COMISSÃO DE SAÚDE

Usuários do SUS denunciam falta de medicamentos nas farmácias

PBH condicionou as faltas a problemas com fornecedores e licitação

terça-feira, 29 Outubro, 2013 - 00:00
 representantes de conselhos de saúde comunitários cobraram do Executivo que divulgue a lista dos medicamentos em falta

representantes de conselhos de saúde comunitários cobraram do Executivo que divulgue a lista dos medicamentos em falta

Em audiência pública realizada pela Comissão de Saúde e Saneamento nesta terça-feira (29/10), representantes de conselhos de saúde comunitários cobraram do Executivo que divulgue a lista dos medicamentos em falta, a fim de minimizar o desgaste de usuários que ficam por horas nas filas das farmácias, muitas vezes em vão. A Prefeitura condicionou o abastecimento insuficiente a problemas com os fornecedores e editais de licitação. O Executivo anunciou, ainda, a ampliação do quadro de técnicos farmacêuticos nos centros de saúde. A audiência foi realizada por solicitação do vereador Dr. Nilton (Pros), presidente da Comissão.

O secretário municipal adjunto de Saúde, Fabiano Pimenta, apresentou o panorama do serviço de assistência farmacêutica oferecido pela Prefeitura, explicando que o governo federal é responsável pela aquisição dos medicamentos de alto custo, como aqueles para tratamento de doenças autoimunes, e o Executivo Municipal oferece recurso complementar para a compra de 241 tipos de remédios. De acordo com o secretário, no último ano, foram investidos R$ 27 milhões em medicamentos.

A Secretaria explicou que não faltam recursos para a compra de medicamentos, no entanto falta mercado. De acordo com o secretário, muitos editais de licitação não recebem empresas interessadas em função dos preços ofertados. Outro fator apresentado para a ausência de medicamentos seria o atraso dos fornecedores na entrega das remessas.

Para reduzir o desgaste sofrido pelos usuários nas filas das farmácias nos centros de saúde - que chagam a 2h de espera conforme depoimentos - representantes de conselhos comunitários exigiram da Prefeitura a disponibilização da lista dos medicamentos faltantes. Para os colegiados, essa seria uma forma de dar transparência ao serviço de saúde pública e permitir o maior controle social dos investimentos municipais.

Assistência

Usuários dos centros de saúde questionaram ainda a precariedade no atendimento farmacêutico, destacando que não há profissionais da área disponíveis nos centros de saúde para informação e orientação sobre composição e manipulação dos remédios prescritos.

A Secretaria informou que são geradas cerca de 135 receitas médicas por dia em cada um dos 147 centros de saúde da capital, o que tornaria inviável o acompanhamento de cada prescrição. No entanto, o Executivo anunciou que pretende ampliar o número de profissionais farmacêuticos nos próximos anos, chegando a disponibilizar um técnico por unidade, em 25 centros de saúde, e um técnico a cada duas unidades, nos demais centros.

“Eu já atuei como médico do Programa Saúde da Família e como gestor municipal”, lembrou o vereador Dr. Nilton, “já reproduzi esse discurso da falta de abastecimento por problemas licitatórios e de fornecedores. Sei que é verdadeiro, mas não é suficiente. A população quer soluções”, completou o parlamentar, destacando projeto de lei em tramitação na Casa que prevê a divulgação da lista dos medicamentos disponíveis em cada unidade. O vereador questionou o longo tempo de espera nas filas e sugeriu o envio dos medicamentos pelos Correios para os usuários cadastrados, a exemplo de sistemas implantados em vários países.

Participaram da reunião os vereadores Dr. Nilton (Pros) e Wellington Bessa “Sapão” (PSB).

Assista aqui a reunião na íntegra.

Superintendência de Comunicação Institucional