Disponível em (https://cmbhweb.cmbh.mg.gov.br)


Supressão de área verde no Jardim América foi tema de audiência

Assunto: 
MEIO AMBIENTE E POLÍTICA URBANA
Supressão de área verde no Jardim América foi tema de audiência
Supressão de área verde no Jardim América foi tema de audiência

Um empreendimento imobiliário de grande porte pode tomar o lugar de uma das últimas áreas verdes do Jardim América, na região Oeste da capital. Em audiência pública, moradores do bairro e lideranças locais se afirmaram contrários à obra e defenderam a transformação do espaço em um parque aberto à visitação pública. Requerida pelos vereadores Autair Gomes (PSC) e Elaine Matozinhos (PTB), a reunião foi realizada na tarde de quinta-feira (17/10), pela Comissão de Meio Ambiente e Política Urbana. O encontro deu continuidade a audiência pública sobre o mesmo tema, realizada em 19 de setembro, na Câmara Municipal.

Conhecida como Chácara do Jardim América, a mata ameaçada tem mais de 20 mil m² e abriga 57 diferentes espécies de árvores, parte delas nativas. Situada entre a Av. Barão Homem de Melo e a Rua Gama Cerqueira, a área verde (foto) se destaca na região, que é um dos espaços mais fortemente urbanizados da capital. Além disso, segundo os moradores, haveriam nascentes no terreno, o que contra indicaria a realização da obra. A Prefeitura não soube confirmar se as nascentes de fato existem.

Obras

De acordo com a representante da Masb, empresa responsável pela obra, o objetivo é construir no local um empreendimento de uso misto, composto por edificações destinadas a fins comerciais e de moradia: estão previstos 276 apartamentos e 71 lojas, bem como 700 vagas de estacionamento.

Além do dano ambiental, associado à supressão arbórea e ao aumento da impermeabilização do solo, a comunidade teme que o empreendimento prejudique o já problemático trânsito da região, em decorrência do crescimento da circulação de pessoas no local.

O vereador Adriano Ventura (PT), defendeu a manutenção integral da área verde, que ele espera que seja desapropriada e destinada a uso social. A preservação do espaço foi defendida também por Autair Gomes, que lembrou que a região Oeste é aquela que tem o menor percentual de áreas verdes em Belo Horizonte. “A cidade está ficando praticamente toda cimentada”, lamentou o parlamentar.

No intuito de evitar a supressão completa da mata, a Masb apresentou um projeto em que se compromete a preservar 33% da área verde, destinando parte do espaço a uso público e mantendo o restante para uso privado. Além disso, a pedido da BHTrans, a empresa realizaria obras de alargamento das vias que circundam o local, no intuito de amenizar eventuais problemas de trânsito. Mesmo com as medidas compensatórias, os moradores se afirmaram contra o empreendimento.

Questionada, a empresa afirmou não ter interesse na utilização do recurso da Transferência do Direito de Construir (TDC), mecanismo que outorga aos proprietários o direito de explorar o potencial construtivo do terreno em outra área da cidade.

Respeito à lei

Os trâmites para a liberação do empreendimento junto aos órgãos competentes, na Prefeitura, teriam se iniciado em 2010, mas ainda não foram concluídos. De acordo com Fabiano Mambrini, gerente de licenciamento da PBH, a Masb ainda não protocolou projeto de parcelamento do solo e nem obteve a licença ambiental para a realização da obra. Já Ana Vitória Werkne, gerente de normatização da Prefeitura, afirmou que o Executivo exigiu as condicionantes adequadas para o caso e que tem trabalhado na observância estrita dos princípios legais vigentes.

Segundo Sérgio Fernando Pinho Tavares (PV), a Câmara vai acompanhar de perto o caso e trabalhará para atender os interesses de Belo Horizonte. O vereador lembrou, contudo, que qualquer medida adotada para preservar a mata, como desapropriações e implantação de um parque, deve levar em conta as determinações do ordenamento jurídico atual. Na mesma perspectiva, Leonardo Mattos (PV) afirmou ser importante respeitar os direitos de todos os envolvidos – empresa e comunidade. Como encaminhamento, o parlamentar requisitou da Prefeitura cópia de toda documentação relativa ao processo de liberação da obra. Além disso, em atenção à denúncias apresentadas por moradores, pediu esclarecimentos formais a respeito da existência  ou não de nascentes na mata.

Assista aqui à reunião na íntegra.           

Superintendência de Comunicação Institucional

Data publicação: 
quinta-feira, 17 Outubro, 2013 - 00:00