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Belo Horizonte ganha Hino à Negritude

Belo Horizonte ganha Hino à NegritudeSeguindo o exemplo de outras cidades brasileiras, Belo Horizonte oficializou no dia 23 de fevereiro o "Hino à Negritude", que deverá ser executado em solenidades ligadas ao movimento e à comunidade negra na cidade. A proposta, originária de projeto de lei de autoria do vereador Geraldo Félix (PMDB), foi sancionada pelo prefeito e publicada no Diário Oficial do Município.

O hino é de autoria do Professor Eduardo Ferreira de Oliveira, autor de músicas e livros sobre questões raciais, que o compôs em 1942. A música foi registrada em 1966 na Escola Nacional de Música, como o nome de "Hino 13 de Maio".

A medida já foi aprovada em outras cidades, como São Paulo, e em Minas Gerais o hino é oficial desde 2008. Em 2009, foi aprovado em caráter conclusivo pelas Comissões de Constituição e Justiça e de Cidadania da Câmara dos Deputados, e atualmente tramita no Senado. Se aprovada nas duas Casas, o hino será considerado oficial em todo o território nacional.

Leia a letra abaixo e ouça o Hino à Negritude

I
Sob o céu cor de anil das Américas
Hoje se ergue um soberbo perfil
É u’a imagem de luz
Que, em verdade, traduz
A história do Negro no Brasil.

Este povo, em passadas intrépidas,

Entre os povos valentes se impôs!

Com a fúria dos leões

Rebentando grilhões

Aos tiranos se contrapôs!

Estribilho
Ergue a tocha no alto da glória

Quem herói, nos combates, se fez

Pois, que as páginas da história,

São galardões aos negros de altivez!

II
Levantado no topo dos séculos,

Mil batalhas viris sustentou,

Este povo imortal
Que não encontra rival,

Na trilha que o amor lhe destinou.

Belo e forte, na tez cor de ébano

Só lutando se sente feliz.

Brasileiro de escol

Luta de sol a sol

Para o bem de nosso País.

III
Dos Palmares, os feitos históricos

São exemplos da eterna lição

Que, no solo tupi,

Nos legara Zumbi,

Sonhando com a liberação.

Sendo filhos, também da mãe África,

Aruanda dos Deuses da Paz.

No Brasil, este axé

Que nos mantém de pé

Vem da força dos Orixás.

IV
Que saibamos guardar estes símbolos

De um passado de heróico labor.

Todos numa só voz,

Bradam nossos avós:

Viver é lutar com destemor!

Para frente marchamos impávidos

Que a vitória nos há de sorrir.

Cidadãs, cidadãos

Somos todos irmãos

Conquistando o melhor porvir!