ABASTECIMENTO DE ÁGUA

Copasa vai liberar informações sobre mananciais da RMBH

Divulgação de dados atende à reivindicação da Câmara, que quer contribuir com a prevenção da escassez de água

segunda-feira, 29 Dezembro, 2014 - 00:00
Divulgação de dados pode orientar sobre perspectivas de abastecimento de água. Foto: Daniel Parks. Licença CC

Divulgação de dados pode orientar sobre perspectivas de abastecimento de água. Foto: Daniel Parks. Licença CC

A Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) irá informar, por meio do site da empresa, a situação dos mananciais de água que abastecem a Região Metropolitana de Belo Horizonte. A informação foi dada ao presidente da Câmara Municipal de Belo Horizonte, Léo Burguês de Castro (PTdoB), pelo presidente da Copasa, Ricardo Simões, durante reunião recente com ele realizada na sede da Companhia. A divulgação dessas informações atende a uma reivindicação da Câmara, que, desde a divulgação das primeiras notícias sobre falta d’água na Capital, em outubro, passou a solicitar à Copasa que essas informações fossem tornadas públicas.

A transparência com relação a esse tipo de dado já ocorre em São Paulo, onde a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) disponibiliza no site da empresa o volume de água existente em cada um dos mananciais que servem à Região Metropolitana da São Paulo. Lá, a situação é extremamente crítica, uma vez que a Sabesp já utiliza a água do segundo volume morto do manancial de Cantareira, o maior a atender a Capital paulista. Além deste, há apenas uma terceira cota do mesmo volume morto. O site da Sabesp é www.sabesp.sp.gov.br

Transparente em relação à situação das barragens das principais usinas hidrelétricas brasileiras é o Operador Nacional do Sistema (ONS), entidade responsável pela operação do Sistema Interligado Nacional (SIN) de produção de energia elétrica. As informações estão disponíveis no site do ONS, em www.ons.org.br, sendo possível fazer pesquisas que permitem comparar a situação dos reservatórios em diferentes anos.

A divulgação das informações referentes aos mananciais de água de Belo Horizonte foi pedida pela Câmara em 7 de novembro, quando a Presidência anunciou a criação de uma Comissão de Representação do Legislativo Municipal para visitar os mananciais e avaliar a situação dos sistemas que atendem a Capital. A Comissão é formada por Léo Burguês e pelos vereadores Leonardo Mattos (PV) e Petro Patrus (PT). Na ocasião, em entrevista coletiva à imprensa, o Presidente ressaltou que o acesso a essas informações é de vital importância para que a população possa se prevenir e também colaborar com qualquer campanha para a redução do consumo que vier a ser proposta pelo poder público.

Quase um mês depois, em 10 de dezembro, Léo Burguês foi recebido pelo presidente da Copasa, que comunicou a ele a intenção da companhia em liberar o acesso às informações. A diferença, segundo explicou Ricardo Simões, é que a informação a ser disponibilizada será uma média entre os vários sistemas que atendem à RMBH. Seria feito assim porque, de acordo com o presidente da Copasa, todos os mananciais que abastem a RMBH operam interligados, devendo, por isso, serem considerados como um conjunto único.  Nesse sentido, a média seria a alternativa que, segundo Ricardo Simões, melhor retrataria a situação.

Mananciais

A RMBH é abastecida por quatro sistemas: Velhas, Rio Manso, Serra Azul e Várzea das Flores. Destes, o principal é o Velhas, que responde por cerca de 70% da água fornecida aos municípios que formam a região metropolitana da capital.  Destes, três – Rio Manso, Serra Azul e Várzea das Flores – têm barragens de armazenamento de água. Só no Velhas é que  a água é captada diretamente do leito do rio, sem que exista um sistema de barramento no ponto de onde é retirada a água. Neste rio, a companhia tem autorização da Agência Nacional das Águas (ANA) para retirar 7 metros cúbicos por segundo, desde que a vazão do rio não caia a menos que 3 metros cúbicos por segundo no trecho imediatamente abaixo do ponto de captação.

Dos sistemas com barragem, Rio Manso é o que encontra-se em melhor situação, estando hoje com 80% de sua capacidade de armazenamento preenchida. Em situação intermediária está Várzea das Flores (cerca de 50% a 60%). O que está em pior situação é Serra Azul, cujo nível de água está hoje em cerca de 30%. Como este é, dos três, o sistema mais vulnerável, e como os três operam interligados, a Copasa está, no momento, operando com um volume de produção menor em Serra Azul (0,4 metro cúbico por segundo) e maior no Rio Manso (4,8 metros cúbicos por segundo).

Esses números foram fornecidos no último dia 17 pelo diretor de Operação da RMBH da Copasa, Juarez Amorin, em outro momento da atuação da Câmara Municipal de Belo Horizonte na crise hídrica deste ano. A intenção, com isso, é, segundo Juarez Amorim, proteger Serra Azul de forma a permitir que, no período chuvoso, seja possível recuperar o volume de água armazenado. Na ocasião, ele garantiu que atualmente não há risco de desabastecimento de água na Região Metropolitana. 

Os trabalhos da Comissão de Representação da CMBH terão continuidade em janeiro, com a realização de visitas aos outros mananciais que atendem à Região Metropolitana.

Superintendência de Comunicação Institucional