AV. PEDRO II

Obras de mobilidade na região prejudicam comerciantes e moradores

Após visita ao local, vereadores irão se reunir com BHTrans e Sudecap

quarta-feira, 30 Abril, 2014 - 00:00
Obras de mobilidade na Av. Dom Pedro II prejudicam comerciantes e moradores. Foto: Divulgação CMBH/ Larissa Metzker

Obras de mobilidade na Av. Dom Pedro II prejudicam comerciantes e moradores. Foto: Divulgação CMBH/ Larissa Metzker

Em visita técnica da Comissão de Orçamento e Finanças Públicas à Av. Dom Pedro II (região Noroeste da capital) na manhã desta quarta-feira (30/4), vereadores, comerciantes e moradores apresentaram à BHTrans diferentes transtornos e prejuízos provocados pelas obras de implantação do corredor exclusivo para ônibus e BRT na faixa direita da via. Os parlamentares anunciaram que irão apresentar relatório oficial da visita à Prefeitura em reunião a ser agendada com a Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap) e a BHTrans, já na próxima semana.

“Visitamos vários pontos da avenida, e não escutamos nenhum comerciante que falasse bem dessa obra”, alertou o vereador Gilson Reis (PCdoB), que solicitou a visita técnica. “Em todos os pontos que paramos, os lojistas e moradores questionaram os objetivos da obra, a falta de diálogo da Prefeitura e os impactos para o comércio”, completou o parlamentar.

Prejuízos

A comunidade já percebe impactos negativos das alterações viárias iniciadas na região. Para os comerciantes, a proibição do fluxo de carros na faixa lateral que dá acesso às lojas e o fechamento de várias travessas da avenida para instalação de abrigos (pontos de ônibus) estão entre as principais preocupações. “O movimento caiu muito e já perdemos pelo menos 10% das vendas”, lamentou Edson da Silva, proprietário de comércio na região há 32 anos. Localizado na esquina da Av. Dom Pedro II com a Rua Uberlândia, o comerciante questionou o fechamento da rua, há cerca de três meses, impedindo o acesso dos clientes à padaria. “Pela manhã tem movimento de pedestres que trabalham na região, mas depois das 17h, que era o horário de maior fluxo, já não para mais ninguém porque os carros não podem entrar na Rua Uberlândia para estacionar”, afirmou.

“Estão querendo matar a avenida. Querem acabar com o comércio para desvalorizar os imóveis e comprar barato ou desapropriar para poder duplicar”, previu o comerciante Anax Filipe, proprietário de empresa no local há mais de 10 anos. “Eu trabalho com manutenção para motos, o comerciante do lado vende peças, o outro acessórios. É preciso que o cliente possa estacionar por aqui e visitar as lojas. Sem essa opção, os clientes não vêm”, alertou Filipe, lamentando a supressão das vagas na avenida.

Circulação

Moradores e usuários da via apontaram para outras limitações no projeto, que retirou possibilidades de retorno para quem segue nas duas direções e também não prevê solução para o afunilamento das faixas nas saídas da avenida, tanto em direção ao Viaduto Dona Helena Greco (antigo Castelo Branco), quanto no complexo da Lagoinha (Centro).

Superintendente de Implantações da BHTrans, José Carlos Ladeira explicou que as mudanças buscam garantir o fluxo mais contínuo dos ônibus nas pistas exclusivas. As ruas fechadas seriam uma forma de reduzir as aproximações de veículos à pista direita da avenida. “A parte estrutural das obras deve ser concluída até o mês de junho e o sistema de transporte será incorporado futuramente”, afirmou Ladeira, contando que a faixa de ônibus da Pedro II será uma linha troncal do BRT, que ligará a Estação São José (Av. Tancredo Neves) ao centro.

Encaminhamentos

“Mais de 160 lojas já foram fechadas por falta de perspectiva. Vamos ver se conseguimos reverter os danos ou, pelo menos, garantir alguma contrapartida para os comerciantes”, afirmou Gilson Reis. O parlamentar anunciou que irá elaborar um relatório a partir da visita, que contenha apontamentos técnicos sobre os problemas identificados, como readequação no escoamento da água pluvial nas ruas fechadas; atenção aos prejuízos aos comerciantes e a liberação de vagas para carga e descarga em horário diurno. O material deve ser apresentado à Sudecap e à BHTrans em reunião com os vereadores já na próxima semana.

Presidente da Comissão de Orçamento e Finanças Públicas, Sérgio Fernando Pinho Tavares (PV) destacou a importância da visita para verificar a situação real da comunidade local. “Uma obra como essa pode contribuir muito para a mobilidade em Belo Horizonte, mas tem trazido prejuízos para os comerciantes e é possível buscar soluções técnicas para isso”, garantiu o parlamentar.

Em atenção aos transtornos apresentados pelos comerciantes, Pablo César “Pablito” (PV) e Adriano Ventura (PT) também apoiaram que as reivindicações sejam encaminhadas à Prefeitura para buscar soluções.

Superintendência de Comunicação Institucional