Comissão quer informações sobre andamento de obras previstas no Drenurbs
Atraso das intervenções teria contribuído para a ocorrência de um acidente fatal em um córrego da região de Venda Nova
Foto: Abraão Bruck/Câmara de BH
A Comissão de Meio Ambiente aprovou nesta terça-feira (28/8) o encaminhamento de Pedido de Informação referente ao andamento das intervenções no Córrego do Nado, em Venda Nova, previstas no Programa de Recuperação Ambiental de Belo Horizonte (Drenurbs), voltado ao saneamento e revitalização de cursos d’água, contenção de inundações e urbanização de fundos de vale. Solicitações de debates públicos sobre o fechamento da Mina Lagoa Seca e a recuperação das águias da Lagoa da Pampulha também foram acolhidos. Os pareceres dos relatores a quatro projetos de lei que tramitam em 1º turno receberam o aval dos demais integrantes, sendo dois favoráveis e dois pela rejeição.
Direcionado à Secretaria Municipal de Fazenda, com cópia para a Secretaria Municipal de Meio Ambiente, o Pedido de Informação aprovado apresenta questões sobre o projeto elaborado para a bacia do Córrego do Nado após a realização de estudos específicos, constantes na documentação anexada ao requerimento. As intervenções, que contribuirão para a integração do curso d’agua ao ambiente urbano e o incremento da qualidade de vida dos moradores, incluem, entre outras, a implantação de redes de drenagem e interceptadores de esgotos. Com início previsto para abril de 2013, com conclusão em 24 meses e orçamento de R$ 52,9 milhões, a obra não foi realizada até o momento. No local, a existência de uma vala sem qualquer proteção no final de um declive teria colaborado para a queda de um veículo dentro do córrego no dia 19 de julho, que ocasionou o falecimento da jovem Regiane Gomes Guerino.
As informações solicitadas incluem: prazo para início e cronograma detalhado da execução; motivos da não realização e posição da obra na lista de prioridades; previsão de desapropriações necessárias e sua situação atual; além de eventual empenho de recursos ou alteração dos valores previstos no orçamento inicial. O objetivo do questionamento, segundo os vereadores, é de esclarecer a população sobre o andamento do projeto e cobrar sua realização, de forma a prevenir novas tragédias. A proposição também informa a existência de um abaixo-assinado dos moradores da região corroborando a necessidade e a urgência da demanda, que será entregue à comissão e ao Executivo.
Requerido inicialmente pelo vereador Gabriel (PHS), o pedido de informação foi renumerado e assinado pelos próprios membros da comissão, com vistas a reforçar sua relevância e agilizar a prestação das informações solicitadas. Durante a discussão, foi informado o lançamento de uma nova licitação para realização das obras.
Lagoa Seca e Lagoa da Pampulha
A comissão aprovou ainda a realização de audiência pública para discutir a implantação do Projeto de Fechamento de Mina da Mineração Lagoa Seca (Pafem), no que tange ao cumprimento das condicionantes que tratam da destinação da área ao uso público coletivo. O encontro foi agendado para o dia 18 de setembro, às 13h30, no Plenário Helvécio Arantes. Acolhendo requerimento do vereador Jorge Santos (PRB), no dia 24, a partir das 14h, será debatido o atual estágio dos serviços de recuperação da qualidade da água da Lagoa da Pampulha, avaliando a relação entre o investimento já realizado e os resultados obtidos pelo Consórcio Pampulha Viva.
Projetos apreciados
Quatro projetos de lei que tramitam em 1º turno foram apreciados na reunião. Recebeu parecer favorável o PL 603/18, de Irlan Melo (PR), que propõe a criação do Programa "Pet Parque", que permite o compartilhamento de espaços públicos para a convivência entre animais domésticos, seus responsáveis e a comunidade.
Dispondo sobre política urbana, receberam parecer pela rejeição os PLs 580/18, de Pedro Bueno (Pode), e 581/18, de Reinaldo Gomes (MDB). O primeiro visa a proibir a fabricação, venda, comercialização e circulação de réplicas e simulacros de armas de fogo, bem como armas de pressão que lancem projéteis de metal; de acordo com o relator, a medida já é prevista na legislação municipal. O segundo, por sua vez, acrescenta dispositivos ao Código de Posturas no que se refere à renovação do licenciamento e à nomeação de prepostos nas bancas de revistas do município.
Mineração na Serra do Curral
Antes do encerramento, foi registrado o recebimento de resposta da Prefeitura à Indicação 94/2018, de autoria da comissão, que sugeriu a imediata interrupção das atividades da Empresa de Mineração Pau Branco (Embrapa) na mina Corumi, localizada na região do Bairro Taquaril, que ameaça o patrimônio urbanístico e ambiental da Serra do Curral, tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). De acordo com o ofício da PBH, as atividades da mineradora foram embargadas pelo Governo do Estado de Minas Gerais.
Assista ao vídeo da reunião na íntegra.
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