TRANSPORTE PÚBLICO

Comunidade do Alto Pinheiros reivindica retorno da linha 1505 ao itinerário original

Moradores da parte alta do bairro ficaram desatendidos após alteração; responsáveis alegam dificuldades na circulação

terça-feira, 27 Fevereiro, 2018 - 14:45
Vereador Jorge Santos percorreu, junto à comunidade, o antigo itinerário da linha 1505

Foto: Bernardo Dias/Câmara de BH

Em visita técnica da Comissão de Desenvolvimento Econômico, Transporte e Sistema Viário na manhã desta terça-feira (27/2), representantes da Prefeitura, das empresas de ônibus e  da comunidade do Bairro Alto dos Pinheiros percorreram juntamente com o vereador Jorge Santos (PRB) as vias que deixaram de ser atendidas pelo ônibus da linha 1505. A alteração no trajeto do coletivo, realizada há 14 anos, prejudicou os moradores da parte alta do bairro, localizado na Região Noroeste da capital, que solicitam o retorno ao itinerário original. Após recolher as reivindicações e observações do parlamentar e demais participantes, o analista da BHTrans se comprometeu a encaminhar a questão à direção da empresa.

Requerida por Jorge Santos (PRB) a partir das reclamações de moradores, a visita teve início na Rua Frei Luiz de Souza, na altura do número 738. No local, está situada a última parada do coletivo da linha 1505, proveniente do Bairro Tupi, antes de dobrar à esquerda na Rua Nogueira da Gama, deixando de percorrer cerca de quatro quadras da Frei Luiz e as ruas Barão de Leopoldina, Barão de Aiuruoca e Bueno do Prado, situadas na parte mais alta do bairro. De acordo com os usuários, a área só está sendo atendida pelos coletivos que trafegam no sentido bairro-centro, obrigando mais de 600 pessoas a percorrer um longo trecho a pé ao retornarem para suas casas.

Durante a caminhada pelo trajeto, os moradores mostraram ao vereador as placas de parada do ônibus que continuam instaladas na parte alta da Rua Frei Luiz de Souza e adjacências, que deixaram de ser atendidas, e apontaram as dificuldades provocadas pela alteração do itinerário. Segundo eles, durante mais de 20 anos o ônibus que vinha no sentido centro-bairro subia até o final da rua e fazia a volta pelas vias mencionadas, permitindo que desembarcassem bem próximos de suas moradias. Com o novo trajeto, usuários passaram a descer em um ponto bem abaixo, expondo-se ao desgaste físico, à chuva e ao risco de assaltos, especialmente no período noturno.

Reivindicação antiga

Manifestando a reivindicação da comunidade, o diretor da Associação de Moradores do Alto dos Pinheiros, Anderson Rodrigues Neves, o Dudu, ressaltou as dificuldades ainda maiores enfrentadas pelos idosos, pessoas com dificuldade de locomoção, mães com crianças de colo ou carregando compras, e afirmou que a solicitação do retorno ao itinerário original vem sendo feita à BHTrans e à empresa responsável pela linha desde 2004, ano em que foi implementada a alteração. Os moradores presentes também criticaram a falta de diálogo dos responsáveis com os principais interessados, que não teriam sido ouvidos e vêm sendo ignorados há 14 anos pela empresa e pelo poder público.  

Acionado pelos moradores, que chegaram a fazer um abaixo-assinado, o vereador Jorge Santos afirmou já ter encaminhado mais de um ofício à BHTrans desde o ano passado, solicitando um estudo técnico sobre a situação e cobrando soluções que atendam à demanda dos afetados.

Estacionamento irregular

O coordenador do departamento técnico do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte (Setra-BH), Sérgio Cordeiro, e o encarregado de tráfego da Viação Progresso (responsável pela linha 1505), Edson da Silva, que acompanharam a atividade,  explicaram que a mudança no itinerário decorreu de problemas de circulação nas vias estreitas do bairro, que ganharam dezenas de novas moradias e abrigam hoje empresas, comércios, bares e restaurantes, o que aumentou o número de caminhões e carros estacionados em ambos os lados. Segundo eles, o desrespeito à proibição do estacionamento e a ausência de fiscalização geram transtornos aos condutores dos coletivos, que muitas vezes precisam realizar manobras arriscadas ou aguardar a retirada de veículos, atrasando o horário das corridas.

Refutando a argumentação, a comunidade observou que esse tipo de problema também ocorre em diversos outros bairros da cidade, que nem por isso sofreram alterações nos itinerários das linhas que os atendem. Os moradores alegam, ainda, que o trajeto foi feito durante mais de 20 anos pelas vias mencionadas, que até hoje continuam a ser percorridas no sentido inverso (bairro-centro). No entendimento dos usuários, a redução das inconveniências ou a economia de combustível proporcionadas à empresa pela alteração, ao “cortar caminho” pela Rua Nogueira da Gama, não justificam os transtornos causados aos cidadãos pagadores de impostos.

Encaminhamento à BHTrans

Registrando cada uma das observações e argumentos apresentados durante o debate, o analista de Transporte e Trânsito para a Regional Noroeste da empresa responsável pela gestão do transporte coletivo e do trânsito na capital (BHTrans), Jomar Mansur, solicitou a Jorge Santos os números dos ofícios já encaminhados pelo parlamentar em relação à demanda e se comprometeu a encaminhar novamente a questão à diretoria do órgão, para que seja realizado um estudo mais detalhado sobre os aspectos levantados. Ao final da visita técnica, o vereador declarou sua expectativa de que esse novo reforço da antiga reivindicação mobilize de forma efetiva os setores pertinentes, orientando a busca por possíveis soluções para o problema.

Parabenizando a mobilização da comunidade e agradecendo a presença de todos, ele garantiu que tratará pessoalmente do assunto com o prefeito Alexandre Kalil e com o presidente da BHTrans, Célio Bouzada, e que todas as respostas obtidas e andamentos previstos serão devidamente comunicados e debatidos com os interessados.

Superintendência de Comunicação Institucional

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