Comissão cobra entrega de obras no Rio Paraopeba e questiona falta de água em bairros
Foi registrado o recebimento de respostas da Copasa a questionamentos anteriores, mas Comissão quer mais transparência
Foto: Abraão Bruck/CMBH
A Comissão Especial de Estudo - Abastecimento Hídrico registrou na reunião desta sexta-feira (9/10) o recebimento de respostas da Copasa a pedidos de informação sobre a instalação da barreira física de proteção do Sistema do Rio das Velhas e a respeito do atraso na implantação da nova captação de água no Rio Paraopeba, além de informações sobre a qualidade da água que abastece a capital. Foi aprovado novo pedido de informação à Companhia e à Vale, solicitando mais transparência em relação ao prazo de entrega de obras e cobrando providências acerca da garantia de fornecimento de água para a região metropolitana. A Comissão ainda vai questionar a Copasa sobre a recorrente interrupção no abastecimento de água em bairros da capital, sobretudo no cenário de pandemia e calor extremo.
A resposta enviada informa que a construção de uma estrutura para proteger o sistema do Rio das Velhas foi concluída em dezembro de 2019, com recursos financeiros da Vale, cujo montante a Copasa desconhece. O ofício informou ainda que a nova captação de água no Rio Paraopeba não foi concluída em função das fortes chuvas no final de 2019 e início de 2020. De acordo com a Copasa, embora os níveis dos reservatórios do Sistema Paraopeba ainda estejam com aproximadamente 85% de sua capacidade, todos os esforços estão sendo feitos para que a conclusão das obras ocorra o mais rápido possível. Em relação à qualidade da água captada/proveniente do Rio Paraopeba para o abastecimento da capital, a Copasa informou que os níveis de metais e matérias químicas detectados na água antes mesmo do rompimento da barragem de Brumadinho estariam dentro do aceitável.
Sobre o encaminhamento de mapas e croquis contendo dados georreferenciados da localização e traçado das principais linhas de captação até os Reservatórios de Distribuição Taquaril, e deste ponto até os Reservatórios de Distribuição R13 (Céu Azul), solicitado pela Comissão, a Copasa informou que não pode apresentar dados georreferenciados de localização da adutora que passa embaixo da Serra do Curral e que as informações públicas estão disponíveis no plano de saneamento no site da empresa.
Falta de clareza
Não satisfeitos com a resposta da Copasa, os vereadores cobraram mais transparência sobre a previsão de entrega da obra da nova captação de água no Rio Paraopeba. Um novo pedido de informação foi aprovado e será encaminhado à Companhia e à Vale, perguntando qual o novo prazo estabelecido para conclusão e entrega da obra do Paraopeba. O requerimento questiona também quais as iniciativas estão sendo tomadas no sentido de garantir a continuidade do fornecimento e distribuição de água na RMBH, considerando a capacidade dos reservatórios do Sistema Paraopeba, as altas temperaturas e ondas de calor. A Comissão quer saber se existe a possibilidade de ocorrência de insuficiência hídrica, rodízio ou desabastecimento decorrente da perda da captação no leito do Rio Paraopeba.
O procurador-geral de Justiça de Minas Gerais também receberá um documento solicitando o termo de compromisso firmado em janeiro de 2020 entre a Vale e o Ministério Público de Minas Gerais para elucidar as seguintes questões: qual é o atual estado das obras? A empresa apresentou alguma previsão para a conclusão das obras? Diante do descumprimento dos prazos, quais medidas estão sendo tomadas pelo MP em relação à empresa.
Falta de água e calor
A Comissão aprovou ainda outro pedido de informação à Copasa questionando o motivo da falta de água nos Bairros Conjunto Paulo VI, Montes Claros, Jaqueline e Zilah Spósito, em Belo Horizonte. A solicitação foi motivada por denúncias feitas pelos moradores dessas regiões que estão sofrendo com o desabastecimento, situação agravada no cenário de extremo calor e pandemia.
Assista ao vídeo da reunião na íntegra.
Superintendência de Comunicação Institucional