A Comissão de Desenvolvimento Econômico, Transporte e Sistema Viário da CMBH realizou audiência pública na noite da última sexta-feira (16/9), na Escola Municipal Anísio Teixeira, no bairro União, para discutir os impactos de construção da Via 710, que vai ligar a Avenida dos Andradas à Cristiano Machado. Moradores estão inseguros quanto às desapropriações e às condições de acesso aos bairros, mas a Prefeitura garantiu que o projeto será debatido com a comunidade. Os vereadores vão acompanhar de perto o andamento da obra.

“Queremos esclarecimentos quanto ao início da obra da Via 710. A previsão é que fosse iniciada em abril deste ano, mas isso não ocorreu. Também iremos acompanhar todo o processo de desapropriação, desde a discussão de valores de indenização até a conclusão”, informou o vereador Márcio Almeida (PRP), que solicitou a audiência.

A construção da via vai provocar mudanças no trânsito e na vida de 112 mil moradores das regiões Leste e Nordeste da capital, incluindo a remoção de mais de 500 famílias. A Prefeitura informou que as intervenções deverão começar em junho de 2012, com término previsto em 18 meses.

Desapropriações

Emiliano Paradelo, que mora no União há mais de 30 anos, disse que mesmo com a apresentação do projeto pela Prefeitura ainda existem dúvidas quanto à situação dos moradores. “Já solicitei informações à Secretaria de Obras sobre a questão da desapropriação, mas até o momento não tive retorno”, queixou-se.

O representante da Secretaria de Obras e Infraestrutura da Sudecap, Cláudio Vilela, esclareceu que as desapropriações serão feitas pela Sudecap e as remoções, pela Urbel, e garantiu que, em todos os momentos, a comunidade será ouvida. “As negociações sobre os valores a serem indenizados serão feitas individualmente”, completou.

Acesso aos bairros

Segundo Paulo César Guimarães, membro da Associação Comunitária do Bairro Dom Joaquim e da Comissão Linha Verde Humana e Integrada à Via 710, a nova via e a Linha Verde foram obras muito esperadas pela comunidade, por facilitar a locomoção entre a região e o centro de Belo Horizonte. Em contrapartida, para ele, a condição de acesso aos bairros é preocupante. “Antes, só circulava nos bairros trânsito local. Hoje, com o aumento do fluxo na região, temos medo de ficar ilhados e sem acesso à Via 710 e à Linha Verde”, declarou Paulo César.

O secretário da Regional Nordeste, Jorge Martins Espechit, ressaltou a necessidade de se reduzir a distância entre o local de moradia das pessoas e o seu local de estudo ou trabalho. “A Via 710 vai facilitar o trânsito e o transporte da população, permitindo a ligação entre as regiões Leste, Nordeste e Noroeste com as demais regiões da cidade”, concluiu.

Superintendência de Comunicação Institucional