Falta de manutenção da área configura negligência por parte do poder público
Retrato de abandono, vandalismo e criminalidade, equipamento tem afastado moradores e usuários
Foto: Rafa Aguiar / CMBH
Implantado em 1998 como medida de compensação ambiental de um empreendimento imobiliário na região, o Parque Dona Clara, localizado na região Norte da capital, recebeu a visita técnica da Comissão de Meio Ambiente e Política Urbana, nesta quinta-feira (4/5). O requerente da atividade e vice-presidente da comissão, vereador Edmar Branco (PTdoB), lamentou a situação de abandono em que se encontra o equipamento e defendeu a urgência em se buscar soluções para a revitalização do parque.
Com uma área total de aproximadamente 29 mil m², próximo aos córregos do Onça e do Aeroporto da Pampulha, o Parque Dona Clara possui opções de lazer como playground com brinquedos infantis, mesas de jogos, espaços de convivência, pista de caminhada, instalações sanitárias, além de abrigar o campo de futebol da Sociedade Esportiva São José Operário. Sob a gestão da Fundação de Parques Municipais, moradores denunciam que o equipamento hoje não recebe manutenção e cuidado, deixando em estado crítico as condições sanitárias e estruturais do espaço.
Realidade
Além do mato alto, acúmulo de lixo, brinquedos quebrados, banheiros danificados e falta de iluminação, a comunidade relatou ainda a falta de segurança no parque, o que tem permitido depredações no equipamento e mau uso das instalações como o consumo de drogas, ocupações irregulares e esconderijo de infratores durante a noite. Os moradores contam que o espaço contava com o apoio dos guardas municipais que garantiam a segurança do local, mas atualmente, para agravar a situação, nem as rondas no entorno do parque estão sendo realizadas.
De acordo com o subinspetor da Guarda Municipal de Belo Horizonte (GMBH), Jaime Costa, a instituição se compromete a fazer as passagens periódicas das viaturas com maior frequência, e disponibilizou os números de telefones da central de operações quando houver a necessidade de as guarnições se deslocarem até o local. Já com relação à população em situação de rua que está ocupando o espaço, Costa esclareceu que é necessário realizar um trabalho conjunto da GMBH com a gerência de Assistência Social da Regional Pampulha, para que possa ser feita a abordagem e o encaminhamento destes indivíduos para os abrigos da capital. “Nestes casos, a Guarda Municipal dá todo o apoio à abordagem feita pela assistência social, de forma a garantir a integridade física dos agentes bem como dos próprios moradores de rua”, afirmou Costa.
Gestão compartilhada
Morador da região e presidente da Sociedade Esporte São José Operário, Edval Gomes da Rocha contou que, até alguns anos atrás, os próprios usuários haviam se articulado para cuidar do espaço, muitas vezes utilizando de recursos próprios para fazer as devidas manutenções no local. Rocha denuncia que, desde setembro de 2016, a Fundação Municipal de Parques, que já havia assumido a gestão do equipamento, abandonou completamente o local. “É preciso que o poder público volte a administrar o parque e permita que a comunidade possa fazer uma gestão compartilhada, como sempre foi feito por nós”, solicitou.
Edmar Branco comunicou aos representantes da comunidade que, em conversa com o presidente da Fundação Municipal de Parques, Sérgio Augusto Domingues, foi acordado que um mutirão de limpeza e manutenção será realizado no próximo mês de junho, para que as demandas mais emergenciais possam ser sanadas, e destacou a importância da participação e consciência da comunidade para a conservação do local. Branco também informou que vai agendar uma reunião com a participação da comissão, da comunidade, da Fundação de Parques Municipais e da Secretaria Municipal de Esporte e Lazer, para deliberarem sobre a gestão compartilhada, bem como intervenções de manutenção e segurança do Parque Dona Clara.
Superintendência de Comunicação Institucional
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