Parlamentares denunciam “indústria da multa” articulada pela BHTrans
Depoimentos de funcionários da empresa indicam existência de metas para remoção de veículos estacionados em locais proibidos
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Conforme denúncia divulgada pela mídia local nos últimos dias, a Empresa de Transportes e Trânsito de Belo Horizonte (BHTrans) estaria pressionando seus fiscais a atuarem com metas para apreensão de veículos estacionados em locais proibidos. A quantidade mínima de reboques atenderia aos interesses dos parceiros privados que operam os pátios para armazenamento desses veículos. Associada ao excesso de radares de velocidade instalados na cidade, a denúncia gerou repercussão entre os parlamentares e foi tema de debate na reunião plenária desta quarta-feira (9/3). A reunião foi encerrada por falta de quórum antes da votação dos projetos em pauta.
Apresentando a denúncia aos colegas, o vereador Jorge Santos (PRB) explicou que, conforme depoimento de funcionários da BHTrans, a gerência da empresa teria determinado uma meta de apreensão de 1100 carros por dia. A pressão sobre os servidores serviria aos interesses do pátio que recebe os veículos, uma vez que são pagos por unidade e tempo de guarda. Em nota, a BHTrans afirmou que não há meta estabelecida, mas o contrato com o pátio prevê um volume mínimo de 500 veículos.
O parlamentar afirmou que a questão precisa ser apurada com urgência e convocou os colegas a discutir o tema. Na mesma perspectiva, Gilson Reis (PCdoB) propôs a instauração de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para esclarecer o ocorrido e identificar eventuais responsáveis. O vereador lembrou outros problemas da política municipal de transportes, destacando o excesso de radares escondidos e a iminente privatização do serviço de estacionamento rotativo, que estariam favorecendo um esquema de corrupção na prefeitura em favor dos parceiros privados. Vice-líder de governo na Casa, Bruno Miranda (PDT) defendeu a lisura da gestão do prefeito Márcio Lacerda (PSB), mas reconheceu que as denúncias devem ser apuradas.
Academia da cidade
Morador do Barreiro de Cima, o vereador Adriano Ventura (PT) apresentou antigas reivindicações da comunidade local, defendendo a instalação de uma academia a céu aberto na região. “Há três anos solicitamos a criação da academia, já indiquei um lugar apropriado, mas a prefeitura sempre cria novos argumentos para não fazer”, lamentou o vereador, explicando que, inicialmente, foi apontado que o tamanho da área seria insuficiente, o que não se sustentou, uma vez que outras academias estão instaladas em locais ainda menores. Atualmente, o Executivo alega falta de recursos que, conforme supõe o parlamentar, seriam para pavimentar a área, já que os equipamentos já foram adquiridos e estão armazenados na regional.
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Superintendência de Comunicação Institucional