Plenário

Vereadores aprovam em 2º turno passe livre em BH em dia de eleição

Novas regras para adoção de áreas verdes foram aprovadas em 2º turno. PL que trata de mudança climática foi retirado da pauta

terça-feira, 11 Abril, 2023 - 20:00
Imagem da mes diretora com o presidente Gabriel, a secretária Marcela Tropia e o vereador Henrique Braga

Foto: Bárbara Crepaldi/CMBH

A gratuidade do transporte público coletivo de passageiros nos dias de realização das eleições será uma realidade em BH, já a partir de 2024. Nesta terça-feira (11/4), a Câmara Municipal aprovou, em 2º turno, a Proposta de Emenda à Lei Orgânica (PELO) 6/2022, assinada pelo presidente da Casa, Gabriel (sem partido), e mais 12 vereadores, além do ex-vereador Léo. Ao assegurar a gratuidade do transporte em dias de eleição, a PELO pretende garantir o exercício pleno da democracia por toda a população de Belo Horizonte. Uner Augusto (PRTB) foi o único parlamentar que  votou contra a medida. Duas propostas de alteração no Código de Posturas foram apreciadas pelo Plenário: foi aprovado, em 2º turno, o PL 206/2021, que amplia as possibilidades de adoção de áreas públicas; já o PL1324/2014, que propõe a utilização de bancas de jornal e revistas como pontos de apoio ao turismo, à cultura e à circulação de informações públicas, foi rejeitado. Tramitando em 2º turno, o PL 270/2022, de autoria do Executivo, que institui a Política Municipal de Enfrentamento das Mudanças Climáticas e de Melhoria da Qualidade do Ar, foi retirado da pauta. Foi rejeitada a indicação de Bruno Miranda (PDT) para usar a área do Aeroporto Carlos Prates como sambódromo. Confira o resultado completo da reunião.

A PELO 6/2022, que garante a gratuidade do transporte público coletivo no primeiro domingo de outubro em que forem realizadas as eleições, e no último domingo de outubro, nos casos em que houver segundo turno eleitoral, foi aprovada em definitivo. O texto original, assinado por Gabriel, Álvaro Damião (União), Bruno Miranda, Dr. Célio Frois (PV), Gilson Guimarães (Rede), Iza Lourença (Psol), Marcos Crispim (PP), Miltinho CGE (PDT), Pedro Patrus (PT) e Rubão (PP), além do ex-vereador Léo e das ex-vereadoras Bella Gonçalves, Duda Salabert e Macaé Evaristo, recebeu 38 votos favoráveis e 1 voto contrário.

Duas emendas aprimorando o PL também foram aprovadas. A Emenda 1, assinada por Fernanda Pereira Altoé (Novo) e mais 17 pessoas, determina que a gratuidade seja ofertada na data do pleito no primeiro turno e no segundo turno das eleições, quando houver; e a Emenda 2 acrescenta parágrafo dispondo que a gratuidade estabelecida será integralmente custeada pelo poder concedente e paga aos concessionários no prazo de até 60 dias após a prestação do serviço, mediante comprovação do número de usuários e valores das respectivas tarifas. A alteração foi sugerida por Fernanda Pereira Altoé (Novo) e mais 20 vereadores. A parlamentar defendeu a necessidade de garantir a gratuidade e de, ao mesmo tempo, pagar apenas pelo serviço prestado. Ela lembrou que na última eleição o serviço foi ofertado sem regramento. “A emenda é importante para comprovar o número de usuários e fazer o pagamento corretamente”, afirmou. 

Um dos autores do PL, Gabriel argumentou que a “democracia tem custos e que, salvo engano, BH é o primeiro município brasileiro a apoiar e aprovar uma PELO assim; então, em 2024, o povo vai votar com passe livre”. O parlamentar também lembrou que existem outros projetos na Câmara para garantir a gratuidade do transporte coletivo para quem precisa, como a proposta de passe livre para vilas e favelas e passe livre estudantil integral, além do vale saúde, pessoa com deficiência e do vale social para quem procura emprego. “Esse é o começo da conversa para aprovar qualquer coisa aqui”, finalizou. 

Já Uner Augusto afirmou que em BH existem tantos bairros quanto seções eleitorais e que o TRE pode adequar as seções para que não haja necessidade de usar o transporte coletivo para votar. 

Para entrar em vigor, a proposta tem que ser promulgada e publicada pela Câmara Municipal, e não depende de sanção do Executivo. 

Adoção de áreas públicas

Também foi aprovado em 2º turno o Substitutivo 4 ao PL 206/2021, de autoria de Braulio Lara (Novo), Fernanda Pereira Altoé e Marcela Trópia (Novo). O texto original propõe a adoção de logradouros públicos e áreas verdes por empresa, entidade ou pessoa física para fins de manutenção, conservação, reforma, urbanização, melhorias de equipamentos, implantação e revitalização paisagística, melhorando e removendo as limitações verificadas no Programa Adote Verde da PBH, instituído pelo Decreto 14.708/2011. 

A pedido de Fernanda Altoé, o Plenário votou com preferência e aprovou o Substitutivo 4, dos próprios autores do PL, que dá nova redação ao texto mantendo as disposições originais. Além de ampliar o rol de possibilidades de adoção de áreas públicas, a iniciativa busca tornar o procedimento mais eficaz e célere, a fim de promover melhor cuidado da cidade e implementar melhorias básicas de infraestrutura em prol de toda população.

Fernanda Altoé defendeu que a nova proposta traz mais segurança jurídica e torna o procedimento mais atrativo para os adotantes. Braulio Lara salientou a dificuldade do poder público em cuidar de todas as áreas e elogiou a redução na burocracia. 

A proposta, que recebeu 36 votos favoráveis, segue agora para sanção ou veto do Executivo. 

Grande expediente

Pautado pelo ataque a uma creche na cidade de Blumenau, divulgado pela mídia, José Ferreira (PP) chamou a atenção para a falta de segurança nas escolas da capital mineira. Ele manifestou seu descontentamento com o anúncio de que apenas as escolas estaduais terão acompanhamento da Polícia Militar. Segundo ele, apesar de contar com a Guarda Municipal, as escolas municipais também devem receber apoio da PM.

Gabriel usou a tribuna para alertar sobre o envolvimento do Município com o que ele chamou de “máfia do lixo”, se referindo à nomeação do engenheiro João Batista Neto para a superintendência de Limpeza Urbana (SLU). O parlamentar afirmou que a PBH voltou atrás após reportagem da Itatiaia revelar que João Batista foi preso suspeito de integrar um esquema de fraude no ano passado. O presidente afirmou ainda que caminha pelo Centro da cidade e sugeriu que o prefeito Fuad Noman (PSD) faça o mesmo para comprovar que a BH está “imunda e mal cuidada”. Ele avisou que o próximo superintendente da SLU será chamado a dar explicações. O chefe do Legislativo também mencionou a troca da empresa de publicidade e quis saber qual o motivo: “É bom que a PBH escute a Câmara”.

Superintendência de Comunicação Institucional 

25ª Reunião Ordinária do Plenário