva em até 6 meses. Para tanto, serão gastos mais R$16 milhões nos próximos 12 meses

segunda-feira, 24 Setembro, 2018 - 19:15

Foto: Karoline Barreto / CMBH

A Prefeitura afirmou, em audiência pública da Comissão de Meio Ambiente e Política Urbana, nesta segunda-feira (24/9), que irá contratar o Consórcio Pampulha Viva para a prestação de serviços especializados de tratamento das águas da Lagoa da Pampulha. Serão investidos, durante 12 meses, R$16 milhões para melhorar a qualidade das águas da lagoa. A contratação da empresa deverá acontecer, segundo a PBH, nesta ou na próxima semana, assim que os trâmites burocráticos estiverem finalizados. O consórcio a ser contratado é o mesmo que realizou o trabalho de reabilitação da água da Pampulha de março 2016 a março de 2018, período em que foram investidos R$36 milhões.

Durante o período de tratamento, que deve ter início nos próximos dias, serão aplicados remediadores na lagoa com o objetivo de degradar o excesso de matéria orgânica, reduzir a presença de coliformes fecais, promover a redução do fósforo e controlar a floração de algas. O tratamento será o mesmo já aplicado no período de março 2016 a março de 2018.

Classe 3

De acordo com a PBH, durante este último tratamento, a qualidade da água chegou ao nível desejado, sendo categorizada como classe 3, isto é, apta à recreação de contato secundário, com a prática de esportes náuticos; pesca amadora; consumo humano, após tratamento convencional ou avançado; e à irrigação de plantas e consumo animal. Apesar disso, após a suspensão do tratamento, a qualidade da água piorou novamente, ainda que não tenha voltado ao mesmo nível em que se encontrava antes dos uso dos remediadores. A expectativa da PBH é que em até 6 meses após o reinício do tratamento a água volte a poder ser categorizada na classe 3.

O vereador Jorge Santos (PRB), que requereu a audiência, afirmou que da Igrejinha da Pampulha às proximidades da Toca da Raposa, o odor da água está insuportável. O parlamentar reconheceu que, após o tratamento, houve melhoria na qualidade da água da lagoa, “mas não do modo como o belo-horizontino gostaria que fosse”. Ainda de acordo com Santos, mesmo após a PBH anunciar que a lagoa estaria apta a receber esportes náuticos, ninguém pôde pegar um barco ou um caiaque e ir navegar nas águas da Pampulha. Jorge Santos também lembrou que o Brasil conta com outros corpos d´água urbanos em situação melhor que a Lagoa da Pampulha, como a Lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio de Janeiro.

Causas da degradação da lagoa

De acordo com a PBH, os principais problemas da Lagoa da Pampulha são o excesso de matéria orgânica e nutrientes na água, causados pelo aporte de esgotos sanitários e resíduos sólidos durante décadas; o assoreamento, com aporte anual de cerca de 115 mil m³ de sedimentos, resultando na redução do espelho d’água e da capacidade de amortecimento dos picos das cheias; a poluição flutuante por resíduos sólidos urbanos lançados na lagoa e em seus afluentes; e, ainda, as deficiências no sistema de esgotamento sanitário da bacia, seja porque existem áreas não atendidas, seja pela não adesão em áreas atendidas pelo sistema de esgotamento sanitário.

Reabilitação da Lagoa da Pampulha

Além do uso de remediadores pelo Consórcio Pampulha Viva, outras ações vêm sendo tomadas com o objetivo de possibilitar a reabilitação das águas da lagoa. A esse respeito, a Copasa informou que 95% do esgoto já não é lançado nos córregos afluentes à Lagoa, o que corresponde ao esgoto produzido por 475 mil pessoas. A companhia explicou que ainda há a necessidade de incluir 25 mil pessoas no sistema de esgotamento sanitário e que esse trabalho vem sendo feito.

Já a Prefeitura explicou que são removidos por dia de 10 a 20 toneladas de resíduos flutuantes da lagoa por meio de um contrato iniciado em 2016 e que vai até 2019. Para este fim, já foram investidos R$ 3,5 milhões e estão previstos mais R$1,3 milhão. Além disso, a Prefeitura informou que, de setembro deste ano até 2023, serão retirados aproximadamente 460 mil m³ cúbicos de sedimentos da lagoa a um investimento previsto em R$34 milhões.

Comunidade científica

Membros da comunidade científica cobraram da Prefeitura a abertura de canais de diálogo que possibilitem contribuições de pesquisadores na busca de soluções para a melhora da qualidade da água da lagoa. Estudiosos do tema explicaram que existem diferentes técnicas que podem vir a ser adotadas na Lagoa da Pampulha e que, para isso, se colocam à disposição para auxiliar no processo de reabilitação do corpo d’água.

O representante da PBH, Ricardo de Miranda Aroeira, afirmou que o poder público não pode ser surdo a esse tipo de manifestação e informou que espera ser procurado em breve pela comunidade científica com o objetivo de ouvir as suas contribuições ao processo de limpeza da lagoa.

Assista ao vídeo da reunião na íntegra.

Superintendência de Comunicação Institucional

Em atendimento às restrições previstas na legislação eleitoral, os conteúdos noticiosos publicados neste portal e nas redes sociais da Câmara de BH deixarão de mencionar nomes de vereadores que disputarão cargos na próxima eleição. As limitações ocorrerão no período de 7 de julho a 7 de outubro de 2018.

Audiência pública para discutir o atual estágio dos serviços de recuperação da qualidade da água da Lagoa da Pampulha - 10ª Reunião Extraordinária- Comissão de Meio Ambiente e Política Urbana