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Pesquisadores de Madrid detalham gestão de dados inovadora na mobilidade

Assunto: 
TRANSPORTE PÚBLICO
Pesquisadores espanhóis em videoconferência aparecem junto a vereadora em audiência pública realizada na CMBH
Foto: Rafaella Ribeiro/CMBH

Pesquisadores da Universidade Politécnica de Madrid compartilharam experiências inovadoras de gestão de dados no transporte da cidade espanhola durante a audiência pública realizada na Comissão Especial de Estudo dos Contratos de Ônibus nesta terça-feira (25/11). Solicitada por Fernanda Pereira Altoé (Novo) e Rudson Paixão (Solidariedade), a reunião abordou o uso de dados no auxílio à criação de políticas públicas de transporte e iniciativas sustentáveis de mobilidade urbana. A vereadora mencionou a falta de dados em Belo Horizonte e a necessidade de que o Município adote medidas técnicas com embasamento. 

Gestão de dados

A diretora-técnica do Observatório da Mobilidade Metropolitana de Madrid e professora de Engenharia de Transporte, Território e Urbanismo da Universidade Politécnica de Madrid, Cristina López, explicou que a gestão de dados no Observatório acontece em diferentes níveis, o equivalente ao nível municipal, regional e nacional brasileiro, e reforçou sua importância para a mobilidade urbana.

“Está comprovado que as evidências e os dados em mobilidade ajudam na tomada de decisões a ter uma claridade maior e ter certeza na hora de desenhar políticas públicas”, afirmou a pesquisadora.

Em relação à influência do Observatório na criação de políticas públicas, a pesquisadora mencionou como exemplo o uso de dados da instituição para criação de estratégia de mobilidade conectada, segura e sustentável por um dos ministérios da Espanha.

Os pesquisadores apresentaram informações sobre o Observatório de Mobilidade Metropolitana e o Consórcio Regional de Transportes de Madrid. O primeiro, criado em 2003, é um espaço de colaboração que reúne os principais agentes responsáveis pela mobilidade e tem como objetivo analisar tendências mediante o uso de indicadores que medem a oferta, a demanda, o financiamento e as inovações do transporte público. López exemplificou alguns indicadores analisados pela instituição que contemplam dados como número de viagens por pessoa, tempo médio de viagem, distribuição dos passageiros por idade, número de linhas, entre outros. 

Refletindo sobre a criação do Observatório, Fernanda Pereira Altoé traçou paralelos com a capital mineira.

“A nossa grande dificuldade em Belo Horizonte é a falta de dados. As medidas populistas são prejudiciais ao transporte, mas as medidas técnicas, com base em dados, é que trazem as transformações verdadeiras”, afirmou a parlamentar.

Já o Consórcio Regional de Transportes de Madrid foi fundado em 1985 como organismo público que concentra a gestão coordenada de todas as empresas operadoras do sistema multimodal de transporte público em diferentes municípios da região. O mineiro e pesquisador de Engenharia de Transporte da Universidade Politécnica de Madrid Túlio Silveira explicou que o consórcio tem acesso a todos os dados das empresas que representam o transporte público da cidade. “No caso do metrô, por exemplo, podemos baixar todos os dados referentes às linhas, estações, acessos e mais”, contou.

Helton Junior (PSD) perguntou se a cadeia do transporte é comandada por apenas uma empresa ou é separada de acordo com subdivisões de modais. O professor do Departamento de Engenharia de Transportes do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (Cefet-MG) Guilherme Leiva, que também participou do debate, respondeu que é unificado em uma única instituição, o Consórcio Regional de Transportes. Silveira complementou informando que um único cartão é válido em todos os tipos de modais, podendo ser usado para pegar ônibus e metrô de forma ilimitada, por exemplo. 

Meio ambiente

Leiva destacou que, em visita feita à Madrid junto aos pesquisadores, chamou sua atenção o investimento feito em transporte público com viés de descarbonização. Silveira explicou que há políticas criadas nesse sentido, como as áreas de baixa emissão, nas quais determinados veículos podem ou não atravessar, dependendo do quão poluentes são. Ele disse que a iniciativa começou em 2018 e foi, aos poucos, ampliando. “Vou fazer uma analogia com Belo Horizonte: [a área de baixa emissão] começou dentro da Avenida do Contorno; depois incluiu também a própria Avenida; depois a área exterior, até abranger toda a cidade”, comparou.

Outra iniciativa espanhola mencionada pelo pesquisador foram as zonas de estacionamento gratuitos para veículos elétricos, o que ele avalia como incentivo para a população trocar seus veículos por alternativas menos poluentes.

Superintendência de Comunicação Institucional

 debater a gestão de dados para a mobilidade

Data publicação: 
terça-feira, 25 Novembro, 2025 - 18:45
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