Sem voos comerciais desde 2019, terminal será entregue a nova gestão por 30 anos
A partir de maio, equipamento será administrado por concessionária que investirá R$ 151 milhões para exploração do espaço
Foto: Cláudio Rabelo / CMBH
Operando desde 2019 somente com aviação executiva e passando o gerenciamento da Infraero para a concessionária CCR a partir de maio de 2022, o Aeroporto da Pampulha foi vistoriado nesta quinta-feira (10/2) pela Comissão de Desenvolvimento Econômico, Transporte e Sistema Viário. Na visita técnica, requerida pelo vereador Rubão (PP), verificou-se que, apesar da suspensão de voos comerciais, o terminal apresenta condições adequadas para voltar ao pleno funcionamento, precisando apenas de pequenas reformas. Mesmo sem conhecer as diretrizes e o cronograma de ações da empresa que assumirá o terminal, a atual gestão de Operações e Segurança vê com bons olhos os novos rumos do espaço e não descarta a possibilidade de que voos comerciais sejam, futuramente, ofertados mais uma vez à população, ainda que esse retorno não esteja nos planos da concessionária, que vai administrar o aeroporto por 30 anos.
De acordo com o gerente de Operações e Segurança do Aeroporto da Pampulha, Nerivaldo Gomes de Oliveira, o aeroporto realiza em média 3 mil vôos por mês e cerca de 100 operações por dia, podendo ultrapassar esse número nos finais de semana. Atualmente, a atividade-fim do terminal é a aviação executiva, de hangaragem (estacionamento) e manutenção de aeronaves. O espaço possui, ao todo, 26 hangares de empresas particulares. O gerente informou que há, por exemplo, um voo que transporta funcionários da empresa Vale e seus parentes, quatro vezes por semana, com uma média de 80 passageiros. As aeronaves têm, também, uso cargueiro (Azul Cargas) para transporte de material para o Laboratório Hermes Pardini até a cidade de Jundiaí (MG).
Medidas sanitárias e equipamentos de segurança
Quanto às medidas sanitárias seguidas no contexto pandêmico, a Infraero possui um programa de imunização, para orientação, formação e conscientização dos funcionários. Além disso, o gestor destacou que aqueles acima de 60 anos permanecem, no atual momento, em sua residência, na modalidade home-office. Também são disponibilizados álcool em gel e máscaras no aeroporto e observadas medidas de distanciamento, com distribuição de informativos por meio de correio eletrônico e orientações da Infraero e de técnicos de segurança do trabalho sobre a importância dessas medidas.
Como o local não oferece mais voos comerciais à população, está isento de utilizar dispositivos para a execução de determinados procedimentos de segurança, exigidos por legislação para operações dessa natureza, como canal de inspeção, raio X, detector de metal e áreas restritas de segurança. “Hoje, temos áreas controladas quanto ao acesso de pessoas”, contou. Segundo Oliveira, o aeroporto possui sala de embarque e desembarque com equipamentos utilizados à época em que eram oferecidos voos comerciais.
As aeronaves também são, eventualmente, utilizadas para testes do exército e demonstrações da Polícia Militar, em solenidades, para alunos da Marinha, que usa as dependências da Infraero no aeroporto. A manutenção primária das aeronaves é feita pela Polícia Militar, para casos de emergência e ocorrências policiais. Oliveira informou que Polícia Militar, Polícia Civil e Corpo de Bombeiros têm, hoje, um hangar no terminal.
Nova administração
A CCR assume a administração do Aeroporto da Pampulha a partir do dia 1º de maio de 2022, permanecendo com a aviação executiva, com incrementos para melhoria da qualidade e novos investimentos. Segundo o gerente de Operações e Segurança do aeroporto, há um programa voltado a empregados efetivos (atualmente, o aeroporto totaliza 86 funcionários), com absorção ou remanejamento dentro da própria empresa; ou, ainda, para demissão voluntária incentivada. O programa foi criado pela Infraero e ativado desde o início das concessões.
Em outubro do ano passado, por meio de leilão, a CCR venceu a concessão do Aeroporto da Pampulha por 30 anos e, a partir daí, foi montado um cronograma. A transição de operações e adequações se encerrará no dia 30 de abril e em 1° de maio a equipe da empresa começará efetivamente a utilizar o espaço. Até então estão sendo realizadas visitas da concessionária, sob inspeção da Infraero, em áreas específicas de manutenção, de Tecnologia da Informação (TI), edificações, operações e segurança.
Aviação comercial
Segundo o gerente, os funcionários da Infraero da Pampulha têm interesse de continuar com a aviação comercial, muito demandada pela população de Belo Horizonte, que prefere utilizar o Aeroporto da Pampulha ao de Confins, em função do tempo de deslocamento, transporte e estacionamento. A última operação da companhia Gol foi em 2018, com ponte aérea em Juiz de Fora e destino a São Paulo. Oliveira salientou que o terminal tem uma pista que é uma das dez maiores do Brasil, com capacidade para receber aeronaves de grande porte.
Mesmo sem grande fluxo de movimentação de bagagens, foi observado que a estrutura está preparada para o retorno do serviço. A sinalização também está em dia, com orientações no chão, cartazes informando sobre medidas sanitárias de segurança e banheiros adaptados. “Não processamos voo; mas o aeroporto está 100% operacional”, completou.
Propostas e perspectivas
O gestor propôs que sejam feitas, pela CCR, reformas no terminal de passageiros, principalmente a substituição do telhado e a construção de uma bacia de contenção para escoamento de águas pluviais, que causam inundações no local, ressaltando que a bacia existente no Bairro Engenho Nogueira já não atende o aeroporto.
O vereador Rubão, que requereu a visita, vê com bons olhos a gestão da concessionária que iniciará a nova administração do aeroporto, a partir de 1º de maio. Para ele, mesmo que, até o momento, os projetos da nova concessionária ainda não tenham sido apresentados à atual gestão, as condições estruturais do terminal são adequadas. “O Aeroporto da Pampulha apresenta boas condições estruturais e a perspectiva é que, com o novo investimento, de R$ 151 milhões, para ampliação e manutenção do espaço, os belo-horizontinos possam acreditar que haverá melhorias”, concluiu.
Superintendência de Comunicação Institiucional