Projeto de educação cidadã para jovens abre edição municipal de 2023
Com o tema “Jovem e Mercado de Trabalho”, parceria entre CMBH, PUC Minas e ALMG tem a participação de 70 estudantes
Foto: Karoline Barreto/CMBH
Nesta quinta-feira (30/2), foram abertos oficialmente os trabalhos do Parlamento Jovem de Minas (PJ Minas) em Belo Horizonte. O projeto de formação política destinado aos estudantes dos ensinos médio e superior de cidades mineiras cria para os jovens uma oportunidade de conhecer melhor a política e seus instrumentos de participação. Responsável pela etapa municipal do PJ Minas, a Câmara de BH, por meio da Escola do Legislativo, é parceira da Assembleia Legislativa (ALMG) e da Pontifícia Universidade Católica (PUC Minas). O trabalho é conduzido por meio de debates em torno de um tema central e, ao final de cada etapa, os alunos produzem um documento com propostas que serão encaminhadas à Comissão de Participação Popular da CMBH e da ALMG, podendo vir a se tornar leis. Setenta estudantes de três escolas públicas e uma particular, além dos trabalhadores da Associação Profissionalizante do Menor (Assprom), participam desta edição, cujo tema é “Jovem e o Mercado de Trabalho”. Compartilhando sua trajetória profissional, o presidente Gabriel (sem partido) falou sobre a importância do conhecimento e os desafios da era tecnológica, assunto que também guiou a palestra do analista educacional Alexandre Marini.
Nessa primeira etapa, municipal, os estudantes de nível médio participam de atividades orientadas, voltadas ao desenvolvimento das habilidades de expressão, retórica e desinibição para atuação no projeto, além de oficinas de formação política e temática. Dentro do tema “Jovem e o Mercado de Trabalho”, os seguintes subtemas serão tratados ao longo do ano: Desenvolvimento econômico e geração de trabalho; Escolaridade e qualificação profissional; e Jovens em situação de vulnerabilidade e inclusão no trabalho.
Participantes
Gabriel contou um pouco sobre sua trajetória profissional, fazendo referência às mudanças tecnológicas que levaram a um mundo muito mais desafiante para os jovens de hoje. Falou também sobre as três funções básicas do Legislativo (fiscalizar, legislar e representar) e incentivou a participação dos jovens, propondo a eles questões relacionadas ao trabalho legislativo, à democracia e ao mercado. O presidente da CMBH deu três dicas para os estudantes presentes: observar quais são as necessidades que nos cercam; valorizar a educação, sem resumi-la a notas e provas e mesmo à escola - “Coloquem na cabeça de vocês que estudar é algo para a vida e tudo é uma possibilidade de conhecer”; e não imaginar a vida “como um só trilho”, como, por exemplo, sonhar em ter o mesmo trabalho até o fim da vida. Por fim, Gabriel elogiou o projeto: “Vocês estão semeando sonhos nesses jovens. Enquanto eu estiver vivo vou defender essa ideia”.
Segundo a pró-reitora de Extensão da PUC Minas, Ester Eliane Jeunon, “a universidade só é universidade porque tem três pilares: ensino, pesquisa e extensão”. E no último pilar estaria o “protagonismo estudantil”. Além de citar alguns objetivos do projeto, ela assegurou: “as câmaras municipais são o motor fundamental [do projeto]”. No âmbito da universidade, a pró-reitora contou que o projeto começou em 2004, criado pelo curso de Ciências Sociais.
“São 148 câmaras municipais envolvidas no PJ”, afirmou o consultor legislativo da Assembleia de Minas Gerais, Guilherme Ribeiro, contando que o número foi ampliando a cada ano, num “esforço de pensamento, de ideias, que vem de todos os espaços”. Ele assinalou a diversidade de cada cidade participante e o trabalho do conjunto de profissionais da PUC Minas, “que podem subsidiar essa discussão”.
A gerente da Escola do Legislativo da CMBH, Emanuela Pilé, parabenizou um “projeto tão caro à formação cidadã desses jovens”, e elogiou os estudantes presentes: “Vocês têm uma consciência social extremamente apurada”.
Sempre interessada em política, a ex-aluna do ensino médio Jamilly Alexya Amorim, que participou da edição de 2021 do Parlamento Jovem quando estava no 3º ano, na Escola Estadual Professor Domingos Ornelas, em Santa Luzia, mandou uma mensagem assim que viu a notícia desta edição e acabou sendo convidada para compor a mesa de abertura dos trabalhos. “Foi incrível, me ajudou muito, muito mesmo”, afirmou Jamilly sobre o projeto, contando ainda ter se interessado pelo tema da empregabilidade em relação aos jovens, que já teria sido discutido naquele ano como um futuro tema do PJ.
Palestra
O palestrante Alexandre Marini focou na questão da evolução tecnológica que, por meio dos processos de automatização, robotização e automação, foram e estão substituindo a mão de obra humana, até o nível da inteligência artificial, a qual, segundo ele, substituirá uma característica humana por excelência: a capacidade criativa. Diante dessas mudanças, mais do que nunca é preciso investir em educação. O palestrante também apresentou dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) 2019 do IBGE, revelando que 78% dos jovens de 18 a 24 anos não estão estudando. Enquanto a inteligência artificial estaria se especializando cada vez mais, “78% dos jovens estão parados no tempo”. Ele apresentou, ainda, dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) apontando que o retorno salarial da conclusão do ensino médio para os jovens da mesma idade é de 11% a 20%.
De 2004 a 2009, o Parlamento Jovem foi realizado somente em BH e, a partir de 2010, se estendeu a outros municípios, ocorrendo as etapas municipal e estadual. Em 2014, uma nova fase foi inserida ao projeto: a etapa regional, com os municípios agrupados em polos. Neste ano, Belo Horizonte compõe o “Polo Metropolitano”, junto com os municípios de Confins, Lagoa Santa, Pedro Leopoldo, São José da Lapa e Vespasiano.
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