Aprovados em concurso público do Hospital Odilon Behrens cobram nomeação
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Foto: Vinicius Quaresma/CMBH
Dos 3 mil trabalhadores do Hospital Metropolitano Odilon Behrens, localizado no Bairro São Cristóvão, na Regional Noroeste, cerca de mil seriam contratados de forma temporária. Enquanto isso, há aproximadamente 600 profissionais aprovados em concurso público para o complexo que ainda não foram nomeados. Esses dados motivaram a Comissão de Saúde e Saneamento a realizar uma audiência pública, solicitada pelo Dr. Bruno Pedralva (PT), para debater a questão. Profissionais aprovados no último concurso público, realizado em 2020 e homologado em 2021, aproveitaram o encontro para cobrar a nomeação. O debate, realizado nesta quarta-feira (23/4), reuniu ainda representantes do Odilon Behrens, da Secretaria Municipal de Saúde e do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de BH (Sindibel). De acordo com o hospital, em breve serão chamados mais 200 profissionais aprovados para vagas efetivas.
Bruno Pedralva participou de forma remota, já que no momento da reunião estava em Brasília, para um encontro com o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, e o prefeito de Belo Horizonte, Álvaro Damião. O parlamentar destacou que a Constituição “coloca claramente que o acesso ao serviço público se dá por meio de concurso público”. Segundo ele, situações temporárias têm de ser tratadas como exceções. A contratação de cerca de um terço de temporários seria, então, algo fora do padrão. “Como o último prazo para nomeação dos aprovados no concurso público vigente é junho de 2025, precisamos agir com rapidez, pois não teremos tão cedo outra oportunidade de substituir esses profissionais”, disse.
Defesa dos temporários
Superintendente do Odilon Behrens, Taciana Malheiros garantiu que o número de temporários no hospital, atualmente, está em torno de 900, e que as vagas ocupadas por esses profissionais são realmente temporárias. “Esses trabalhadores desempenham um papel importante na instituição. São chamados para substituições, como licenças-maternidade, ou para enfrentar demandas sazonais, a exemplo do aumento da ocorrência de doenças respiratórias, nesta época do ano. São vagas que têm início, meio e fim”, afirmou. Os contratos administrativos têm vigência de um ano, prorrogáveis por mais um. Depois desse período, os profissionais precisam passar novamente pelo processo seletivo simplificado, feito com base no currículo apresentado.
Taciana disse que “em breve” serão chamados mais 200 profissionais aprovados no concurso, para vagas efetivas. “Ainda não posso marcar uma data, mas é provável que seja no mês de maio”, falou. De acordo com a superintendente, de 2021 para cá já foram chamados 1.743 profissionais das mais diversas áreas, como médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem. “Só em 2025, foram 81”, ressaltou.
Longa espera
Classificado no concurso de 2020, o técnico de enfermagem Matheus Amorim disse não ter esperanças de ser chamado nessa leva anunciada pelo Odilon Behrens. “Mas tenho certeza de que, se não fosse essa grande quantidade de temporários, eu estaria hoje trabalhando como efetivo no hospital”, falou. Representante do Sindibel, Cleonice Barbosa salientou que, apesar de a lei prever os temporários como uma excepcionalidade, muitas pessoas ficam “anos com contratos desse tipo”. Uma técnica de enfermagem que se identificou como Isabela reclamou que a lentidão é desanimadora. “Qual segurança teremos ao participar de novos concursos da área de saúde?”, perguntou.
Concurso municipal
O concurso anunciado pela Prefeitura de BH, no final de março, para provimento de cargos públicos efetivos para a área da saúde foi outro ponto discutido na reunião. Bruno Pedralva ressaltou que sentiu falta do reconhecimento para o “médico da família e da comunidade” e questionou porque algumas profissões importantes da área de saúde, como fonoaudiólogos, não estavam contempladas, já que o concurso serviria também para fazer cadastro de reserva.
Representante da Secretaria Municipal de Saúde, Dayane Araújo Dias explicou que há um concurso válido até 2026, e por isso algumas especialidades ficaram de fora do último edital, que abrange cirurgião-dentista, enfermeiro, médico, técnico de serviços de saúde e técnico superior de saúde. “As profissões que o vereador sentiu falta ainda estão contempladas. Por isso, é importante que a realização de concursos seja uma prática estratégica e que sejam realizados com regularidade”, salientou.
Bruno pediu ainda que o número de vagas fosse ampliado - são previstas 582, para níveis médio e superior, com salários entre R$ 1.908,77 e R$ 11.747,78. “Inclusive, vou aproveitar que estarei aqui em Brasília com o Álvaro Damião e vou fazer essa reclamação diretamente para ele”, brincou.
Assista à íntegra da reunião.
Superintendência de Comunicação Institucional
Data publicação:
quarta-feira, 23 Abril, 2025 - 18:15
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