RESÍDUOS URBANOS

URPV leva transtornos e riscos a estudantes na Pampulha

Vereador vai verificar junto à PBH a possibilidade de transferir o equipamento para outro terreno na região

quinta-feira, 28 Abril, 2016 - 00:00
Vereador vai verificar junto à PBH a possibilidade de transferir o equipamento para outro terreno na região - Foto: Rafa Aguiar

Vereador vai verificar junto à PBH a possibilidade de transferir o equipamento para outro terreno na região - Foto: Rafa Aguiar

Mau cheiro, barulho, poeira e animais peçonhentos como escorpiões e cobras são transtornos frequentes na vida de funcionários e estudantes da Escola Estadual Maria Andrade Resende, localizada no Bairro Garças, Regional Pampulha. Em audiência pública da Comissão de Meio Ambiente e Política Urbana realizada nesta quinta-feira (28/4), representantes da diretoria e dezenas de alunos da instituição solicitaram a desativação da Unidade de Recolhimento de Pequenos Volumes (URPV), que funciona ao lado, e a anexação do lote às instalações da escola. Para acolher o equipamento, será encaminhado pedido de informação à prefeitura sobre a disponibilidade de terrenos públicos na região.

O vereador Sérgio Fernando Pinho Tavares (PV), que solicitou a audiência, relatou que, nas duas visitas que fez ao local, pôde verificar de perto a situação e confirmar a pertinência das denúncias.  

A presidente da comissão Elaine Matozinhos (PTB) assegurou total apoio do colegiado e de seu mandato à causa dos estudantes. Os integrantes da comissão Elvis Côrtes (PSD) e Tarcísio Caixeta (PCdoB) também se colocaram à disposição para colaborar na busca de soluções para o problema. Caixeta ressaltou que a situação se repete em diversas regiões da cidade, pondo em risco a saúde, a qualidade de vida e a segurança de alunos de outras instituições, além de reduzir os espaços de lazer e habitabilidade nos locais onde estão implantadas URPVs e outros equipamentos insalubres da cidade.

Transtornos e riscos para a saúde

Conforme as reclamações apresentadas pelo integrante da entidade de voluntários “Amigos da Escola”,Edson Gusmão, e pelo vice-diretor da Escola Estadual, Walton Cardoso Brandão, o recolhimento e o transbordo de entulho e pequenos volumes realizados na URPV do Bairro Garças gera intensa movimentação de carroceiros, caminhões e tratores no local, produzindo altos índices de poluição sonora e atmosférica, prejudicando o rendimento escolar e a saúde dos 800 alunos da instituição. A professora Edirley Mesquita comentou que o acúmulo de entulho no local atrai insetos e animais peçonhentos, relatando que colegas e estudantes já chegaram a ser picados por escorpiões; segundo ela, até mesmo cobras já foram encontradas nas instalações do colégio.

Diversos alunos testemunharam o barulho ensurdecedor de materiais se chocando, tratores manobrando e caminhões sendo descarregados, que atrapalham sua atenção e concentração, a grande quantidade de poeira e partículas espalhadas pelo vento e pelo movimento dos veículos e encontros com baratas, escorpiões e cobras na cantina, gramado e outras dependências da escola, constatando a insalubridade e a inadequação da permanência do equipamento junto à instituição de ensino. Diretoria, professores e alunos defenderam a transferência da unidade para outro terreno na região, além da anexação do lote hoje ocupado pela URPV. Segundo eles, o espaço poderia ser aproveitado para a prática de esportes, atividades extra-classe e eventos, beneficiando toda a comunidade.

SLU alega falta de áreas

Explicando a finalidade das URPVs, que integram a política municipal de destinação de resíduos, a gerente de Programas Especiais e o engenheiro da Superintendência de Limpeza Urbana (SLU), Sandra Machado Fiuza e Wadson Vieira Dias, lembraram aos alunos que o tratamento e a destinação correta do lixo e dos resíduos sólidos em geral, como entulhos de construção civil e restos de poda, representam um dos maiores desafios das áreas urbanas. Segundo os gestores, que elogiaram a mobilização e o “exercício de cidadania” por parte dos estudantes, cada cidadão tem sua parcela de responsabilidade sobre a questão, especialmente nos esforços para reduzir a produção de resíduos, valorizando o reaproveitamento e a reciclagem de materiais, eliminando progressivamente o desperdício e o descarte indevido de materiais em vias públicas e na natureza.

Questionada sobre a possibilidade de transferência da estação de recolhimento e transbordo de materiais para algum outro terreno do município localizado na região, a SLU declarou não ter conhecimento de áreas públicas disponíveis, sendo esse um dos grandes problemas enfrentados pela administração municipal. Afirmando a capacidade das novas gerações pensarem novas formas de abordagem das questões sociais e da vida urbana, Sandra instigou os estudantes a colaborarem na construção de soluções que conciliem os diferentes interesses e demandas da cidade. Segundo a gerente, a cidade conta hoje com 32 URPVs, sendo que o ideal seriam 100 unidades distribuídas entre as nove regionais.

Pedido de informação

Após ouvir os relatos e as sugestões dos participantes, que apontaram algumas áreas que poderiam acolher o equipamento, o vereador Sérgio Fernando lembrou que a existência e a disponibilidade de terrenos públicos terrenos foram demonstradas pelo projeto de lei do Executivo que propôs, no ano passado, a venda de mais de 150 lotes de propriedade do município. Dessa forma, ele informou que irá enviar um pedido de informação ao Executivo solicitando o mapeamento de todas as áreas públicas daquela regional e uma avaliação sobre a possível transferência da URPV.  

A representante da SLU ponderou que, para acolher adequadamente o equipamento, a área deve estar disponível, ser de fácil acesso para os transportadores, possuir características físicas como topografia e dimensões apropriadas e os custos com a mudança devem estar devidamente previstos no orçamento. Para viabilizar a medida, o parlamentar vai sugerir sua inserção nas diretrizes orçamentárias para o próximo ano.

Superintendência de Comunicação Institucional