Comissão pede informações sobre estudo que detectou coronavírus em esgoto de BH

A Comissão de Meio Ambiente e Política Urbana aprovou, na tarde desta segunda-feira (15/6), pedido de informações sobre estudo realizado pelo Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em ETEs Sustentáveis, sediado e coordenado pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em parceria com a Agência Nacional de Águas (ANA) e Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam). O estudo, que monitora a existência de vírus da Covid-19 em amostras de esgoto em Belo Horizonte e Contagem, mostra que os índices de infecção pelo novo coronavírus têm crescido, o que sugere, segundo os estudos, uma tendência de alta da doença para as próximas semanas. Os resultados foram publicados pela UFMG na sexta-feira (12/6), no site da instituição.
O requerimento foi assinado pelos vereadores Edmar Branco (PSB), Preto (DEM) e Professor Juliano Lopes (PTC), que participaram presencialmente da reunião ordinária que contou ainda, remotamente, com o vereador Flávio dos Santos (PSC).
O estudo
Segundo a UFMG, as análises laboratoriais que embasaram as informações são relativas ao período de 1 a 5 de junho e detectaram o vírus em 100% do material coletado na bacia do Ribeirão do Onça e 86% na bacia do Arrudas. Os índices são superiores aos encontrados em semanas anteriores, o que comprova o aumento significativo da carga viral. As informações estão em boletim produzido pelo projeto-piloto “Monitoramento Covid Esgotos”. Conforme os estudos, com base na contagem da carga viral encontrada nas amostras de esgoto, é possível estimar, segundo os pesquisadores da UFMG, que cerca de 0,6% da população que contribui para os sistemas de esgotamento sanitário do Arrudas e do Onça (23 mil pessoas) teve contato com o coronavírus. A pesquisa indica a existência de pelo menos “dez vezes mais infectados na capital do que dão conta os números oficiais.” A Prefeitura de BH contabilizava cerca de 2.100 casos confirmados da Covid-19, no dia 5 de junho.
Em matéria divulgada pela Universidade, a coordenadora executiva do INCT ETE Sustentáveis, professora Juliana Clábria, afirma que os dados trazem informações novas para o monitoramento da pandemia. “O mapeamento epidemiológico indireto que estamos fazendo revela a real prevalência da doença, uma vez que o material encontrado no esgoto abrange todas as pessoas, sem distinção, enquanto os testes clínicos, em geral, são limitados a quem tem sintomas mais ou menos graves”, disse a professora, acrescentando que o projeto é o primeiro do gênero no país a apresentar resultados sobre estimativas de índices de infecção.
Três regiões da bacia do Onça tiveram percentuais mais altos – entre 3% e 7% – de população infectada. São áreas com maiores índices de vulnerabilidade social, onde estão localizadas regiões e bairros como Venda Nova, Jaqueline, Vila Clóris e Dom Silvério.
Assista ao vídeo da reunião na íntegra.
Superintendência de Comunicação Institucional