Copasa promete para setembro recuperação do asfalto após obras na rede

A demora para conclusão das obras de revitalização do sistema de esgoto da região da Pampulha tem causado transtornos aos moradores, motoristas e ciclistas que trafegam pelo local. Reclamações sobre desníveis e saliências no recapeamento asfáltico que tem sido realizado pela Copasa durante o andamento das obras, motivaram a realização de audiência pública nesta quinta-feira (22/5), requerida por Cleiton Xavier (MDB). O encontro realizado pela Comissão de Mobilidade Urbana, Indústria, Comércio e Serviços também apontou a necessidade de restauração das sinalizações ao longo da ciclovia da orla da Lagoa da Pampulha. Representantes do Executivo municipal compareceram à audiência e relataram ausência de informações por parte da estatal mineira. Ao final da reunião, o representante da Companhia de Saneamento de Minas Gerais registrou presença e prometeu a revitalização completa do pavimento para o mês de setembro.
Riscos para os usuários
O ex-vereador Jorge Santos, ciclista da orla da Pampulha, relatou que as intervenções corretivas no asfalto que vêm sendo realizadas pela Copasa têm se revelado de baixa qualidade, gerando riscos aos usuários da via e registros de acidentes. Ele contou que já se acidentou enquanto pedalava no local e que soube, inclusive, da ocorrência de mortes de ciclistas na região.
“Eles vieram com um asfalto ‘meia boca’ só pra tampar o buraco, mas tá irregular. Então você passa ali de carro, bicicleta ou moto só pelo lado direito ou pelo lado esquerdo; no meio você não consegue, não tem como passar porque o asfalto está muito grande, virou um morro”, conta ele.
Jorge relatou promessa feita pela Copasa, em audiência realizada pela Câmara de BH em julho de 2024, de que o recapeamento da Avenida Otacílio Negrão de Lima seria realizado tão logo fossem concluídas as obras de saneamento, e que a licitação inclusive já teria ocorrido. No entanto, desde essa data, segundo ele, a situação da via segue precária.
Asfaltamento provisório ruim
Cleiton Xavier pediu que sua equipe tentasse um contato com algum representante da companhia que, até então, não havia comparecido à audiência, mesmo tendo sido convidada. O parlamentar questionou o supervisor de Projetos e Obras Especiais da BHTrans, Mauro Luiz de Oliveira, se a prefeitura tinha conhecimento ou informação sobre o cronograma das obras, mas ele negou ter recebido qualquer contato da Copasa acerca da questão. Ele relatou que nesta quinta-feira, pela manhã, passou pelo local e, no trecho entre a Avenida dos Estados e a Rua Gundu, ainda havia valas abertas e recapeamento precário na parte concluída das obras. “Nós entendemos que o correto é fazer um recapeamento geral de toda a pista de rolamento para que retire as saliências que ficaram”, afirmou Mauro Luiz. O representante da BHTrans disse que os projetos de sinalização que haviam sido feitos pela Prefeitura de BH em 2022 poderiam ser disponibilizados à Copasa para restauração da área.
Gerente de Ação Regional da BHTrans nas Regiões Noroeste e Pampulha, Anderson Leal informou que a empreiteira licitada pela Copasa é o Consórcio Completa-Sanemont, que tem realizado a reconstrução do asfalto ao término dos trabalhos em cada trecho. Cleiton Xavier também tentou contato com o consórcio para pedir um cronograma das obras, mas não obteve sucesso. Marcelo Cardoso, da Superintendência de Mobilidade do Município, disse que, em abril, obteve da Copasa uma previsão de seis meses para conclusão das obras, e que a promessa recebida foi de “deixar do jeito que era antes”. Ele disse ter questionado mais uma vez a companhia sobre a precariedade do asfaltamento provisório, inviável por todo aquele tempo, mas não obteve mais respostas. Da Secretaria Municipal de Política Urbana, Marcos Túlio de Oliveira relatou que a situação já foi objeto de autuação e notificação à estatal mineira em decorrência das reclamações de cidadãos, e que só no ano de 2025 a companhia já havia recebido mais de cem autuações da Prefeitura de BH.
Falta de respostas
Sem a presença, até então, de um representante da Copasa que pudesse responder aos questionamentos levantados, Cleiton Xavier lamentou não ter respostas a dar aos moradores e ciclistas da região que o haviam procurado. O parlamentar disse que faria, ainda na quinta-feira, uma cobrança formal à companhia e ao Consórcio Completa-Sanemont.
“Ali [na orla da Pampulha] nós temos, aos finais de semana, diversas corridas de rua, um mercado que está super aquecido. Nós temos ali diversas pessoas que saem de outras regiões de Belo Horizonte para fazerem suas caminhadas, e sem contar o número de veículos, diariamente, sobretudo nos horários de pico. Então nós precisamos de um cronograma”, declarou o parlamentar.
Presidente da Comissão de Mobilidade Urbana, Indústria, Comércio e Serviços, Braulio Lara (Novo) disse ter feito contato com a direção da Copasa, questionando a ausência na audiência pública e pedindo respostas ainda durante a reunião. “A gente aguarda uma resposta da Copasa; afinal de contas, as obras estão lá e precisam ter um acabamento à altura da Lagoa da Pampulha, à altura do nosso principal cartão postal e do local onde centenas de atletas fazem treinamento diariamente”, cobrou.
Conclusão em setembro
Próximo ao final da reunião, Douglas Macedo, representando a estatal, acessou a reunião de forma remota e explicou que a Copasa tem dois contratos assinados em relação às obras na Pampulha. O primeiro diz respeito ao trabalhos de esgotamento e alteração do escoamento, previstos para serem concluídos no início do segundo semestre deste ano. O segundo seria para a revitalização do pavimento de todo o trecho onde houve intervenções. “É preciso que a gente finalize as intervenções, do ponto de vista de interceptação dos esgotos e transporte deles, para que a gente mobilize a empresa de pavimentação”, disse.
Ele garantiu também que a sinalização original das faixas, incluindo a ciclovia, seria integralmente recomposta, e que essa fase dos trabalhos seria iniciada no mês de setembro. Douglas adiantou que a companhia acionaria a BHTrans para estabelecer a logística do serviço de pavimentação, de maneira a causar menor impacto possível no trânsito e acelerar o serviço. Segundo ele, dependendo das condições de trânsito, toda a revitalização da via poderia ser concluída em até 15 dias.
Marcelo Cardoso relatou ao representante da Copasa que a prefeitura vinha recebendo muitas reclamações de cidadãos e moradores da Pampulha acerca do asfaltamento provisório da região e pediu por manutenção de alguns trechos antes do mês de setembro. Douglas explicou que o trabalho de recomposição das vias foi bastante prejudicado pelo afloramento do lençol freático da Pampulha durante o período de chuvas, mas se colocou à disposição para enviar uma equipe da companhia para avaliar esses pontos.
“A gente poderia marcar uma visita no local, ver os pontos que estão precisando de alguma melhoria, para a gente ajustar essa condição até a gente ter a efetiva pavimentação e a revitalização completa”, garantiu ele.
Superintendência de Comunicação Institucional