ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Realização de festas populares na capital é discutida em audiência pública

Movimentos pedem melhor planejamento e mais recursos para promoção de eventos

quinta-feira, 18 Abril, 2013 - 00:00
Representantes de movimentos culturais expuseram problemas ao poder público em audiência no dia 16 de abril

Representantes de movimentos culturais expuseram problemas ao poder público em audiência no dia 16 de abril

A Comissão de Administração Pública realizou na noite da última terça-feira (16/4) audiência requerida por seu presidente, vereador Professor Wendel (PSB), com a finalidade de discutir problemas relacionados à promoção de eventos culturais populares em Belo Horizonte, especialmente o carnaval. De acordo com o parlamentar, ao contribuir para um melhor planejamento e organização dessas festas, o debate ajuda a evitar que as falhas se repitam nos próximos anos.

Ligado ao movimento cultural de Belo Horizonte, o Professor Wendel solicitou a audiência com o objetivo de dar aos representantes dos movimentos culturais populares da capital a oportunidade de expor ao poder público as dificuldades que enfrentam para a promoção de eventos públicos e gratuitos nas ruas da cidade, como os desfiles de carnaval e o Arraial de Belô. Foram apontadas especialmente a necessidade de melhor estrutura e de mais recursos por parte da Prefeitura.

O presidente da União Junina Mineira, Jadilson Silva Nantes, queixou-se da falta de verbas para as atividades do grupo, apesar da grande aceitação das festas juninas populares na capital e no interior de Minas Gerais, além de outras partes do país. “O grupo conta com um grande reconhecimento fora do estado, graças ao suor dos quadrilheiros, pois o apoio que esperamos do poder público ainda não veio”, constatou.

Representando uma das mais antigas tradições culturais e religiosas do estado, o presidente da Federação dos Congados, Manoel Fonseca dos Reis, lembrou a importância da preservação e valorização dessa manifestação cultural, sugerindo como primeiro passo o reconhecimento das irmandades como patrimônio imaterial do município e do estado, que possui a maior concentração de congadeiros do país.

Carnaval de rua

Alegando que hoje é impossível se colocar um bloco na rua com menos de R$ 30 mil, o presidente da Associação dos Blocos Caricatos de BH, Ângelo Lima, informou que a subvenção que recebem é de apenas R$ 12 mil. “O que a gente pede é mais respeito com as escolas de samba por parte do poder público”, reforçou o presidente da Associação Cultural Samba 10, Luís Carlos Novaes.

Um dos assuntos mais discutidos foi o crescimento do carnaval de rua de BH, que observou um enorme aumento de blocos e foliões em relação às edições anteriores. Em 2013, em vez das 150 mil esperadas, estima-se que mais de 500 mil pessoas pularam carnaval nas ruas da cidade, acompanhando os 72 blocos, 30 a mais do que os inscritos pela Belotur.

Os representantes do Executivo ouviram as queixas e reivindicações dos movimentos populares e concordaram com a necessidade de se buscar soluções para possibilitar a promoção desses eventos na cidade. “O crescimento dessas manifestações populares em Belo Horizonte, que tem sido bastante grande, depende disso que está começando aqui hoje: maior planejamento, busca de recursos e, essencialmente, de gentileza urbana”, disse o gerente de comunicação da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Ricardo Camargo.

Diálogo e planejamento

Representando a Fundação Municipal de Cultura, Marah Costa garantiu que a entidade está atenta a essa questão, especialmente com relação à utilização dos mais de 15 centros culturais que administra, espalhados por todas as regionais da cidade. Ela informou que neste ano, pela primeira vez, os centros foram cedidos para o ensaio de blocos, atendendo a uma antiga reivindicação das agremiações.

Segundo o presidente da Belotur, Mário Werkema, é preciso evoluir no diálogo com esses grupos para caminhar para um planejamento pactuado, no sentido de garantir suas expressões e manifestações. “Mas também temos de cuidar das questões relacionadas à segurança pessoal, patrimonial e à boa convivência urbana”, ponderou.

O vereador Professor Wendel se disse satisfeito com o resultado do debate e ressaltou a importância do diálogo entre a população e o Executivo para aprimorar o planejamento e a organização desses eventos na cidade. “Nesta perspectiva de sentar e conversar, tenho certeza de que o planejamento vai melhorar, as falhas não irão se repetir nos próximos anos e iremos fazer cada vez melhor”, declarou. Também participou da audiência o vereador Juninho Paim (PT).

Assista a reunião na íntegra

Superintendência de Comunicação Institucional