Participantes do projeto Água em Foco apresentam estudo na CMBH
Projeto investiga qualidade da água da Lagoa

Realizado pela UFMG com escolas públicas de ensino médio, investiga qualidade da água na Lagoa
Nesta terça-feira (20/11), no Plenário Amynthas de Barros, 150 alunos de escolas públicas de Belo Horizonte participantes do Projeto Água em Foco, que investigou a qualidade da água na Lagoa da Pampulha, levaram à Câmara Municipal os resultados das pesquisas. O encontro contou com a presença do vereador Tarcísio Caixeta (PT), representando a Comissão de Meio Ambiente e Política Urbana. O Água em Foco é realizado pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), e conta com a parceria da Escola do Legislativo da CMBH.
O Projeto foi realizado em cinco escolas públicas de ensino médio da capital mineira, com aproximadamente 500 estudantes, sob a coordenação de professores e universitários – os últimos atuaram como monitores - dos cursos de Química e Ciências Biológicas da UFMG. Duas questões principais foram propostas pela iniciativa: a possibilidade de ter contato com a água da Lagoa e de comer o peixe lá pescado.
Os objetivos do Projeto Água em Foco são investigar o problema da qualidade da água; potencializar a reflexão da comunidade escolar sobre a realidade, contribuindo para a formação de cidadãos críticos e participativos; e utilizar as ferramentas do conhecimento para encaminhar possíveis soluções para o problema da qualidade da água em ambientes urbanos. “Nós já estamos fazendo esse projeto desde 2008. Nesse período, aumentou muito a população no entorno da Lagoa, e o esgoto jogado nela. Vocês, alunos, tomaram consciência desse problema e eu acredito que, se mais pessoas se empenharem, podemos reverter esse quadro”, afirmou o coordenador do Projeto, o professor da Faculdade de Educação da UFMG, Eduardo Mortimer. Ele também lembrou que muitas promessas foram feitas para despoluir a Lagoa, e que tem esperança que elas se cumpram.
Os alunos, divididos em grupos, coletaram amostras de águas superficiais em diferentes pontos da Lagoa, analisando, com instrumentos específicos, parâmetros físico-químicos e biológicos da água, como oxigênio dissolvido, pH, turbidez, condutividade elétrica, temperatura e coliformes fecais. Além disso, os estudantes entrevistaram pessoas que utilizam a Lagoa, estudaram as análises realizadas por órgãos públicos nos últimos anos e discutiram, ainda, propostas para melhorar a qualidade da água. Os melhores trabalhos foram apresentados hoje (20/11) na Câmara Municipal.
O estudo sobre as condições da Lagoa revelou que o nível de oxigênio é baixo. Foram encontradas bactérias resistentes que são prejudiciais à saúde, sem contar a grande quantidade de lixo por todos os lados. Ainda assim, muita gente se arrisca nas águas poluídas.
Ciente da urgência do problema, a Câmara tem uma Comissão Especial de Estudo que acompanha o processo de limpeza e desassoreamento da Lagoa da Pampulha e o Projeto de Lei 2251/12, de autoria do vereador João Bosco Rodrigues “João Locadora” (PT), que “Institui o Programa de Recuperação e Desenvolvimento Ambiental da Bacia da Pampulha – PROPAM”.
Conscientização
Durante o encontro, os alunos apresentaram todos os dados coletados e sugeriram propostas de despoluição, além de fazer questionamentos. O vereador Tarcísio Caixeta respondeu às perguntas e frisou: “Eu acho que o problema maior na Pampulha é a ampliação da rede de interceptores de esgoto pela Copasa”. Ele também enfatizou a importância do programa Caça Esgoto (que visa interceptar lançamentos clandestinos de esgoto), também da Companhia de Saneamento, e, principalmente, a conscientização das pessoas: “Difundir esse trabalho aqui para a população é de um valor inestimável. O poder público e a população têm papel fundamental nesse processo”.
Os estudantes gostaram do aprendizado. Sabrina Gonçalves, da Escola Estadual Central, afirmou: “O Projeto foi bom, fugiu da rotina. Conscientizou bastante e ajudou a gente a participar mais, ficamos mais interessados. Também nos ajudou nas matérias da escola”. Opinião semelhante tem o aluno do Instituto de Educação de Minas Gerais, Luiz Fernando Gomes Silva: “Há muito tempo se fala da Lagoa, mas pouco se tem feito. O Projeto foi importante por ter nos informado sobre essa situação. A gente aprendeu e, ao mesmo tempo, analisou uma situação real”.
A gerente da Escola do Legislativo, Dagma Martins, explicitou a importância da iniciativa: “O Projeto Água em Foco contribui para tornar os alunos sujeitos do processo ensino-aprendizagem, em consonância com o novo perfil de indivíduos que a sociedade atual exige”.
Superintendência de Comunicação Institucional